
A Serra da Mantiqueira é o lugar das montanhas mágicas. Como define Francis Rosa, cancioneiro da região, quem anda por aquelas terras encontra seus tempos sortidos e gravados em cada detalhe: “Os caminhos da Mantiqueira/ As cores brotam no ar/ Trago esse sorriso no peito/ E lembranças no olhar”. É onde a palavra “Amantikir”, do tupi-guarani, significa serras que choram, pelas águas abundantes que esbanjam através da grande quantidade de nascentes e córregos em suas encostas. A reunião de cidades em que o sublime se mistura ao cotidiano, com o café, o queijo, o trabalho e o corpo, unem também história e beleza natural. Destinos como São Thomé das Letras, Baependi, Alagoa, Passa Quatro, Pouso Alto, Itamonte, Bom Jardim de Minas e Andrelândia mostram exatamente isso e se destacam pelo potencial turístico dentro da região.
A Tribuna foi convidada pelo Governo de Minas Gerais, por meio da Secretaria de Estado de Cultura e Turismo (Secult-MG) e da Companhia de Desenvolvimento de Minas Gerais (Codemge), para uma press trip com 30 jornalistas e influenciadores de todas as regiões do país, para conferir de perto essas atrações e descobrir mais uma faceta de Minas. A ação faz parte das estratégias do governo voltadas à promoção integrada da cultura, da gastronomia e do turismo, que visa ampliar a visibilidade dos destinos mineiros em mercados nacionais e internacionais. Assim, damos início à série de reportagens ‘Caminhos da Mantiqueira’. Nesta primeira matéria sobre os destinos que compõem a serra, explicamos o que torna essa rota tão especial e quais os destinos podem ser procurados pelos visitantes.
Como ressaltou a Secretária de Cultura e Turismo do Estado de Minas Gerais, Bárbara Botega, a serra pode se tornar um dos destinos mais procurados do estado, mesmo que não inclua cidades convencionalmente procuradas. “É um divisor de águas no que entendemos por turismo cultural dentro do estado de MG. Queremos abrir a mente das pessoas para o que o turista mais busca hoje, que é a experiência verdadeira. Não tem nada ‘plástico’ ou construído só para atender o turista. É tudo de verdade”, diz. Para ela, ainda, esses destinos conseguem apresentar uma variedade de opções de gastronomia e belezas naturais que vão encantar os novos visitantes, e que podem gerar emprego e renda para as comunidades locais.
Durante o passeio, a Tribuna conheceu Andrelândia e Bom Jardim de Minas, cidades que ficam a aproximadamente 150 e 115 quilômetros de Juiz de Fora, respectivamente. O primeiro município guarda o Parque Arqueológico Serra de Santo Antônio, responsável por pinturas rupestres de cerca de 3.500 anos, além de artefatos indígenas do período pré-colonial. A cidade também é produtora de queijos minas artesanais premiados nacionalmente e internacionalmente, tem uma vinícola e faz a plantação de macadâmias, além de diversos outros atrativos. O mesmo acontece em Bom Jardim de Minas, cidade que tem casas do século 18 preservadas em seu charmoso centro histórico, é produtora da cachaça Capitão e tem o Parque Municipal do Taboão com cachoeiras para todos os públicos.
Cidades plurais na Serra da Mantiqueira
Minas são tantas que, na passagem de uma cidade para a outra, dentro do roteiro da Serra da Mantiqueira, já é possível ver mudanças bruscas de temperatura, a transição de biomas, sotaques diferentes e produtos típicos com notas que refletem essas mudanças. A pluralidade é, por si só, mais um atrativo que deve fazer o turista pegar a estrada e querer conhecer o modo de vida mineiro vivenciado em cada um desses locais, que são únicos em tradições, patrimônios e gastronomia.
São Thomé das Letras
A cidade mística feita toda com quartzito é marcada por formações rochosas e cachoeiras. Se durante muito tempo foi mais conhecida e visitada pelos paulistas, que estão próximos da cidade, agora é a vez de Minas reivindicar para si uma terra que sempre foi sua, e que por isso também guarda queijos e cafés especiais. O destino tem como atrações, ainda, as grutas, pirâmides, o céu para observação astronômica e o restaurante de comida mineira O Alquimista.
Baependi
O município de Baependi guarda o santuário de Nhá Chica, e é lembrado por muitos romeiros da beata pelo turismo religioso. Além disso, o local também chega a 2 mil metros de altitude em picos, como os do Parque Estadual da Serra do Papagaio, e recebe muitos visitantes para trilhas.
Alagoa
Cidade conhecida como a “terra do Queijo Parmesão”, o forte de Alagoa é justamente sua produção artesanal de queijo reconhecida internacionalmente. O turismo rural é o forte do local, que também produz cafés especiais e conta com um centro histórico repleto de patrimônios importantes para todo o estado.
Passa Quatro
Passa Quatro é um destino ferroviário histórico em MG, com o trem da Serra da Mantiqueira oferecendo essa experiência de transporte para os turistas, que se deslocam em meio às montanhas. Além disso, o município também é conhecido pelas fontes de água mineral natural, que possuem sabores diferenciados.
Pouso Alto
O centro histórico de Pouso Alto conta com elementos importantes da identidade mineira, como o Casarão Solar dos Barões e o Conjunto Paisagístico da Igreja Matriz. Mas, além disso, a cidade também conta com a atração do turismo religioso, a partir de locais como a Capela de Santa Rita, no distrito do Capivari, um local de grande importância espiritual e destino de peregrinação anual para os devotos da santa, e ainda a tradição da Folia dos Reis.
Itamonte
Itamonte é a porta de entrada para o Parque Nacional de Itatiaia, o primeiro do tipo no Brasil, que conta com uma diversidade de picos, cachoeiras e biodiversidade. Esse é um atrativo que chama a atenção dos amantes do ecoturismo e dos esportes de aventura.
