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Ana Cañas canta Belchior pela segunda vez em Juiz de Fora

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(Foto: Marcus Steinmeyer/ Divulgação)
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Nesta sexta-feira (7), Ana Cañas volta a Juiz de Fora com seu show “Ana Cañas canta Belchior”, no Teatro Paschoal Carlos Magno, a partir das 21h. Em outubro do ano passado, a cantora paulista esteve na cidade com o mesmo show. Mas, de lá para cá, algumas mudanças que só fazem confirmar o desejo dela com a apresentação: o impacto. Neste ano, o show virou DVD, disponível no YouTube. Em fevereiro, a Associação Paulista dos Críticos de Arte elegeu o show como o melhor de 2022. Aquilo que ela sentia quando ouvia Belchior vem ganhando, cada vez mais, novas configurações.

O projeto surgiu ainda na pandemia, em forma de lives, como forma de homenagear Belchior. Fãs do músico e de Ana Cañas se juntaram, logo depois, para possibilitar um disco, já nas plataformas digitais. “Tudo feito no amor, no coletivo, orgânico e verdadeiro”, disse, quando esteve na cidade com o show pela primeira vez. Na medida em que as casas foram sendo reabertas, o show se tornou possível, e ela passou a rodar o Brasil, passando por mais de 100 palcos.

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As músicas de Belchior sempre arrebataram Ana Cañas. Na pandemia, no entanto, elas a atravessaram de maneira diferente. E, nesse processo, ela foi entendendo que, na verdade, Belchior sempre esteve ali, do seu lado. “Ele me transformou no canto, na dicção, na percepção do todo musica pois, para além da escola da poesia, é uma escola de vida”, comentou, relembrando quando passou a cantar nos bares das cidades, no começo de sua carreira, e como Belchior significa, ao mesmo tempo, uma conexão com esse início.

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Constantemente dizem que a música de Belchior é atemporal. Ana Cañas usa disso como forma, também, de falar sobre o agora. Uma exemplo disso, citou na entrevista, foi o disco “Alucinação”, lançado durante a ditadura militar, e que continua sendo tão consumido. Para ela, essa recorrência, ao mesmo tempo que revela um diálogo entre os tempos, mostra como Belchior olhava de maneira diferente para o mundo: “Revela a perenidade de uma mente capaz de observar ciclos e fazer uma análise que se sobrepõe ao próprio tempo”. “Um gênio total”, afirma.

Com tantas canções, fica até difícil escolher as que entrariam no show. Claro que as clássicas, como “Como nossos pais”, “Sujeito de sorte” e “Velha roupa colorida” não podem faltar. Mas Ana Cañas, tendo como missão escolher aquelas que mais a emociona, encorpou outras consideradas “lado B”. Com o lançamento do DVD, ela ainda lançou uma inédita, “Um rolê no céu”, dada a ela, pelos filhos do músico, como um presente.

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Mesmo depois de tanto tempo rodando o país, “Ana Cañas canta Belchior” continua se tornando único em cada palco em que é apresentado. Ela se considera “bicho de palco”, e é sempre novo perceber como é que Belchior chega a cada um, em cada canto do Brasil. “Estar no palco é uma troca, você é atravessada (e avassalada) pela emoção da canção em si e das pessoas que comungam da experiência amorosa e poética que o Belchior emana.” E, desta vez em Juiz de Fora, uma outra experiência: no teatro, com a possibilidade de acompanhar, com atenção, cada detalhe dessa homenagem contínua.

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