Neste sábado (6), a partir das 18h, a Biblioteca Municipal Murilo Mendes, que fica na Praça Antônio Carlos, sedia o lançamento do segundo livro de poesias de Dy Eiterer, “Os olhos do deserto”, pela Provérbio Editora. A atividade, que tem entrada gratuita, conta ainda com um pocket show de Valber Meireles.
Historiadora e professora com 20 anos de carreira, Dy Eiterer confessa ser “poeta desde sempre”. Isso porque desde nova manteve um caderno ativo de poesias, onde escrevia tudo o que sentia. Esse volume considerável ficou guardado durante um tempo, até o lançamento de seu primeiro livro, “Os desertos que me atravessam”, que mescla poesias e crônicas, de 2019.
Foi necessária uma pausa das publicações. Pausa essa responsável pelo que Dy Eiterer chama de amadurecimento. Apesar de trazer temas parecidos e tendo o deserto como ponto de partida, em “Os olhos do deserto” a autora confessa que reuniu poesias “mais fortes e muito mais profundas”.
O livro é composto por versos livres e independentes que aparecem, quando juntos, como uma trajetória. Dy Eiterer é professora de dança cigana. Seus poemas, sempre escritos ouvindo música, acabam ganhando um ritmo que bebe tanto da cultura cigana quanto da cultura árabe. O livro, inclusive, apresenta uma sugestão de playlist para se ler junto e viver um caminho proposto pela autora, e que, para ela, faz todo o sentido.
“Tem um ritmo, uma história, uma travessia dos nossos desertos, dos momentos mais difíceis, dos momentos de solidão, até a gente se descobrir no meio da imensidão, conseguir enxergar a beleza e perceber que tem um oásis ali no deserto e que nós também somos esse oásis”, explica Dy Eiterer.
O deserto
Apesar de em um momento diferente de lançamento, cinco anos depois do seu primeiro, Dy Eiterer conta que segue apostando em escrever nos seus sentimentos, naquilo que a toca. São textos escritos desde o momento de lançamento do primeiro livro, passando pela pandemia, até mais recentemente. O resultado é o recorte de sua própria trajetória e a forma como ela passou a ver o mundo. Honrando essa história, ainda, reverencia vários amigos que foram importantes em sua trajetória.
Escolhas de Dy Eiterer
Lançar “Os olhos do deserto” nesta data, inclusive, é importante para Dy Eiterer: é o aniversário de seu avô, já falecido. “Ele me influenciou muito e me incentivava o tempo todo.” E escolheu a Biblioteca Municipal não foi à toa: “Eu me tornei leitora frequentando a Biblioteca Municipal de Juiz de Fora. Eu dava umas fugidas de casa para ir lá. Acho que eu devo ter lido boa parte do acervo infanto-juvenil. E voltar à biblioteca na condição de autora é muito importante para mim”.