O coletivo Sararau Crioulos realiza a primeira edição do Sarau do Sararau às 18h30 deste domingo (2). Os MCs daLagoa e Igor Braz, integrantes do coletivo, conduzirão os trabalhos com a presença de Tay, Kito MC e Hemy – esta última, integrante da primeira formação do Sararau, inclusive. Os três poetas convidados já são tarimbados nos slams locais. O sarau acontecerá no perfil do coletivo no Instagram. “Além de abrir espaço para os outros poetas recitarem, pretendemos fazer uma minientrevista”, explica o MC daLagoa, 24 anos. “Participando de outros saraus e slams, sempre senti vontade de perguntar a outros poetas sobre o significado de determinada frase solta ou qual a referência. Às vezes falta tempo pra perguntar o porquê ela recitou.” Uma das propostas do Sararau Crioulos é justamente oferecer o espaço para a troca.
Tanto MC daLagoa quanto o MC Igor Braz participaram de saraus virtuais durante a pandemia, mas este é o primeiro organizado pelo Sararau Crioulos. Cada poeta terá um espaço para as rimas, e, depois, deve conversar com os MCs sobre as próprias poesias e vivências. “Quando a pessoa estiver recitando, vamos fazer uma anotação sobre determinada frase para perguntar justamente a referência, de onde saiu etc. Mas eu e Igor também devemos soltar algumas poesias nossas para começar”, diz daLagoa. No fim, a ideia, acrescenta, é reunir todos os poetas para trocar experiências, o que será o momento central do Sarau do Sararau. “É o que chamamos de movimento aquilombado”, pontua.
A experiência é comum em eventos do movimento negro, de acordo com daLagoa. “A gente simplesmente reunia alguns intelectuais e cada um passava a sua visão sobre certo assunto, como o racismo estrutural, por exemplo. Os negros não são todos iguais, assim como os brancos não são todos iguais. Temos vivências diferentes, porque somos de lugares diferentes e criados de maneiras diferentes. Acho que são essas visões distintas que nos ajudam a combater o racismo, que acontece de várias formas.” Em novembro de 2020, o Sararau Crioulos, financiado pela Lei Aldir Blanc, lançou o videoclipe da música homônima no YouTube como crítica ao racismo estrutural, e, sobretudo, recreativo. O clipe foi dirigido por Isabely Caroline. A música, gravada e produzida no Argo Estúdios.