De segunda a sexta, Marcelo Serrado fica preso às vilanias de Carlos Eduardo Vidigal, o político de “Velho Chico” que não mede esforços para ser o sucessor de Afrânio, personagem de Antonio Fagundes. O descanso de tanta maldade só chega mesmo no sábado, quando o ator global dá uma pausa nas gravações e viaja para um outro mundo, bem mais leve, como acontece neste sábado. Em sessão única, às 21h, no Cine-Theatro Central, o intérprete do fenômeno Crodoaldo Valério, o Crô, de “Fina estampa” apresenta “ATORmentados”.
“Essa é uma maneira de falar dos nossos tormentos e de nossas loucuras do dia a dia. Todo ator também é um pouco “ator mentado”, diz ele, que, em um palco nu, com microfone nas mãos, fala sobre relacionamentos, política e internet. Pai de gêmeos, o ator também aproveita a ocasião para fazer rir ao descrever sua experiência de cuidar de dois meninos iguais. Crodoaldo não ficará de fora, mesmo não sendo o protagonista do espetáculo. O humor precisa estar atento à realidade em que vivemos? “Sim, junto de tudo”, afirma Serrado.
Sozinho em cena, Serrado já descobriu o caminho para segurar o público em um monólogo. “Ser ágil e dinâmico é fundamental para isso. Sempre se sentir ou parecer seguro e bem à vontade é outra regra básica”, garante esse carioca. Transitar entre o mundo de Carlos Eduardo e o mundo de “ATORmentado”,ele diz ser um respiro. “Saio de uma coisa carregada para algo mais leve. Por isso, diria que minha peça, nesse sentido, é quase que um parque de diversões.”
No momento, Marcelo Serrado e o público aguardam a concretização de novos rumos para Crodoaldo, que pode ganhar uma série em 15 capítulos em um canal da Globosat, com direção de Ricardo Waddington. “Não sei se o projeto vai realmente sair. Isso está nas mãos dele (Waddington). Da Rede Globo. Vamos aguardar.”