“Tudo vale, tudo é arte”, diz Noah Mancini, curador da “Montagem Povera #2” sobre os trabalhos compilados na mostra que fica no Centro Cultural Bernardo Mascarenhas (CCBM) até o dia 16 de fevereiro, reunindo mais de cem peças de artistas independentes, de idades variadas, de Juiz de Fora e de outras cidades mineiras e estados, como Ceará, Pernambuco, Rio de Janeiro, São Paulo e Santa Catarina, com obras que vão da videoarte e arte digital a pintura e escultura. “A intenção é promover uma curadoria em que tudo passa, não há censura. A ideia é que as pessoas envolvidas com arte de alguma maneira não tenham receio de experimentar, colocar o nome para jogo como artista, como criador ou criadora, por isso há tantas pessoas expondo pela primeira vez.”
A montagem é resultado de um trabalho mais amplo e que vem sendo realizado há mais tempo pela Casa Povera, que busca suprir uma demanda dos artistas locais. “A Casa Povera surgiu no IAD, porque, mesmo estando no curso de Artes e Design, não temos aula de como se faz uma exposição, como podemos nos inscrever em editais, então começamos a nos reunir, em casa mesmo, discutindo estes temas, trocando conhecimento e começando a realizar pequenas mostras”, conta Noah, para quem a ocupação de um espaço institucionalizado das artes como o CCBM é um passo importante para legitimar os expositores da montagem como artistas. “É algo inédito, porque a gente já ocupa espaços independentes, nossas casas, o ‘barzinho ali das gatas’, fazemos esse caminho inicial. Mas estar no CCBM, além de uma divulgação mais massiva e um acesso ao trabalho mais orgânico (porque já é um espaço central e frequentado), é uma questão de afirmação dessa arte e de quem está expondo”, destaca ele, sobre a montagem em que trabalharam Augusto Henrique da Costa, Bárbara Morais, João Aquino, Millena Santiago, Raízza Prudêncio, Ramon Vilaça e Tiago Gabina. A Casa Povera é espaço de arte, móvel e autônomo, em atividade desde 2017, que se propõe a ocupar “áreas institucionais e domésticas”.
“Montagem Povera #2”
De terça a sexta-feira, das 9h às 21h; Sábados e domingos, das 10h às 18h, no CCBM (Avenida Getúlio Vargas 200, Centro)