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Banda Alles Club prepara primeiro álbum para 2018

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Com a proposta de envolver muitas parcerias, Alles Club (que significa banda de todos) é formada por Rodrigo Lopes, Ruan Lustosa, Fred Mendes e Nina Hübscher. (Foto: Divulgação)
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Depois de buscar inspiração no passado, a banda juiz-forana Alles Club está com os olhos voltados para o futuro. O grupo já iniciou o processo de gravação do primeiro álbum “cheio”, com algumas canções já compostas e executadas em shows. “Temos músicas em diferentes estágios de produção: algumas em que já está tudo gravado e outras faltando gravar quase tudo. É um disco que vai ‘falar’ de viagens, porque muitas das músicas são instrumentais.

A ideia é que seja um disco que você possa ouvir numa estrada; a primeira música (uma das que estão prontas) narra uma viagem de avião do início (ouvem-se as instruções de segurança) ao fim (ouve-se o piloto falando que vai aterrissar). Eu gravei esse material nos aviões entre Portugal e Suíça enquanto gravávamos o ‘1999’”, adianta Rodrigo Lopes, um dos guitarristas e vocalistas da Alles Club (também integrante da Duplodeck). E avisa que a meta é lançar o trabalho no começo de 2018.

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O grupo lançou em junho um pacotão musical “dois em um” para a felicidade dos apaixonados por shoegaze e post-rock. “Eclipse”, faixa integrante do EP “1999”, do ano passado, ganhou maxi single por meio da Pug Records com três versões da canção, e ainda rolou o lançamento de um videoclipe produzido pelo pessoal da Inhamis. O registro audiovisual pode ser assistido na página da Pug no YouTube, enquanto o single está disponível para audição e download 0800 em www.allesclub.bandcamp.com

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A história de “Eclipse” é ainda mais longa que seus cinco minutos de vocais fantasmagóricos soterrados por toneladas sonoras de guitarra, bateria e contrabaixo. Ela tem início lá nos anos 1990, quando diversas bandas brasileiras foram criadas e formadas tendo como influências o shoegaze inglês, o post-rock e o grunge americano. Foi o caso da local Deep Noise, banda que deixou muito nome e pouco registro sonoro para contar a história. Dentre as canções que ficaram por aí, estava “Look at the sun”, escrita por Ciro Madd e Emerson Silva, que foi posteriormente revirada para se tornar o embrião de “Eclipse”.

Rodrigo Lopes conta um pouco da história de pouco mais de 20 anos da canção. “Ela surgiu de uma brincadeira do Ciro e do Emerson em inverter os acordes de ‘Look at the sun’, ainda em 1992, e em 1999 eu, o Luiz Alberto Moura (da Grandprix), o Emerson e o Alex Martoni começamos um outro projeto e avançamos na composição, mas ela só foi finalizada por mim e pelo Luiz em 2013. A versão original nunca foi gravada, e a gente tinha apenas a sequência de acordes. O que sobrou foi a vinheta que abre o single, e como nunca ouvi versão da Deep Noise imagino que devia ser algo bem diferente.”

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Internet, a ponte musical

Foi a partir de 2013 que a Alles Club começou a tomar forma, ainda em terras europeias. Enquanto Rodrigo Lopes seguia de Portugal para a Suíça, Luiz Alberto chegava à terra de Cabral (o navegador português, e não o político de má fama). Ambos estavam a fim de resgatar as composições do final do século passado e, enquanto não encontravam novos parceiros, foram trocando figurinhas musicais por meio da internet, desenvolvendo o esqueleto das canções. Quando podia, Lopes retornava a Portugal e gravava o que podia com o parceiro e outros amigos, e a finalização se deu quando ele voltou ao Brasil com a esposa, a suíça Nina Hübscher (baixista e uma das vocalistas).

“A versão do EP (faixa um) e o remix da Pug (faixa dois) foram gravados entre 2013 e 2015 na Europa e em Juiz de Fora, comigo no baixo, guitarras e teclado, Fred Mendes na bateria, Ciro Madd nos vocais da faixa um, Nina Hübscher fazendo os vocais nas faixas um e dois e o Raphael Ochsenbein nos trompetes. A versão ao vivo foi gravada em dezembro de 2016 durante um ensaio aberto no Maquinaria”, conta Rodrigo. Essa versão, inclusive, mostra a formação atual, que conta com Rodrigo Lopes e Ruan Lustosa (The Basement Tracks) nas guitarras, Fred Mendes na bateria e Nina Hübscher comandando o baixo e os vocais.

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“Produzir esse EP e o single foi um reflexo da nossa era tecnológica, que nos permite essa mobilidade. Teria sido muito mais difícil fazer isso no passado, eu acho. Mas a ideia da banda (e do próprio nome, Alles Club é o ‘Clube de todos’) é que envolva muitas colaborações entre amigos que se admiram musicalmente. As parcerias no Brasil se deram principalmente quando Nina e eu nos mudamos para o país, foi quando fechamos as gravações com o Fred e o Bráulio Almeida, que tocou bateria em ‘Só hoje’ (do EP), mixou e masterizou o disco no Rio.”

O músico fala ainda a respeito do longo, mas longo mesmo, processo de criação da música. “Acho incrível a maneira como ‘Eclipse’ (e as outras músicas do EP) resistiram ao teste do tempo em mim e no Luiz Alberto”, continua. “Se ela tivesse sido terminada anos atrás, teria roupagem totalmente diferente, talvez, mas sendo agora ela pôde amadurecer. Essas músicas me ensinaram que o que é verdadeiro na gente resiste ao tempo.”
Videoclipe

Além da proposta de Pug Records para lançar “Eclipse” como maxi single, eles aproveitaram e convidaram o pessoal da Inhamis para produzir o videoclipe da música, o que foi feito em março na casa de Lopes e Nina, no Graminha, e em outras locações escolhidas pela produtora. “Nós todos já admirávamos o trabalho da Inhamis há muito tempo. Eles são nossos amigos, e sempre os acompanhamos. Eu já havia sondado para fazer um do Duplodeck, mas na época não rolou. Agora eles foram uma opção óbvia para a gente. Ficamos muito felizes e honrados por eles terem topado.”

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