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Lagum lança ‘Memórias’ em Juiz de Fora nesta sexta

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Chico, Jorge, Pedro e Zani formam o Lagum, nascido em Brumadinho (Foto: Webber Pádua/Divulgação)
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“Eu tenho 20 e poucos anos/ E não vou parar aqui/ Eu sinto falta da minha casa/ Minha mãe sente minha falta/ Tudo bem!/ Essa é a vida que eu escolhi”: essa é a música de abertura do disco mais recente da banda Lagum, “Memórias (de onde eu nunca fui)”. A conclusão a que se chega é clara: ninguém ensinou o caminho para onde os integrantes estão indo. O próprio Pedro Calais, vocalista e compositor, disse que não se via como um artista até ser. Eles também não imaginariam que, em setembro de 2020, o baterista Breno Braga, conhecido como Tio Wilson, morreria logo depois de um show em Nova Lima. Essa música, inclusive, foi feita em homenagem a ele, que chegou a gravar a bateria do disco. O show, assim como as músicas, são resultado de um processo de luto, reconhecimento e maturidade. Pedro, Chico Jardim (baixista), Zani Furtado (guitarrista) e Jorge (guitarrista) se apresentam no Cultural nesta sexta-feira (8). Tio Wilson, de certa forma, também estará lá.
Lagum surgiu surfando na possibilidade da internet naquele tempo, em 2014. Pedro fez uma música e postou no Facebook. Aquilo foi o suficiente para que ele fosse chamado a tocar em algumas casas de Belo Horizonte. “Mas eu nunca tinha me imaginado como um artista solo, nem como um artista. Mas, para fazer show, eu sabia que precisava de músicos e de mais música.” Ele chamou quem conhecia e foi dando certo. “A gente ia pegando o dinheiro e fazia uma música para lançar”, relembra. Um fato essencial, para ele, foi que o processo da internet era diferente: eles foram saltando de degrau a degrau até chegar onde chegaram, no palco no Lollapalooza, por exemplo. “A internet já é um lugar saturado e você tem que dar a sorte de cair em um algoritmo que vai ficar te julgando e tal.” Mas todo o processo foi de erro e acerto.
Não basta lançar uma música: é preciso cavar espaço. Em Belo Horizonte eles não encontravam as possibilidades que precisavam. Começaram, então, a arriscar e ir a São Paulo e ao Rio de Janeiro para fazer shows, saindo até no prejuízo. “A gente foi com a cabeça muito certa de que a gente estava fazendo um investimento. A gente se divertia e fazia contatos. Era questão de tempo e oportunidade de conseguir expandir.” O primeiro disco surgiu em 2016, o “Seja o que eu quiser”. Em 2019, veio o segundo, “Coisa da geração”. O grupo, na discografia, faz uma narrativa da vida do jovem brasileiro que gera identificação. Mesmo no mais recente, “Memórias”, depois de todo processo que passaram, eles continuam traçando essa história compartilhada. “Até essa mudança foi natural. Tudo o que chega a gente transmite de forma natural às pessoas. Sem muito propósito”, diz Chico.

Da forma Lagum: entrega e identificação

É isso que explica também a base sólida de fãs que lotou o Lollapalooza no primeiro horário de apresentação no mês passado. “A identificação é mútua. E isso se deve à verdade que tem no que a gente faz. Tudo o que a gente fala e mostra é verdade. Não são personagens”, acredita o vocalista. Dando uma olhada no Instagram dos integrantes, tem mesmo essa relação de intimidade. No palco, eles são quem são. O último vídeo postado por Pedro é ele rastejando no palco, bem à vontade. “A gente é muito mais presente e enérgico nos palcos do que nos streamings. É uma energia completamente diferente. É mais intenso”, justifica. E até essa entrega Pedro define como um legado de Tio Wilson, que sempre manteve conexão forte com os fãs.
Lagum é uma mistura de vários ritmos, das influências que os integrantes sempre ouviram com o que tem surgido no cenário atual. “Memórias” tem participação de L7nnon e Mart’nália na mesma música, “Eita menina”, que são de gerações e estilos diferentes. “A gente não restringe o nosso som a um único gênero. A gente faz de tudo, mas da forma Lagum. Justamente por não colocar barreira nenhuma. A gente está muito aberto a receber qualquer artista, de qualquer geração. Isso para a banda é rico, porque abrange qualquer possibilidade e dá um ar de inusitado. Porque qualquer participação pode acontecer no nosso som”, justifica Zani.

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Dos festivais à idealização d’A ilha’

Esses encontros com outros músicos também foram fundamentais na formação da banda. E muito disso foi apreendido durante os festivais dos quais participaram durante toda a trajetória, principalmente em Belo Horizonte. Neles, o Lagum foi conseguindo mais público e passou a ser mais visto. “Sem contar que é uma aula, porque a gente acompanha o processo dos outros artistas. Os festivais são momentos de celebrar, trabalhar muito e absorver muito”, conclui o guitarrista. No dia do Lollapalooza, Emicida, que gravou “Descobridor” no disco, fez participação especial. Nos bastidores, eles encontraram Marina Sena, que gravou versão alternativa para a música “Veja baby”.
Agora, eles partem para a idealização de um festival próprio, A ilha, que vai acontecer em 25 de junho na Esplanada do Mineirão, em Belo Horizonte. “O festival é para a gente se aprofundar ainda mais nas nossas raízes. É uma imersão das pessoas que gostam da banda no nosso universo”, explica. O nome leva a mesma ideia da logo, que é, também, uma ilha. O Lagum nasceu próximo a uma lagoa, em Brumadinho. Eles fizeram um recorte e uniram as montanhas, que são a origem de tudo: Minas Gerais. Além de mostrar aos fãs qual foi o começo de tudo, é uma oportunidade de eles mesmos entenderem esse caminho que está sendo trilhado na vida que escolheram.

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