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Exposição no Fórum da Cultura faz estudo sobre os pintores de paisagem

Olhares-de-viajantes

Foto: Gabriela Maciel/Reprodução

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“Olhar o mesmo com olhar de viajante”, resume a artista Alice Rodrigues sobre o exercício de não se permitir banalizar as paisagens com as quais se defronta todos os dias. Há pouco mais de cinco anos, quando passeou por algumas ruas de Juiz de Fora pela primeira vez, a jovem natural de Montes Claros, na Região Norte de Minas Gerais, expressou seu olhar de viajante, que o cotidiano insiste em desgastar. Francisco Brandão, nascido em Ubá, e Gabriel Maciel, de Ipatinga, compartilham com Alice da experiência motivada pelo ingresso no ensino superior. Os três cursam o Bacharelado Interdisciplinar em Artes e Design da UFJF e, nesta terça-feira, 6, inauguram a exposição “Paisagens contemporâneas”, que reflete o esforço que empreenderam ao se tornar parte sem que isso consumisse o olhar curioso e disposto aos detalhes.

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Desenhos feitos diante de cenários reais ganham pintura de Alice Rodrigues e Francisco Brandão e, posteriormente, se somam aos registros de Gabriela Maciel (Foto: Gabriela Maciel/Reprodução)

“Quando comecei a me envolver com esse trabalho, foi me despertando o interesse por coisas peculiares, por lugares nos quais passo cotidianamente. Habituamos nosso olhar a observar tudo da mesma maneira”, comenta Alice. “Nossa intenção é aprisionar uma memória do local. E o processo de retenção da tinta sobre o vidro passa por isso”, acrescenta ela, que se deslocou até cenários simbólicos da cidade e desenhou em grandes e grossas lâminas de vidro o que via. Ao lado de Francisco, pintaram o esboço, colorindo as cenas, que posteriormente ganhavam a sobreposição de outra lâmina de vidro. As lentes de Gabriel não apenas registraram o processo como também propuseram novas conexões para além do retratado no vidro.

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O pequeno recorte exposto é a primeira parte do projeto homônimo contemplado pela Lei Murilo Mendes e deve ganhar novas exibições à medida em que for produzido. “Nossa ideia é ‘aprisionar’ um instante, um momento, buscando uma transparência. O trabalho é muito da percepção de cada um. Como somos três, acabamos tendo visões diferentes da paisagem. Essa experiência é bem diferente porque nossa vivência sobre a cidade é bem particular”, pontua Alice, chamando atenção para novas percepções, frutos das outras vivências dos espectadores. A expectativa é que todo o percurso da proposta seja concluído em fevereiro.

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Presentes nos desenhos feitos sobre o vidro, os cavaletes referenciam “Paisagens contemporâneas” nos debates acerca das pinturas na história da arte. Segundo Alice, o trio também se interessava em refletir sobre como o suporte foi explorado ao longo de anos, décadas e séculos. “É um estudo sobre os pintores de paisagem”, aponta ela, afirmando ter escolhido os espaços por diferentes razões. “Alguns locais escolhemos por proximidade, como a Rua Santos Dumont, que é perto de onde vivemos. Também escolhemos monumentos importantes da cidade”, diz, destacando os cenários onde saltam aos olhos o caminho da urbe e os movimentos de cores.

PAISAGENS CONTEMPORÂNEAS
Abertura nesta terça-feira, 6. Visitação de segunda a sexta-feira, das 10h às 18h, até 16 de novembro, no Forum da Cultura (Rua Santo Antônio 1.112 – Centro)

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