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Onze:20 lança ‘Histórias pra cantar’ e fala de amor à música

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De baixo pra cima: Fabio Barroso, Chris Baumgratz, Vitin, Fabio Mendes e Athos Santos, durante visita à Tribuna/CBN (Foto: Fernando Priamo)
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Quando foi que o Onze:20 deu certo?, costumam ouvir seus cinco integrantes. Não há resposta. Ou há várias. Foi ontem, foi quando se juntaram, em 2009, é hoje, e também naquele já distante 2012 quando se tornaram nacionalmente conhecidos com o hit “Meu lugar” (“Pensa em mim que eu tô chegando agora/ não precisa mais chorar/ é que a saudade eu já deixei lá fora/ espera, eu não demoro a voltar”). “As pessoas sempre perguntam quando demos certo. Na verdade, a banda vem dando certo, porque temos que dar certo todos os dias. Nos dias de hoje tudo é tão rápido. A música que todo mundo dançava em janeiro já não é a mesma que faz a gente se emocionar em dezembro, nem aquela com a qual a gente aproveita as férias de julho. Então, aprendemos que temos que alimentar nosso público, que pela vasta ou pela falta de informação de que dispomos, consome muito rápido o que os artistas do mainstream ou do underground põem na internet. Todos temos o mesmo trampolim: as plataformas digitais. Saber mexer com isso todos os dias, saber alimentar as redes, ter ideias, chamar fulano para se juntar, enfim, dar certo é usar tudo isso”, comenta o vocalista Vitin, uma das vozes mais potentes e belas da nova geração musical do país. “É uma luta diária. O mercado e a música estão sempre mudando”, faz coro o guitarrista Fabio Barroso. “Hoje em dia essa rapaziada está muito rápida. No dia seguinte já querem coisas diferentes. Não dá para ‘enrolar’ fácil. Conquistar essa galera é bem difícil”, acrescenta o também guitarrista Chris Baumgratz.

Imperativo, portanto, o frescor com o qual os músicos se apresentam. “Esse público mais jovem é bem eclético. A galera vai no funk, no sertanejo, também gosta de escutar um rock em casa, na hora de limpar o quintal escuta um reggae, faz uma social e todo mundo toca violão. Nós nunca quisemos pegar um rótulo e sair gritando. Quisemos ser música brasileira”, observa Vitin, chamando atenção para a sonoridade múltipla de uma banda de diferentes referências. “Brincamos que somos uma banda de reggae metal. Por sermos uma banda relativamente grande, acabamos escutando de Pantera a Ney Matogrosso. Talvez a gente não seja tão fã de certos estilos, mas não vamos sair correndo de um lugar em que esteja tocando o que não gostamos. Somos músicos. E músico que se fecha acaba morrendo. ‘Pedra que não rola cria limo’. Nosso sonho sempre foi o de querer fazer parte do cenário musical brasileiro, de ser uma banda de rock e reggae que tocasse tudo. Tipo o Seal. O que ele canta é maravilhoso”, completa o vocalista.

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Para o tecladista Athos Santos, o desejo de ser banda faz toda a diferença no projeto musical que completa uma década no próximo ano. “A gente é meio old school. Ao meu ver, o Onze:20 sempre caminhou contra a corrente. Pegamos um momento da música brasileira em que já não tinha o lançamento de muitas bandas, e as grandes que gostávamos já estavam acabando, ou as que vigoraram têm uma história muito grande como o Capital Inicial. Viemos dessa cena de ter uma banda. Hoje sabemos que o mercado mudou e a música já não é assim. O Onze:20 está num aprendizado. A cada dia tentamos nos aprimorar”, pontua Athos. “A gente costuma dizer que essa mistura é o que faz o Onze:20 ser o que é. Já fomos uma banda de hardcore, de hardcore melódico, de heavy metal e hoje somos rock e reggae”, acrescenta Vitin. “E um pouco disso tudo”, completa Barroso.

