A abertura da edição de 2024 do Julho das Pretas acontecerá nesta terça-feira (2), às 18h, no Teatro Paschoal Carlos Magno, localizado na Rua Gilberto de Alencar, s/n, atrás da Igreja São Sebastião. Neste ano, os eventos da agenda, organizados pelos movimentos sociais da cidade, terão como tema “Poder, Justiça e Liberdade”, em homenagem a Roza Cabinda. A entrada é gratuita e aberta ao público.
Nesta terça, a abertura contará com apresentações culturais e artísticas, exposição coletiva, palestra e entrega de moções de aplauso pelas vereadoras Cida Oliveira, Laiz Perrut e Tallia Sobral para Roza Cabinda e Cirene Candanda. Ainda na programação estão rodas de conversa, feira de mulheres empreendedoras e a tradicional marcha com cortejo cultural, marcada para o dia 25 de julho.
O Julho das Pretas faz parte do calendário oficial da cidade. O dia 25 de julho marca o Dia Internacional da Mulher Negra Latino-Americana e Caribenha, Dia Nacional de Tereza de Benguela e Dia Municipal da Mulher Negra Cirene Candanda. “Durante semanas, os movimentos sociais construíram uma agenda para que esse período seja marcado por debates sobre temas como enfrentamento ao racismo, desigualdade social e seus impactos, direito à cidade, saúde da mulher negra, combate à violência de gênero, entre outros”, comenta Leiliane Germano, uma das organizadoras do evento.
‘Resistência’
Roza Cabinda é um símbolo de resistência na cidade. Escrava, ela lutou, em 1873, por sua liberdade, e decidiu obter a alforria mediante a oferta de indenização ao comendador Henrique Halfeld. O direito à compra da carta de alforria pelo próprio escravo foi legalizado pela Lei do Ventre Livre, em 28 de setembro de 1871.
Ao oferecer o valor pelo qual havia sido avaliada em 1867, o comendador negou libertá-la. Roza entrou com uma ação judicial de liberdade alegando, em sua defesa, que sua avaliação foi inserida no inventário da senhora Cândida Maria Carlota, esposa de Halfeld, e obteve vitória.
Confira a programação da abertura do Julho das Pretas:
- Roda de Jongo com o grupo Makamba, no hall do teatro
- Grupo de artes cênicas As Ruths apresentam o texto “Eu sou o samba”
- Palestra com Giovana Castro sobre o e-book “Roza Cabinda: dos sentidos da liberdade à liberdade como sentido”
- Entrega de moções de aplauso para Roza Cabinda e Cirene Candanda
- Exposição coletiva “As várias faces de Roza Cabinda”, no hall do teatro