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Conheça Zezé do Pandeiro: um homem do carnaval 

Conheça Zezé do Pandeiro: um homem do carnaval 
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Com mais de 80 composições, Zezé do Pandeiro é autor de vários sambas-enredo, deixando sua marca nos carnavais de Juiz de Fora e do Rio de Janeiro, onde apresentou, em 2000, o samba  “Trabalhadores do Brasil à época de Getúlio Vargas”, pela Portela (Foto: Arquivo Pessoal)
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José Almada Moreira, mais conhecido pelo seu nome artístico, Zezé do Pandeiro, é uma das grandes personalidades carnavalescas de Juiz de Fora, com uma vida dedicada à música e ao samba. “Eu não sei de onde veio essa paixão, não dá para explicar, sempre esteve comigo”. Hoje, com 80 anos, é reconhecido e merecedor de títulos, como honra ao mérito, moção de aplauso e Cidadão Benemérito. 

Nascido em 1944, o cantor e compositor iniciou sua jornada no carnaval como ritmista na extinta escola de samba Castelo de Ouro, que ficava próxima à sua casa, no Bairro São Benedito. Ele, que antes cantava somente em corais e quartetos da igreja, cantou samba ao ouvir Iracy dos Reis, compositor da Castelo de Ouro, tocando cavaquinho. A partir desse momento, sua vida tomou outro rumo, encantando a todos que o ouviam cantar a folia. Além da voz, Zezé herdou o talento com o pandeiro de seu pai, que lhe ensinou a tocar.

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Em 1972, Zezé foi convidado para fazer o samba-enredo da Castelo de Ouro, que seria o primeiro de sua autoria. Ao defender sua composição, nomeada “Festa Folclórica”, seu amigo e parceiro, Benedito Martins – Bené –, batizou-o com o nome artístico “Zezé do Pandeiro”.

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Paixão em família 

Neide Almeida, esposa de Zezé do Pandeiro, destaca o quanto a paixão pelo carnaval se tornou uma parte essencial da vida do casal e de sua família. “Se eu fosse descrever o Zezé, seria como um apaixonado pelo carnaval. Uma pessoa que encontrou, na folia, uma verdadeira paixão de vida. Eu até brinco que existe o Zezé do Pandeiro, ligado ao carnaval, à música, e o José Almada, esposo, pai. São pessoas completamente diferentes”. 

A importância da família nessa jornada não passa despercebida. “Nós completamos essa paixão dele. Todo mundo aderiu, todo mundo gosta de Carnaval. Por conta dele, nós fomos envolvidos com o Carnaval. Então, assim, formamos um grupo certo, todo mundo se apoia”, acrescenta Neide.

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Sambas-enredo

“Quando estou desfilando, é como se eu estivesse sendo elevado, estivesse flutuando”, expressa ele transmitindo a magia única que o carnaval proporciona. Atualmente, com mais de 80 composições, Zezé do Pandeiro é autor de vários sambas-enredo, entre eles “Festas folclóricas”, em parceria com seu amigo Bené, “Zumbi Rei Negro dos Palmares”, com R. Medeiros e Flavinho e “Festa no mar para Neturno”, com Walter de Paula.

Em 1977, a Unidos dos Passos sagrou-se campeã com o samba-enredo “Exaltação ao Rio São Francisco”, de autoria de Zezé do Pandeiro, em colaboração com Walter de Paula, Hegel Pontes e João Leonel. Ainda no mesmo ano, Elza Soares gravou o samba no LP “Pilão + raça = Elza”, pela CBS. “É uma sensação indescritível. Ver a escola sendo campeã com um samba que compus. É algo que fica marcado para sempre. Ter também uma artista como Elza Soares gravando uma composição minha é uma honra, é a realização de um sonho”.

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Entre inúmeras criações de sucesso, Zezé do Pandeiro integrou a ala de compositores de escolas de samba de Juiz de Fora e do Rio de Janeiro, sendo a Portela e Unidos dos Passos, alguns exemplos. Deixando, também, sua marca no carnaval carioca, o samba criado ao lado de Edinel, Ailton, Edinho Leal e Amilton,  “Trabalhadores do Brasil à época de Getúlio Vargas”, apresentado pela Portela em 2000, classificou-se em 10º lugar no Grupo Especial. 

“A inspiração vem de extrair o melhor possível da nossa história, das tradições. Sempre trabalhei em equipe, contribuindo mais na parte da música. O importante é fazer com que a composição represente bem a nossa escola”, afirma.

Carnaval de Juiz de Fora

Sobre a atual situação da folia na cidade, Zezé apresenta algumas preocupações. Entre elas, segundo ele, seria a necessidade de mais apoio, investimento e divulgação do carnaval. Para ele, há necessidade de maior envolvimento e vontade da comunidade, para que seja possível reviver a festividade. 

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(Foto: Arquivo pessoal)

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Dois sambas, uma emoção

Em sua trajetória, José Almada relembra dois momentos marcantes, sendo sua primeira composição autoral, o samba-enredo da Castelo de Ouro em 1972 e o samba da Portela em 2000, homenageando “Trabalhadores do Brasil à época de Getúlio Vargas”. Neste ano, a cidade parou para assisti-lo desfilando ao lado de Gera, intérprete oficial da Portela na época.

Zezé fez, ainda, sucesso em grupos musicais da cidade, como “Conjunto Regional do Bairro”, “Black Samba Show” e “Bacharéis do Samba”. O artista gravou um álbum solo, chamado “Avenida em três tempos”.

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Unidos do Ladeira

Este ano, Zezé será enredo da Unidos do Ladeira. Para ele, as expectativas são positivas e seus sentimentos são de gratidão e esperança. “Espero que o Ladeira esteja presente na avenida e que todos possamos contribuir para fazer um desfile memorável. Foi uma honra ser chamado, é muito bom ser reconhecido e lembrado em vida”.

*estagiária sob supervisão do editor Marcos Araújo 

 

 

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