O Museu de Sant’Ana, na cidade de Tiradentes, abre seu espaço para acolher a exposição “Deus lhe pague – Esmoleiros do barroco brasileiro”. A mostra, que tem entrada gratuita, aborda os esmoleiros, peças que remontam aos séculos XVIII, XIX e XX e que são feitas de madeira, ferro, lata e folhas de flandres. Elas trazem à tona um costume antigo, que faz parte do imaginário popular católico, já que é quase impossível conhecer quem nunca tenha deixado uma moeda em frente a uma figura sagrada, seja pedindo proteção ou contribuindo com a própria religiosidade.
A exposição é composta por 35 peças originárias de Goiás, Bahia, Mato Grosso e Minas Gerais, e sua curadoria é assinada por Angela Gutierrez. De acordo com ela, é justamente a essência rústica e a simplicidade das peças que dão força às histórias por trás desses objetos de fé únicos. “Cada esmoleiro é uma súplica. Um pedido silencioso, de despojamento e humildade. Só quem pede sabe como é difícil pedir. Pedir é assumir que não se tem, é se dizer em estado de necessidade. Muitas vezes, também se dá o que nem se tem, e a pequena moeda que chegou, com tanta dificuldade, se transforma em uma esmola suada, que ao sair devolve àquele que oferta a sua condição de pedinte. A fé tem esses mistérios”, considera Angela Gutierrez.
A exposição “Deus lhe pague – Esmoleiros do barroco brasileiro” fica em cartaz no Museu de Sant’Ana, por tempo indeterminado. A visitação pode ser realizada de quarta a segunda das 10h às 18h. Apenas no domingo o horário é diferente, sendo das 10h às 16h.
Museu de Sant’Ana
Instalado na antiga Cadeia Pública da cidade de Tiradentes, o Museu abriga 291 imagens de Sant’Ana, a santa protetora dos lares e da família, bem como dos mineradores. São obras brasileiras, de várias regiões do país, eruditas e populares, dos mais variados estilos e técnicas, produzidas em sua maioria por artistas anônimos, entre os séculos XVII e XIX, em materiais diversos. Reunidas por Angela Gutierrez ao longo de quatro décadas de buscas e pesquisas, as peças constituem um acervo sem similar no país, agora compartilhado com todos. Doada ao Patrimônio Público e sob a gestão do Instituto Cultural Flávio Gutierrez, a coleção impressiona pela beleza, originalidade e relevância.
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