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Morre artista plástica juiz-forana Marilda Hill Maestrini

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Marilda com o marido, o também artista Sérgio Alberto Maestrini (Foto: Arquivo pessoal)
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“Arte e família”. Essas são as palavras que definem a artista plástica Marilda Hill Maestrini, na visão de seu filho, o professor e escritor Alexandre Müller Hill Maestrini. A pintora juiz-forana, de 78 anos, morreu, na madrugada desta sexta-feira (3), por insuficiência respiratória em consequência de Esclerose Lateral Amiotrófica (ELA). Seu corpo foi cremado, na tarde do mesmo dia, às 15h, no crematório de Matias Barbosa.

“Ela morreu em casa e muita tranquila”, disse Alexandre, ressaltando que a mãe adormeceu e foi acometida por uma falta de ar, que ocasionou uma parada respiratória. “Foi consequência da doença, que enfraqueceu os pulmões”, informou o filho. “Há três anos minha mãe já vinha no processo natural da doença, que, desde o início, a gente já sabe o que vai acontecer. Mas ontem ela foi abençoada de não ter que passar pela fase cruel dessa doença, que é a fase em que a pessoa precisa ficar entubada, que é a fase hospitalar.”

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Marilda sempre foi artista plástica, tendo usado seu talento como pintora, escultura, produtora de figurino de balé e até de fantasias para escolas de samba de Juiz de Fora. “Minha mãe ministrou aulas na Antônio Parreiras, na Academia de Belas Artes, e era conceituda como uma artista diferente na área da pintura, com abstratos, grandes aquarelas, pintura de decoração de entrada de prédios”, descreveu Alexandre.

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Ele lembra que sua mãe ficou muito conhecida nas exposições de pintura de Juiz de Fora. “Ela tinha seus trabalhos nas exposições da grande época do Pró-Música, da galeria que existiu na igreja antiga da escola Stella Matutina. Ela e meu pai sempre foram muito influentes nessa área da pintura, da cultura. Nos últimos tempos, basicamente, minha mãe vinha fazendo várias séries de bailarinas, que é a infância dela no balé; uma série de barcos, do mar, da liberdade. Como última tendência, ela pintava muitos pombos, o Espírito Santo, os folguedos mineiros, folia de reis, das coisas de Tiradentes e Paraty, dessa tradicional cultura do Sudeste carioca e mineiro.”

Alexandre se recorda que, enquanto artista, sua mãe esteve muito presente nos cadernos de cultura e nas colunas sociais. “Ela também tinha uma participação na beneficência. Em todos os jantares para alguma causa, em Juiz de Fora, todo mundo pedia e ela pintava um quadro exclusivo para doar. Ela tinha essa caracaterística, pois as pessoas chegavam e diziam que iriam fazer uma homenagem, ela sentava diante de uma tela em branco e pintava o homenageado.”

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Marilda nasceu em Juiz de Fora e por aqui plantou suas raízes. Desde criança mostrou inclinação para as artes. Com 4 ou 5 anos começou a desenhar sua própria roupa, porque queria ter vestimentas únicas. “Meu avô comprava os tecidos para minha avó costurar, porque minha mãe não queria as roupas das lojas. Uma artista plástica por inteiro”, conta Alexandre. “Estudou no Carmo, nos Santos Anjos e se formou em filosofia e teologia. Mas priorizou também a família, já que foi fazer faculdade depois que os filhos já estavam criados. Dedicou-se a arte e à familia. Assim ela pode ser definida”, finalizou Alexandre.

 

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