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Maracatu Estrela na Mata se apresenta no Bailinho do Museu Ferroviário

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Formado em 2015, Maracatu Estrela na Mata promove em Juiz de Fora a difusão da música nordestina (Foto: Olavo Prazeres)

A programação do carnaval de Juiz de Fora ganha fôlego neste sábado (3) com uma série de atrações pela cidade, e uma delas acontece pertinho da Praça da Estação: a partir das 15h, acontece a segunda edição do Bailinho do Museu Ferroviário, com atrações e atividades para crianças, jovens e adultos. Segundo o diretor do museu, Luiz Fernando Priamo, estão programadas atividades que buscam remeter à antiga tradição das matinês, como a batalha de confetes, desfile de fantasias, além de pintura de rostos e confecção de máscaras de carnaval. A atração musical fica por conta do Maracatu Estrela na Mata, e os DJs Tuta e Tonil Braz garantem a discotecagem com música brasileira.

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“É uma tentativa que fizemos ano passado de resgatar um pouco daquelas matinês de clube que havia na cidade e que foram diminuindo com o passar dos anos. A ideia deu muito certo em 2017, as crianças gostaram, e a família toda pode ir ao evento”, afirma Luiz Fernando. “Também temos uma área gramada no local, quem quiser pode aproveitar e fazer um piquenique para relaxar.”

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Quem vai garantir a música ao vivo do Bailinho do Museu Ferroviário é o Maracatu Estrela na Mata, iniciativa criada em 2015 pelo mestre Marcos Languanje e que participa pelo terceiro ano da folia – sendo este o primeiro em apresentação individual. No total, serão cerca de 15 ritmistas cantando e tocando os instrumentos de percussão típicos do maracatu, como as alfaias (tambores cujas peles são feitas de couro), gonguê, agbê (instrumento de origem nordestina mais conhecido por aqui como xequerê), caixas, taróis e mineiro (uma espécie de ganzá grande). Além do maracatu, o público poderá conferir no show outros ritmos nordestinos, como o coco e a ciranda.

Segundo o mestre Languanje, que dá aulas de percussão desde 2005, e de maracatu desde 2011, o grupo é pioneiro em Juiz de Fora no que diz respeito a esses ritmos, que, apesar de “estrangeiros” na cidade, possuem forte ligação com o carnaval. “Eles são tocados o ano inteiro no Nordeste, mas no carnaval ganham ainda mais destaque por lá, principalmente em Pernambuco”, destaca. “Recife não tem escolas de samba, então lá o que acontece são os desfiles das nações de maracatu.”

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A apresentação deste sábado vai servir para o folião mineiro conhecer uma das vertentes do maracatu, no caso a de baque virado, que é a linha seguida pelo Estrela na Mata. “O baque virado é mais urbano, surgido nas casas de candomblé, as nações nagô, e você pode ter dezenas, centenas de instrumentos.  As músicas tratam dos tambores, reis e rainhas das nações”, explica Marcos.

Ele diz que essa vertente segue uma tradição iniciada no século XVII, quando os donos de escravos permitiam que estes fizessem suas cortes, elegendo seus reis e rainhas em eventos conhecidos como Festa do Rei de Congo. Languanje destaca ainda que as nações de maracatu têm ligações religiosas com o candomblé, enquanto os grupos – como o Maracatu Estrela na Mata – são uma manifestação cultural. “Já os maracatus de baque solto têm menos instrumentos e são típicos do interior de Pernambuco. Eles têm uma forma de cantar diferente, com um repente rápido que é cantado quando a música para. Os temas das canções têm a ver com o cotidiano que vivem.”

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Além dos ensaios e apresentações com o Estrela na Mata, Marcos Languanje vai promover este ano uma série de oficinas no local de ensaios do grupo, que fica numa área externa da Associação de Belas Artes Antônio Parreiras. “As oficinas terão duração de quatro meses e serão realizadas às terças e quintas-feiras, às 19h. A primeira deve ter início em março.” Os interessados podem entrar em contato pela página do grupo no Facebook ou pelo telefone de Languanje (9 8827-1232).

Mais carnaval no museu

Além do Bailinho deste sábado, outra atividade ligada ao carnaval no Museu Ferroviário acontece na próxima quarta-feira (7), às 18h, com a realização do Aulão de Zumba à Fantasia. Assim como o evento deste sábado, o de quarta-feira tem entrada gratuita e sem limite de idade. A ideia, segundo Luiz Fernando Priamo, é seguir o que vem norteando o funcionamento do local: um espaço público que seja utilizado pela população. “Ao convidar artistas de todas as áreas, fazemos com que o museu, que estava esquecido, volte a ser um espaço para o público. No ano passado, tivemos cerca de dez mil pessoas passando por aqui, seja para visitar o acervo permanente ou participar de eventos, como a eleição da Guarda Municipal ou o Café com Hip-Hop”, comemora Priamo, acrescentando que a programação do local está praticamente fechada até junho.

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