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Confira 15 livros que ganharam novas edições para reler 

livros para reler

(Foto: Pixabay)

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Uma boa leva de reedições de livros chegou às livrarias brasileiras neste fim de ano. Algumas delas são fundamentais para entender o Brasil, como “Rabo de foguete”, de Ferreira Gullar; “Tempos extremos”, de Míriam Leitão; “Cidade partida”, de Zuenir Ventura, e o “Dicionário de folclore brasileiro”, de Câmara Cascudo.

Outras celebram a literatura nacional. Como é o caso da edição comemorativa de 60 anos de “Isto ou aquilo”, de Cecilia Meireles; os 40 anos de publicação de “Viva o povo brasileiro”, de João Ubaldo Ribeiro, e “Cartas perto do coração”, de Clarice Lispector e Fernando Sabino.

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Tem ainda livros de autores internacionais, como a biografia de Albert Camus, escrita por Olivier Todd, e “O tempo entre costuras”, da espanhola María Dueñas, que completou 15 anos de sua publicação. Há na lista, ainda, outros mais recentes – e que fizeram enorme sucesso nas redes sociais, entre os jovens leitores, como “A canção de Aquiles”, de Madeline Miller, e “A hipótese do amor”, de Ali Hazelwood.

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A reedição de livros é um processo que vai além da simples reimpressão. É uma decisão das editoras que permite a recirculação de obras significativas, seja por seu apelo cultural, literário ou comercial. Em geral, trazendo novos textos ou aparatos. É uma estratégia de chamar a atenção do leitor para uma obra que já estava fora de circulação ou que fez enorme sucesso e precisa ser resgatada de alguma forma para as novas gerações de leitores.

O Estadão listou 15 livros que acabaram de ganhar uma nova edição. Conheça cada um deles:

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Para celebrar a literatura brasileira

“Viva o povo brasileiro” (Alfaguara, 680 pp, R$ 149,90), de João Ubaldo Ribeiro (1941-2014), retorna em edição comemorativa de 40 anos. Lançado originalmente em 1984, o romance que conquistou o Prêmio Jabuti narra quatro séculos da história brasileira, explorando a formação da identidade nacional. A obra entrelaça vidas, mitos e lutas, revelando as nuances e contradições de uma nação em constante transformação. Esta nova edição conta com prefácio de Rodrigo Lacerda e Geraldo Carneiro, além de posfácio de Julio Pimentel Filho.

– “Em alguma parte alguma” (Companhia das Letras, 152 pp, R$ 94,90), publicado originalmente pela José Olympio em 2010, foi o último volume lançado em vida pelo por Ferreira Gullar (1930-2016). Eleito Livro do Ano pelo Jabuti em 2011, a obra funde passado, presente e futuro, evocando lembranças de São Luís do Maranhão e reflexões sobre a finitude.

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“Cartas perto do coração” (Record, 256 pp, R$ 109,90), livro que reúne a correspondência entre Clarice Lispector (1920-1977) e Fernando Sabino (1923-2004), retorna em edição especial depois de viralizar nas redes sociais. Um vídeo no TikTok no qual é lido um trecho da carta de Sabino a Clarice, escrita em 10 de junho de 1946, alcançou quase 2 milhões de visualizações e 345 mil curtidas. Organizado pelo próprio Sabino, o livro apresenta a troca de cartas entre os autores de 1946 a 1969. Esta nova edição, com capa dura e projeto gráfico de Luciana Facchini, inclui prefácio inédito de Nádia Battella Gotlib e fac-símiles de manuscritos.

“Ou isto ou aquilo” (Global, 66 pp, R$ 99), de Cecília Meireles, comemora 60 anos com edição especial. O livro infantil, com ilustrações de Odilon Moraes, ganha nova capa em tecido assinada por Maurício Negro e bordas com pintura trilateral prateada. A obra, publicada originalmente em 1964, continua a encantar gerações com seus poemas lúdicos e sensíveis

“Os invasores” (Instante, 208 pp, R$ 74,90), de Dinah Silveira de Queiroz, retorna às livrarias em edição comemorativa. Publicado originalmente em 1965, o romance aborda a invasão francesa ao Rio de Janeiro em 1710, liderada pelo corsário Jean-François Duclerc. A narrativa se desenvolve a partir da perspectiva de um grupo de mulheres que se reúne em um trapiche à beira-mar para se proteger dos invasores. A obra se destaca pelo tom cômico e jocoso, aproximando-se da tradição do romance picaresco, e pela reconstituição histórica do Rio setecentista.

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Livros para entender o Brasil

“Rabo de foguete” (José Olympio, 256 pp, R$ 69,90), também de Ferreira Gullar, é um relato pessoal sobre o exílio do autor durante a ditadura militar. A nova edição traz fotografias inéditas de sua vida fora do Brasil e imagens do passaporte de Gullar cancelado pela ditadura, além de relatórios do Serviço Nacional de Informação (SNI) sobre o paradeiro do poeta.

