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Jeanne Pipa lança o livro ‘De mãos dadas com Gabi’

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O livro de Jeanne Pipa tematiza o amor incondicional, o enfrentamento da sociedade e as dificuldades para a aceitação de pessoas LGBT, dentro de suas casas e diante do mundo (Foto: Divulgação)
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O livro ‘De mãos dadas com Gabi’, escrito por Jeanne Pipa, será lançado na Câmara Municipal, nesta quinta-feira (7), às 19h. Publicado pela editora Bailer Books, essa obra conta uma vivência da autora, abordando a história da perspectiva de uma mãe, que lida com a perda de sua filha, uma mulher trans, que morreu durante uma cirurgia para colocar silicone industrial em 2016. Tendo em vista essa temática, o livro tematiza o amor incondicional, o enfrentamento da sociedade e as dificuldades para a aceitação de pessoas LGBT – dentro de suas casas e perante o mundo.

Para a autora, essa é uma jornada que é permeada por amor e dor, e se debruça principalmente pela adolescência conturbada da filha, seu crescimento e momentos marcantes. Mais que isso, essa é uma tentativa de fazer com que essa história, que pode parecer apenas particular, não se perca: “O que motivou esse livro foi não deixar a memória da minha filha morrer com ela”, diz Jeanne.

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Em sua visão, a partir da própria história de vida da filha também é possível também tentar ajudar pessoas LGBT a se aceitarem e famílias a aprenderem a lidar com amor em relação aos seus entes que fazem parte da comunidade. “A vida da minha filha foi muito conturbada, cheia de altos e baixos, e quis usar essa trajetória para ajudar outras pessoas”, conta. Para ela, que vivenciou esses momentos, é importante ter uma ajuda para discernir como agir. “Ela lutou muito, com seus erros e revoltas. Esse legado é meu agora, porque eu, como mãe, preciso continuar. E quero continuar em prol dos outros, que sofrem com o preconceito”, diz.

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Além disso, para ela, o livro também ajuda a perceber os riscos do silicone industrial e os resultados trágicos que o uso pode trazer. “O falecimento dela se deu devido ao uso do silicone industrial, e eu vejo que muitas pessoas ainda fazem o uso dessa substância. Isso leva a consequências muito difíceis para todas as famílias”, diz. Para ela, que imagina como seria se a filha pudesse ler o livro, uma vez que suas páginas trazem momentos que considera difíceis da vida da filha, o sentimento que ficaria, no geral, seria de orgulho. “Ela viveu como quis e fez as coisas como quis. Acho que ver isso a deixaria feliz”, afirma.

Capa do livro (Foto: Divulgação)

Processo de dor e crescimento

A autora revela que, além de uma obra literária, esse livro funcionou como uma forma de se ‘livrar’ de tudo que carregou sobre essa história – de um jeito que transformasse as dificuldades e os sentimentos angustiantes em algo novo. “Eu entendo que foi um diário de vida pra mim, em que coloquei minhas dores, fraquezas e até erros como mãe. Foi um desafio contar essa verdade e tirar de dentro de mim esse medo de enfrentar o que aconteceu”, conta.

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O processo de escrita, que se iniciou no mesmo ano da morte, também trouxe uma mistura de sensações. “Escrever isso me emocionou, me trouxe dor e também saudade. É algo difícil até de se definir”, diz. Apesar de se tratar de uma vivência tão íntima, ela considera que o livro pode fazer com que as pessoas reflitam sobre variados temas, e espera que seja uma forma também de ajudar a combater o preconceito.

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