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Rafa Castro lança single ‘Caminho é se perder’, o primeiro de novo álbum

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Artista, que já lançou os álbuns ‘Fronteira’ e ‘Teletransportar’, dá início a nova fase (Foto: Camilla Molica/ Divulgação)
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O single “Caminho é se perder”, do cantor, compositor e pianista Rafa Castro, já está disponível nas plataformas de áudio. A canção encontra na vulnerabilidade um espaço para explorar possibilidades e propor novas rotas, ainda sem saber qual será o futuro. Esse trabalho contou com a participação especial de Paulo Novaes e Lucas Caram, compositores da canção e parceiros de longa data do artista na cena da música brasileira contemporânea. Depois dos álbuns “Fronteira” (2017) e “Teletransportar” (2020), o mais recente trabalho mostra a mudança de perspectiva necessária para a concepção do álbum “Em silêncio o afeto cresce”, previsto para sair após o carnaval de 2026. 

O que motivou a criação da música, como explica o artista, foram suas próprias vivências amorosas e trocas interpessoais. Rafa não tem medo de trazer à tona o que é íntimo: pelo contrário, acredita que a música ajuda a pensar no que é a imprecisão da vida. “A gente tenta se agarrar às certezas da vida e em bases sólidas que criamos em nosso imaginário, mas no final a vida é uma dança, é um correr do rio que quando olhamos parece que está no mesmo lugar, mas está sempre se renovando e se transformando”, comenta o artista nascido em São João Nepomuceno, que já vive em São Paulo há quase uma década. Foi esse sentimento que guiou o álbum, que mergulhou na ideia de estar aberto às relações e ao mundo para se perder e se encontrar. “A vida é muito maior do que podemos conceber e agarrar.”

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A escolha de lançar a música como o primeiro single do projeto veio justamente para marcar a transição de  “Teletransportar” para “Em silêncio o afeto cresce”. Enquanto o projeto de 2020 trouxe uma perspectiva política e ambiental, com um viés socioinvestigativo, ele entende que esse se aproxima mais dos “encontros e desencontros” que já teve. A ideia, como ele explica, era que as canções crescessem no silêncio, no espaço que não se vê no dia a dia, mas que se percebe no resultado final: como o afeto que envolve raízes subterrâneas. E “Caminho é se perder” mostraria bem essa transição. 

Música é som e silêncio

Álbum está previsto para lançar em 2026 (Foto: Katharina Giglio/ Divulgação)

A canção “Caminho é se perder” carrega leveza no arranjo e tem características que resumem o processo de gravação do álbum como um todo. Os outros projetos de Rafa Castro foram gravados ao vivo, depois de ele escrever os arranjos, ensaiar com os músicos e ir para o estúdio; dessa vez, no entanto, ele quis experimentar algo diferente. “Concebi toda a pré do disco, com os instrumentos no meu computador, e depois disso fui convidando músicos e artistas para escutar o que tinha feito e propor ideias que dialogassem com aquilo e tivessem uma autoria”, explica. O resultado foi um álbum gravado em camadas e que traz mais da identidade de seus colaboradores, como ele destaca. 

Esse processo também combina com a ideia de valorizar o que cresce no silêncio, que o próprio nome do álbum destaca. Pode parecer contraditório pensar em música e em silêncio juntos, mas ele ressalta que não é: “Música é som e silêncio. O conceito inicial é esse, intercalar e interpretar esses dois elementos. Esse cuidado com fazer música de maneira profunda, ouvindo os silêncios e as pausas para saber colocar notas, divisões e interpretações a partir desse encontro”. 

 

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Mergulho em si mesmo

Músicas foram gravadas em camadas, para acrescentar colaborações dos artistas (Foto: Camilla Molica/ Divulgação)

Tanto no single “Caminho é se perder” quanto para o álbum como um todo foi possível tocar em lugares muito pessoais, como a perda recente de seu pai. Para ele, essa também é uma forma de transformar sua experiência a partir do próprio trabalho: “Eu preciso de um silêncio ou um tempo para apurar e por em palavra, transformar a vida em música. Tive que respirar um pouco para poder transformar aquilo tudo em canção. Mas é muito importante, porque a partir do momento que escrevo e coloco pra fora, ganha outra dimensão e memórias”, explica. 

Inspirado em seus contemporâneos e em figuras como Lô Borges e Beto Guedes, também conta que fez isso olhando para suas origens, em Minas Gerais. “Estar fora da sua casa primeira de alguma maneira te faz olhar para o lugar de onde você veio”, reflete. Para ele, esse é o processo em que consegue fazer releituras e viver momentos que chegam a ser curativos. A arte, não tem dúvidas, pode transformar a realidade.

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