
Referência do sertanejo contemporâneo, Gusttavo Lima volta a Juiz de Fora neste sábado (8), no Expominas, a partir das 19h. O “Embaixador” acumula mais de duas décadas de carreira e se consolidou como um dos principais nomes da música brasileira, unindo popularidade e forte presença de palco.
Natural de Presidente Olegário, a 678 quilômetros de Juiz de Fora, Gusttavo começou a tocar instrumentos ainda na infância e iniciou cedo a trajetória profissional. Entre os sucessos que marcaram sua carreira estão “Apelido Carinhoso”, “Termina Comigo Antes”, “Ficha Limpa” e “Bloqueado”, além das mais recentes “Retrovisor” e “Vagabundo”, que reforçam a versatilidade do artista e sua conexão com diferentes públicos.
Em conversa exclusiva com a Tribuna, Gusttavo falou sobre a fase de expansão internacional impulsionada por “Vagabundo”, analisou as mudanças recentes no sertanejo e comentou a expectativa de voltar a Juiz de Fora, onde promete ao público um “show inesquecível”.
Tribuna: Você começou muito cedo no sertanejo e cresceu junto com o gênero. O que mais transformou sua forma de criar e interpretar ao longo desses anos e o que ainda permanece como essência na sua arte desde o começo?
Gusttavo Lima: “Comecei minha trajetória como músico de forma didática, antes mesmo de cantar e compor. Ainda na infância, aprendi sozinho a tocar alguns instrumentos, o que foi fundamental para a minha carreira na música, iniciada cedo.
Ao longo desses anos, tenho me dedicado muito: estudando, acompanhando o mercado (tanto o brasileiro quanto o internacional) e aprimorando minhas próprias técnicas. Sempre busco, em primeiro lugar, agradar ao público e às pessoas que acompanham meu trabalho.
O amadurecimento e a busca por novos conhecimentos acabam refletindo naturalmente na forma de “fazer” música. Em minha essência, sempre prezei por canções que tenham boas histórias e falem de amor – algo de que não abro mão.”
Tribuna: “Balada”, um dos hits que te projetaram há mais de uma década, voltou a viralizar nas redes. Como é reviver esse sucesso hoje? O que mudou entre o Gusttavo Lima da “Balada” de 2011 e o Gusttavo Lima que o público redescobre agora?
“É motivo de muita alegria. Considero “Balada” um divisor de águas na minha vida, pois foi a partir dessa música que meu trabalho tomou uma proporção inexplicável, inclusive no exterior. Estamos falando de mais de 14 anos e, pra mim, a impressão é de que vivi muito mais tempo dentro desse período (risos).
O Gusttavo Lima daquela época era um jovem cheio de sonhos, que estava descobrindo o mundo. O Gusttavo de hoje é um homem – pai, cantor e empresário – mais maduro e ‘pé no chão’, mas que ainda carrega diversos sonhos dentro de si.”
Tribuna: Com novos lançamentos, “Vagabundo” marca um diálogo entre o Brasil e o mercado latino. Que significado tem, para você, levar o sertanejo a novos públicos e misturar suas raízes com outras sonoridades?
“O significado é bem especial. Essa é a primeira vez que faço uma música pensando no mercado internacional, tive a felicidade de contar com a parceria do Luis Fonsi e os resultados não poderiam ser melhores.
“Vagabundo” representa um passo importante na minha carreira fora do Brasil. Com ela, já alcançamos destaque nas principais plataformas do país e de diversos outros lugares do mundo e tivemos repercussão do lançamento nos telões da Times Square, em Nova York. Desde a estreia, no dia 09/10, seguimos com o áudio e o vídeo em alta. Só tenho mesmo a agradecer por tudo isso.”
Tribuna: Mesmo com as plataformas dominando o consumo musical, “Retrovisor” está no topo das rádios por semanas. O que você acha que faz o sertanejo – e especialmente suas canções – manterem essa força tão viva no rádio?
“Acredito que essa força vem da conexão que a própria música sertaneja tem com o público. Além de ser um gênero muito popular, o sertanejo, de modo geral, fala de amor e sentimentos de uma forma simples. As pessoas se identificam com isso.”
Tribuna: O sertanejo se consolidou como um dos maiores motores da indústria musical brasileira e, ao mesmo tempo, atravessa um período de transformações, com novas sonoridades, fusões e linguagens. Como é viver esse fenômeno por dentro – equilibrando a força comercial do gênero com o desafio de preservar sua autenticidade – e qual você acredita ser o papel do sertanejo na música brasileira atual?
“Tudo o que vem para somar de forma positiva é válido. Diante de tantas novidades que surgem, é preciso se adaptar e se reinventar, mas sempre buscando equilíbrio, sem deixar nossa essência e, acima de tudo, a nossa verdade de lado. Não adianta tentar seguir algumas tendências se aquilo não te representa.
De forma geral, acredito que a música sertaneja se mantém forte porque é, e sempre será, um dos gêneros que melhor representam a cultura do povo brasileiro. Ela mantém vivas as nossas raízes.”
Tribuna: Seus shows se tornaram sinônimo de grandiosidade e entrega. Na sua visão, o que faz um espetáculo realmente ficar na memória do público – a estrutura, o repertório, a emoção ou a conexão com quem está ali?
“Acredito que é uma mistura de tudo isso que você citou. Tudo precisa estar bem alinhado para que a entrega seja inesquecível. Como artista, meu objetivo é sempre dar o meu melhor para retribuir todo o carinho e a energia dos fãs e honrar cada pessoa que comprou seu ingresso para estar ali no show. Cada evento é uma experiência que merece ser guardada, tanto na memória quanto no coração de todos nós.”
Tribuna: Juiz de Fora recebe o seu show com grande expectativa. O que o público pode esperar dessa apresentação – e o que mais te inspira quando está diante de uma plateia mineira?
“Com toda certeza, o público pode esperar uma grande apresentação, preparada com o máximo de carinho e com um repertório especial. Como mineiro, nascido em Presidente Olegário, me sinto verdadeiramente feliz em estar com os meus conterrâneos, e a minha expectativa para este encontro também é enorme. Se preparem, porque, no próximo sábado, vamos fazer história em Juiz de Fora com um show inesquecível!”

