Juiz de Fora não terá desfile das escolas de samba no Carnaval de 2025. O anúncio da Fundação Cultural Alfredo Ferreira Lage (Funalfa) foi feito nesta terça-feira (7), juntamente com o comunicado de um novo edital, que visa qualificar os desfiles e garantir espetáculos melhores a partir do próximo ano. O evento enfrentava dificuldades e já apresentava desafios para a sua ocorrência, desde que o Ministério Público começou a apurar fraudes na prestação de contas das despesas realizadas pela Liga Independente das Escolas de Samba de Juiz de Fora (Liesjuf) com os recursos recebidos do Poder Público Municipal no carnaval de 2023.
De acordo com o que afirma o diretor-geral da Funalfa, Rogério de Freitas, o novo edital surge para garantir a folia dos próximos anos. “Os recursos serão empregados ao longo do ano nas escolas de samba de Juiz de Fora, para que a gente possa qualificar as fantasias, fazer a formação da mão de obra, promover oficinas de ritmistas e envolvimento da comunidade com as escolas”, explica. O financiamento público será divulgado com mais detalhes em março.
Essa iniciativa busca superar os impeditivos que ocorreram ao longo de 2024, e que, de acordo com o órgão, não puderam ser resolvidos em tempo hábil para o carnaval deste ano. A expectativa é que sejam realizadas atividades ao longo de todo o ano para essa qualificação do Carnaval de escolas de samba da cidade.
Diante da situação, a presidente do conselho deliberativo da Liesjuf, Sônia Beatriz, destacou que o cancelamento é uma frustração para todos os envolvidos com o desfile. “Desde que terminamos um desfile já começamos a nos programar e viver para o outro desfile. A gente não funciona só na data do Carnaval”, explica. Para ela, o ideal teria sido que a ajuda que o edital vai proporcionar oferecida antes, para que ainda ocorresse a folia neste ano.
Após pausa, desfiles haviam retornado há dois anos
Os desfiles das escolas de samba retornaram há apenas dois anos, tendo ocorrido em 2023 e 2024, antes da nova pausa. O hiato anterior, entre 2018 e 2022, aconteceu também sob a justificativa da falta de tempo hábil para a organização das agremiações. “Nós estávamos resgatando essa cultura”, comenta a presidente da Liga.
A questão da investigação do Ministério Público ainda não foi esclarecida pela Justiça. No entanto, a carnavalesca garante que as agremiações estão se empenhando para que não ocorra uma desmobilização em relação ao Carnaval. “Todos vão continuar nas agremiações trabalhando. Acatamos a decisão, mas vamos continuar com o nosso trabalho”, afirma.