“Cidade partida” (Companhia das Letras, 296 pp, R$ 109,90), de Zuenir Ventura, chega à sua edição de 30 anos. O livro, que retrata a violência no Rio de Janeiro dos anos 1990, é fruto de dez meses de convivência do autor na favela de Vigário Geral. Esta edição especial conta com prefácio de Mauro Ventura, filho do escritor, e relembra o Prêmio Jabuti de Melhor Reportagem conquistado em 1995.

“Dicionário de folclore brasileiro” (Global, 424 pp, R$ 199), de Câmara Cascudo, ganha nova edição em celebração ao seu 70º aniversário de publicação. A obra de referência mantém seus milhares de verbetes sobre superstições, mitos e lendas brasileiras, agora com ortografia atualizada. Esta edição especial inclui textos de Laurentino Gomes e Carlos Drummond de Andrade, além de um caderno de imagens coloridas.

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“Tempos extremos” (Intrínseca, 304 pp, R$ 79,90), romance de estreia de Miriam Leitão, ganha edição de 10 anos. Finalista do Prêmio São Paulo de Literatura, o livro explora os mistérios de uma antiga fazenda mineira, entrelaçando conflitos familiares e políticos em diferentes períodos da história brasileira. A narrativa aborda temas como escravidão e regime militar, mantendo a postura crítica característica da autora em sua carreira jornalística.

“Dona Vitória Joana da Paz” (Planeta, 224 pp, R$ 69,90), de Fábio Gusmão, é uma reedição do livro originalmente publicado em 2006. A obra conta a história verídica de uma senhora de 80 anos que filmou a movimentação do tráfico e a negligência policial em seu bairro no Rio de Janeiro. Esta nova edição inclui imagens exclusivas das últimas semanas de gravações, transcrições de áudio e atualizações sobre a vida de Dona Vitória. O livro está sendo adaptado para o cinema, com estreia prevista para março de 2025, tendo Fernanda Montenegro como protagonista.

Da literatura internacional

“O tempo entre costuras” (Planeta, 480 pp, R$ 139,90), de María Dueñas, ganha nova edição de luxo, com outra capa e lombada dourada, para comemorar os 15 anos de sua publicação. O romance histórico, que mescla espionagem e superação, narra a história de Sira Quiroga, uma costureira madrilenha envolvida em intrigas durante a Guerra Civil Espanhola e a Segunda Guerra Mundial. Traduzido para mais de 35 idiomas, o livro tornou-se um fenômeno literário internacional, com adaptação em uma série com direção de Iñaki Mercero, Norberto López Amado e Iñaki Peñafiel. Leia entrevista com a autora

“Albert Camus: uma vida” (Record, 882 pp, R$ 169,90), biografia de Albert Camus escrita por Olivier Todd e traduzida por Mônica Stahel, ganha nova edição. Baseada em correspondências pessoais, gravações inéditas e entrevistas, a obra oferece um retrato detalhado do escritor francês, explorando tanto sua vida pública quanto privada. A edição atualizada inclui rico encarte de imagens com digitalizações de cartas do autor.

“O filho de mil homens” (Biblioteca Azul, 224 pp, R$ 69,90), o quinto romance de Valter Hugo Mãe, publicado originalmente em 2011, volta às livrarias em versão especial, com nova capa e pintura trilateral. A obra, que será adaptada para o cinema pela Netflix, com Rodrigo Santoro no papel principal, traz prefácio do escritor e bibliófilo argentino Alberto Manguel. O livro narra a história de Crisóstomo, um pescador solitário de 40 anos que decide mudar seu destino ao encontrar Camilo, um jovem órfão, e Isaura, uma mulher rejeitada por sua comunidade. Com uma narrativa sensível e personagens peculiares, Valter Hugo Mãe constrói uma reflexão sobre solidão, família e amor incondicional.

Os sucessos do TikTok que já ganharam reedição

“A canção de Aquiles” (Planeta Minotauro, 336 pp, R$ 76,90), de Madeline Miller, traduzido por Gilson César Cardoso de Sousa, é uma releitura do clássico Ilíada de Homero. Eleito um dos 100 melhores livros do século pelo The New York Times, o romance explora o poder do amor e a força do destino, entrelaçando as grandes batalhas entre deuses e reis com os segredos do coração humano.

“A hipótese do amor” (Arqueiro, 368 pp, R$ 89,90), de Ali Hazelwood, traduzido por Thaís Britto, ganha uma edição de colecionador com capítulo extra. Best-seller do TikTok, o romance narra a história de Olive Smith, uma doutoranda em Biologia em Stanford, que se envolve em um falso namoro com o professor Adam Carlsen. A trama combina elementos de comédia romântica com o ambiente acadêmico, explorando temas como amor, ciência e superação de preconceitos. Com mais de 500 mil exemplares vendidos no Brasil, o livro se destaca por seus diálogos afiados e pela abordagem inteligente e bem-humorada das relações amorosas no meio científico.

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