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Homenagem a Mamão e outros shows no Dia Nacional do Samba

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Foto: Olavo Prazeres

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Com 80 anos completados em agosto, Mamão (ao centro) é o convidado e homenageado do Ponto do Samba no show deste domingo (Foto: Olavo Prazeres)
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Comemorado todo ano pelo país em 2 de dezembro, o Dia Nacional do Samba caiu em um domingo desta vez, e a data será marcada por várias celebrações em Juiz de Fora. A principal delas acontece às 20h, no Cine-Theatro Central, com o show “Ponto do Samba convida Mamão: Vai manter a tradição!”, em que o projeto de pesquisa e valorização do gênero musical na cidade celebra os 80 anos de nascimento de Armando Aguiar, o Mamão, completados em 24 de agosto. A apresentação é gratuita, e os ingressos já podiam ser retirados desde terça, e os que sobrarem poderão ser retirados na bilheteria do Central a partir das 19h.

Outros eventos acontecem em outros pontos da cidade. Às 16h, no Jolly Rogers Bar Garage, a Banda do Ben realiza mais um ensaio aberto, que contará com a presença de Joãozinho da Percussão, que durante anos fez parte da banda que acompanhava Jorge Benjor. Já o Instituto Cultura do Samba, com a escola Mocidade Alegre, realiza algumas atividades no salão da agremiação, na esquina das ruas Rita Monteiro e Heitor Soares, no Bairro Santa Cecília. A primeira delas é a palestra “A importância das Escolas de Samba nas suas comunidades”, com o professor e pesquisador Marco Aurélio Reis. Depois, às 13h, acontecem os shows dos grupos Bamba Samba Show e Essência do Samba, seguidos pela entrega da Comenda Ary Barroso a várias personalidades do carnaval de Juiz de Fora. No encerramento, apresentação da Bateria Mirim, casais de mestre sala e porta bandeira e a bateria da Mocidade Alegre.

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Homenagem no Central

A apresentação deste domingo (2) no Cine-Theatro Central marca o encerramento em 2018 do projeto “Ponto do Samba convida”. Para aproveitar a coincidência com o Dia Nacional do Samba os integrantes do projeto de extensão da UFJF escolheram a data para celebrar os 80 anos de nascimento do cantor e compositor Mamão, completados em 24 de agosto. A apresentação terá cenário produzido pela Chico Rei – a partir da concepção artística de Toninho Dutra -, iluminação por Marcos Marinho, som a cargo de Marcelo Mattos e Petrônio Ribeiro, e produção executiva de Elisa Granadeiro. Acompanhando o homenageado, os integrantes do Ponto do Samba: Carlos Fernando Cunha, Roger Resende, Armando Junior, Jansen Narciso, Márcio Gomes, Amanda Martins, Caetano Brasil e Fabrício Nogueira.

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No repertório, canções já conhecidas, clássicos e novidades, como adianta Carlos Fernando. “Teremos músicas dos dois discos do Ponto do Samba, lançados em 2016 e 2017, incluindo as de autoria do Mamão, como ‘Pagode da laje’, ‘Samba do aniversário’, ‘Princesinha de Minas’ – que se tornou recentemente, por lei municipal, o hino popular de Juiz de Fora – e ‘Tristeza pé no chão’, que Clara Nunes cantou há 45 anos no Cine-Theatro Central. Vamos ter ainda uma música inédita do Mamão, ‘Malandro santinho’, e também uma música que compus para ele em seu aniversário, ’80 estrelas de Mamão’.

“Principal presença da noite, Mamão afirmou que “o coração está batendo a mil” nos último dias. “Fiquei emocionado com o convite da rapaziada, que são meus amigos. São duas as alegrias, uma por ser homenageado e outra porque vamos celebrar o Dia Nacional do Samba, nossa maior manifestação popular. E esses eventos rejuvenescem a gente, cantamos para uma nova geração de músicos, que admira tanto a gente. Como dizia o Nelson Sargento, ‘o samba agoniza, mas não morre'”.

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“Uma das atividades mais importantes que realizamos é organizar ações que valorizem a memória do samba na cidade, que envolve pesquisa de repertório – como nos dois álbuns em que gravamos músicas de compositores que nunca tiveram suas obras gravadas, recuperando e difundindo a memória do samba na cidade. Comemorar o Dia Nacional do Samba com o principal compositor vivo da cidade é algo que muito nos gratifica e entra nessa nossa ação de valorizar esses personagens principais do samba. Mamão tem uma contribuição fantástica para o samba da cidade e fora dela, é compositor com uma obra extensa e que não teve a visibilidade que merece – e vamos trabalhar para que ela seja mais difundida para todos”, diz Carlos Fernando Cunha.

Realizações e novos projetos

Grife Chico Rei cria série de estampas inspiradas em sambistas de Juiz de Fora, como Mamão (Foto: Reprodução)

A apresentação com Mamão, escolhida para fechar o “Ponto do Samba convida” em 2018, que começou o ano com apresentações em que artistas locais que não tivessem ligação de trabalho com o samba, como Laura Conceição e Lúdica Música!, dividissem o palco com o grupo. Depois foi a vez de artistas de fora da cidade ligados ao gênero, como a cantora Ana Costa, de Belo Horizonte. E esta foi apenas uma de várias iniciativas realizadas pelo projeto durante o ano, como lembra Carlos Fernando.