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‘Sempre gostamos muito de Juiz de Fora’

Neste sábado, às 23h, a banda faz show em Juiz de Fora, no Cultura Bar, apresentando o novo “Histórias para cantar”, primeiro álbum gravado totalmente no estúdio, já que nos outros três anteriores, concebidos na casa do antigo produtor, os takes foram feitos separadamente e em ambientes distintos. “Dessa vez demos pitaco no instrumento um do outro. E é disso que vive uma banda. Muitas músicas foram fechadas em estúdio. No final vimos que juntamos todos os nossos anos de estrada, de experiência, de vivência sonora”, comenta Vitin. O que ficou de mais forte nesses dez anos de existência do Onze:20, pergunto, então. “O que ficou mais forte, com certeza foram as dores nas costas”, ri o vocalista. “Custa caro ser assim. Custa caro o tempo com a família, o tempo consigo mesmo, a saúde. Nesses dez anos, todos nós crescemos pessoal e profissionalmente. Todos tivemos experiências individuais. A estrada é ingrata, mas realiza o sonho que sempre tivemos. Nesse tempo tivemos a experiência de saber onde entrar, a hora de sair, com quem contar ou não. Esses dez anos serviram para formatar quem somos hoje. E tudo de bom que temos hoje foram esses dez anos de banda que trouxe”, diz.

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A cidade-berço da banda teve papel fundamental no projeto musical que os cinco músicos decidiram trilhar. “Temos um cenário de bandas muito forte aqui, que é um celeiro musical incrível. Vamos em qualquer lugar e quando falamos que somos de Juiz de Fora, sempre têm uma referência legal, de uma banda legal. Nos sentimos muito orgulhosos de fazer parte desse cenário. E espero fortalecer essa cena sempre”, afirma Athos Santos. “Tocar em Juiz de Fora para nós é, antes de tudo, um desafio. Aqui foi onde tudo começou, e temos uma dívida eterna com o público de estar sempre aqui, de sempre mostrar nossos trabalhos. Muito também por todo mundo sair daqui. A gente também quer trazer o que é de lá para cá, o olhar de televisão, de rádio, de outras bandas. Fazer um show aqui sempre significa muito”, pontua Vitin.

E sair, recorda-se Fabio Barroso, foi necessário no início da estrada. “Tivemos que sair daqui um tempinho. Moramos três ou quatro anos em São Paulo, para conseguir empresário, fazer os primeiros contatos e tocar nas casas de shows importantes no nosso segmento. Como sempre gostamos muito de Juiz de Fora, vimos que dava para fazer uma forcinha, morar aqui e fazer as viagens nos finais de semana. Vale a pena porque ficamos perto da família e temos qualidade de vida”, comenta o guitarrista. “É muito legal andar na rua aqui, e as pessoas falarem: ‘Olha! Sabadão eu estou lá, hein?!’. Ou ir na padaria e ouvir do padeiro: ‘Vou lá no show e quero te ver, hein?!’. Andar na rua e ver o reconhecimento da galera é muito legal”, diz Santos. “Em Juiz de Fora, sem querer você encontra a galera da sua vida inteira. Numa ida ao Calçadão, você vê três fases da vida, tranquilo”, reforça Barroso.

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‘É um disco de domingo’

Solar como os cinco afinados músicos, o novo álbum “Histórias pra cantar” apresenta um Onze:20 que vai do romantismo da balada de “Sem dúvida” ao reggae pop de “Tenha fé”, passando pelo inspirado hit “Pra falar de amor”, que mistura os ritmos na composição assinada por Vitin, pelo baterista Fábio Mendes e pelo ex-integrante Marlos Vinicius. “É um disco de domingo, que dá para fazer um churrasco e colocá-lo para tocar sem pular uma música”, comenta o vocalista. As músicas do mais recente trabalho da banda foram votadas, conta Fabio Barroso. Como faziam os Titãs, pontua o guitarrista, referindo-se a um filme no qual os autores de “Epitáfio” dizem quase terem deixado de fora uma das mais famosas músicas do grupo. “Será que deixamos alguma de fora?”, questiona o também guitarrista Chris Baumgratz. “É como um quadro: uma hora tem que parar de pintar”, observa Barroso. “Músico não termina música, entrega”, acrescenta Vitin.

ONZE:20

Show neste sábado, às 23h, no Cultural Bar (Avenida Deusdedit Salgado 3.955)

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