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Festival Varilux começa em Juiz de Fora

E DEUS CRIOU A MULHER REPRODUCAO
A proposta do festival é homenagear Brigitte Bardot, considerada diva do cinema mundial e que protagonizou o filme “E deus criou a mulher”, que será exibido durante o evento (Foto: Reprodução)
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Começa, nesta semana, o Festival Varilux de Cinema Francês. Cerca de 50 cidades do país vão exibir, do dia 9 ao dia 22, diversos filmes francófonos premiados. O festival é considerado o maior exibidor de filmes franceses fora da França. Em Juiz de Fora, vai acontecer no Cinemais, do Shopping Jardim Norte. Já nesta quarta-feira (8), a Aliança Francesa, que é um dos parceiros do evento, promove uma pré-estreia, às 20h, com o filme “Maestro(s)”, de Bruno Chiche. Todas as informações estão no site e no instagram da Aliança Francesa de Juiz de Fora.
Esta é a 14ª edição do Varilux. Na programação, a curadoria, feita por Christian e Emmanuelle Boudier, selecionou 19 longas-metragens e mais dois clássicos franceses. Além disso, neste ano, a proposta é homenagear Brigitte Bardot, considerada diva do cinema mundial. Dois filmes nos quais foi protagonista vão ser exibidos, sendo eles “E Deus criou a mulher”, de Roger Vadim, e “O desprezo”, de Jean-Luc Godard. Em São Paulo e no Rio de Janeiro, vai acontecer ainda a exibição da minissérie biográfica de seis episódios, que leva o nome da atriz, tendo como protagonista Julia de Nunez, que está no país para a estreia nas capitais.

Cannes em Juiz de Fora

O Varilux, neste ano, selecionou filmes de diversos gêneros, de drama a outros com temática policial, além inclusive, de um filme de animação. Um dos destaques da edição é “Anatomia de uma queda”, filme de Justine Triet que ganhou a Palma de Ouro no último Festival de Cinema de Cannes. O filme fala sobre a morte suspeita de Samuel, que, junto com sua esposa, Sandra, e seu filho, Daniel, que é deficiente visual, moram longe de tudo, nas montanhas. A morte é suspeita, e não se sabe se foi um suicídio ou um assassinato.

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Destaque também para “Making of”, de Cédric Kahn, que estreia primeiro no Brasil e só depois, em janeiro de 2024, será exibido na França. É um filme que fala sobre o processo de se dirigir um filme: Simon quer produzir um longa sobre a luta dos trabalhadores para salvar uma fábrica, no entanto, as coisas saem de rumo, inclusive, na própria vida do diretor e na produtora. Isso acaba por mostrar que o making of, por vezes, é melhor que o próprio filme.

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Outro premiado filme que vai ser exibido é “As bestas”, do espanhol Rodrigo Sorogoyen. No longa, um casal de franceses decide se mudar para o interior da Galícia. Apesar de uma vida sossegada, como queriam, o contato com outros habitantes não vai bem, e, após um desentendimento, a situação chega a um limite. O filme foi apresentado na mostra Première no Festival de Cannes de 2022 e recebeu Prêmios Goya e Prêmios CEC em 2023 de Melhor Diretor, Melhor Roteiro Original e Melhor Filme 2022.

Também participante do Cannes, “Culpa e desejo” entrou na competição deste ano. O filme representa o retorno de Catherine Breillat na direção, após uma pausa de dez anos. O drama apresenta Anne, uma advogada especializada em violência sexual contra menores que se envolve com o filho do próprio parceiro, tendo o risco de manchar sua carreira e desmembrar sua família.

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“O desafio de Marguerite” também entrou na seção de exibições especiais do Festival de Cannes 2023, além de ter sido destaque da 1ª edição do Festival Internacional de Cinema de Biarritz. Trata-se do terceiro longa de Anna Novion. Nele, Marguerite, brilhante aluna de matemática na Escola Normal Superior de Paris, prestes a terminar sua tese e apresentá-la diante do público, acaba passando por um problema que a faz desistir da faculdade e começar uma nova vida, em uma outra área.

Quem também marca presença no Varilux é o cineasta Emmanuel Mouret, que tem se destacado na filmografia contemporânea. O festival exibe seu filme “Crônica de uma relação passageira”, que foi apresentado na mostra Première no Festival de Cannes de 2022. A trama conta a história de Charlotte e Simon: ela, mãe solteira, ele, um homem casado. Eles iniciam um romance, mas com um combinado de ser apenas por diversão. No entanto, os sentimentos acabam mudando a situação.

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Outros filmes

Para além dos filmes que participaram de Cannes, o Varilux exibe filmes como “A musa Bonnard”, de Martin Provost, que narra a vida do pintor francês Pierre Bonnard e de sua esposa, Marthe de Méligny, ao longo de cinco décadas. Tem o drama “Alma gêmeas”, de André Téchiné. Já “Conduzindo Madeleine”, de Christian Carion, em 2022, abriu o Festival Cinema Francófono de Angoulême e esteve no Festival Internacional de Cinema de Toronto. O filme acompanha o envolvimento de um taxista quando conhece, em uma viagem, uma idosa.

Nome recorrente no Varilux, Karin Viard estrela o drama “Disfarce divino”, de Virginie Sauveur. Tem ainda “Memórias de Paris”, que mergulha no mundo de pessoas que sobreviveram a um ataque terrorista em um bistrô de Paris e a forma como eles conseguiram reconstruir suas vidas. Ele é dirigido por Alice Winocour, que faz sua estreia no Varilux.

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Um remake de “O brinquedo”, que é uma comédia francesa de 1976, também ganha a vez nesta edição, com o nome de “Meu novo brinquedo”, com direção de James Huth. Em “O astronauta”, Nicolas Giraud assume a direção e ainda o personagem principal, que é um engenheiro de astronáutica. Já o diretor Baya Kasmi traz comédia ao festival, com “O livro da discórdia”. “O renascimento”, de Rémi Bezançon, apresenta uma amizade pouco comum, entre um pintor e um galerista.

Premiado com o Teddy Award no Festival de Berlim e o Prêmio Especial do Júri da mostra Encounters, o filme de Paul B. Preciado, “Orlando, minha biografia política” é uma adaptação do livro “Orlando”, da Virgínia Woolf. Ele mistura ficção e documentário. “Sob as estrelas”, de Sébastien Tulard, narra a trajetória de um menino do subúrbio rumo ao sonho de trabalhar com um dos maiores confeiteiros.

A única animação do Varilux é “A viagem de Ernesto e Celestine”, uma codireção de Julien Chheng e Jean-Christophe Roger, que conta as aventuras de um rato e um urso, que são músicos, mas em um mundo em que a música foi proibida.

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Legenda para o segundo filme: Brigitte Bardot em “O desprezo”, de Godard, filme francês com a sétima maior bilheteria de 1963 (Foto: Reprodução)

Clássicos

“E deus criou a mulher” é de Roger Vadim que, na época da gravação do filme, era casado com Brigitte Bardot, que já a traz como um emblema da emancipação das mulheres, um símbolo da liberdade sexual. Por outro lado, “O desprezo”, de Godard, foi o filme francês com a sétima maior bilheteria de 1963, quando foi estreado, sendo ele o recorde do próprio diretor.

 

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