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“Além de dar continuidade ao nosso trabalho de pesquisa, realizamos em janeiro, na quadra da União do Ladeira, um show com o compositor Tantinho da Mangueira, pois sempre realizamos um evento próximo ao carnaval. Continuamos com o ‘Samba do Ministro’, evento mensal que acontece na Praça Ministrinho, no Jardim Glória, somente com sambas produzidos em Juiz de Fora. Tivemos em abril um seminário científico chamado ‘Apoteose ao Samba’, na UFJF, em que se discutiu o samba em seu aspecto mais geral. Também fizemos mensalmente o ‘Ponto do Samba compositores – A roda dos encontros’ no Experimental Container Bar, em que reunimos compositores para trocar ideias, apresentar obras inéditas, realizar parcerias. Apoiamos o Primeiro Encontro Nacional de Mulheres na Roda de Samba, que aconteceu em 24 de novembro, e uma ação na última quinta-feira (29), no Bar da Fábrica, em celebração ao centenário de nascimento do Geraldo Pereira”, enumera.

Para 2019, os integrantes do Ponto do Samba planejam dar continuidade a essas ações, continuar com as oficinas de percussão, sendo uma delas na UFJF sobre o ritmo das baterias de escola de samba. “A grande novidade é a licitação pública via UFJF para um documentário sobre a história do samba em Juiz de Fora. Será um longa-metragem de até 90 minutos que vai reunir oito curtas, unindo-se a um encadeamento artístico para ser tornar um longa. Vamos contar as histórias de oito personagens e grupos do samba da cidade. É um projeto em que estamos jogando todas as nossas forças para o ano que vem, pois acreditamos que terá visibilidade não só local, mas também nacional.”

‘Vestindo’ o samba

Além de poder comprar os discos e assistir aos shows, os admiradores do samba agora podem “vestir” um pouco um dos gêneros que marca a história cultural de Juiz de Fora. Desde novembro, a marca Chico Rei começou a vender sete camisas com frases de músicas de compositores locais. Uma delas traz Mamão na estampa e a frase “Vai manter a tradição”.

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Responsável pelas Relações Institucionais da empresa, Karoline Oliveira Castro conta que a Chico Rei foi procurada pelo pessoal do Ponto do Samba, que deu a ideia de criar uma coleção que valorizasse os compositores e músicos de samba da cidade. “O objetivo do Ponto, de incentivo à cultura e o respeito pelo que é regional, tem muito a ver com a gente, e topamos na hora! Durante os últimos meses, o pessoal escolheu algumas canções marcantes de compositores de Juiz de Fora, e o Mamão entra como figura especial pelo que ele representa e também por completar 80 anos em 2018”, explica Karoline.

No samba com Benjor

Joãozinho da Percussão é homenageado pela Banda do Ben (Foto: Fernando Priamo)

Neste domingo, às 16h, a Banda do Ben realiza seu segundo ensaio aberto em preparação para o carnaval 2019, que acontece no Jolly Rogers Bar Garage, no Bairro Aeroporto. Segundo um de seus integrantes, Marco Aurélio Faria, a banda já conta com 17 pessoas e tem 14 músicas de Jorge Benjor, com arranjos novos, entre elas “Taj Mahal”, “País tropical”, “Mas que nada” e “Fio Maravilha”.

Para a apresentação, Joãozinho da Percussão, que tocou por muitos anos na banda original de Jorge Benjor, faz participação especial . “Decidimos fazer uma homenagem a esse grande percussionista da nossa cidade com um samba-funk-enredo composto por integrantes da Banda. A música em homenagem vai ser tocada no desfile, que vai contar também com a presença dele. Há mais ou menos um mês, estive na casa do Joãozinho, e ele ficou superanimado e lisonjeado com a homenagem. Resolveu ali que queria fazer uma participação nesse ensaio. Vai ser de forma livre, em que ele vai tocar algumas músicas a sua escolha”, conta.

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Banda do Ben

Ensaio aberto, neste domingo (2), às 16h, no Jolly Rogers Bar Garage (Av. Eugênio do Nascimento, 34 – Aeroporto)

“Malandro Santinho”

Canção inédita de Armando Mamão Aguiar, que será apresentada no show no Central

A partir de segunda-feira, a minha vida vai mudar
Eu vou ser outra pessoa
Ninguém vai me segurar
Vou levantar bem cedinho
E sair pra caminhar
Eu vou mudar de vida
Suspender a bebida
E deixar de fumar

Vou falar com a minha sogra sem nenhum constrangimento
Vou exigir que a megera coloque meu nome no seu testamento
Vou descolar um basquete, nem que seja uma faxina
Vou acertar o pendura que deixei no boteco da esquina

Vou mandar um bouquet de rosas pra mulher do meu vizinho
Vou acabar com esta onda de bancar o malandro santinho
Quem me conhece bem, sabe que eu não sou de brincadeira
Pode avisar na Portela que este ano eu estou na Mangueira
Não volto a Madureira…

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