Cena a la O Exorcista
O que vem se tornando um artifício quase que comum a longas-metragens do gênero horror, mostra mais uma vez sua força na promoção de "Filha do mal" ("The devil inside") que, com orçamento considerado baixo para os padrões hollywoodianos, já desbancou grandes, como "Missão impossível – protocolo fantasma", estrelado por Tom Cruise, nas bilheterias logo em sua primeira semana de estreia nos Estados Unidos. A tática reforça a ideia de que a força da internet e a utilização da divulgação de virais se transforma em um grande atrativo para as pessoas irem aos cinemas mesmo que não se possa garantir um resultado positivo. Foi assim com "A bruxa de Blair", "Atividade paranormal" e "REC", só para citar alguns.
Até o momento, o longa, dirigido pelo iniciante nas telonas William Brent Bell e com a brasileira Fernanda Andrade no papel principal, já arrecadou R$ 52 milhões nas bilheterias norte-americanas. Desde o início de janeiro, o filme já roda nos Estados Unidos, Canadá e Rússia. Até o dia 23, o longa ainda vai estrear em grandes metrópoles, como em Hong Kong, Inglaterra e França, por exemplo.
Com ares realistas, o mesmo que os já citados do gênero tiveram, "Filha do mal" acompanha a narrativa que utiliza a "câmera na mão" e imagens tremidas, o que confere mais realismo e, até certo ponto, um terror psicológico mais acentuado do que as produções tradicionais.
A história segue um simples caminho: uma mulher assassinou três pessoas durante um ritual de exorcismo que estava sendo realizado nela, e a igreja resolveu interná-la em um manicômio em Roma. Sua filha Isabella (Fernanda Andrade), além de preocupada em saber se existe algo genético que possa ter herdado, quer entender o que aconteceu com a mãe e segue para o local em busca de explicações. Lá, recebe a orientação de presenciar um exorcismo de verdade e acaba descobrindo que o caso é possessões múltiplas, algo ainda não visto pela ciência e pela religião.
O fenômeno "internet" entra nesse ponto. O enredo já foi visto de forma incessante e não traz nada de novo. Para enumerar alguns, o recente "O ritual", com Anthony Hopkins e a também brasileira Alice Braga, usa a mesma premissa. Outro mais antigo é o clássico que foi um dos responsáveis pela tendência do exorcismo no cinema: "O Exorcista", de 1973. A crítica especializada também não aprovou o longa. Os efeitos especiais, ingrediente imprescindível no gênero para chamar a atenção do telespectador, não são nada notáveis. Mas quem liga? O viral, através de imagens e trailers e comerciais se espalhou na web e foi a melhor campanha de promoção que o filme poderia ter.
Brasileira no elenco
A tupiniquim Fernanda Andrade não é conhecida no Brasil no cinema ou na TV. Ela vive nos Estados Unidos desde os 11 anos, estudou balé e jornalismo, e, em entrevista ao portal G1, revelou que tem interesse em produções nacionais. "Sou muito fã do José Padilha e do Fernando Meirelles. O Selton Mello ainda não chegou até aqui, mas também sou muito fã do trabalho dele. Estou aberta. Sempre quis fazer filmes em português e trabalhar por aí. Estou abrindo essas portas e confiando no que vier", disse. A morena já teve participações em séries norte-americanas e conhecidas no Brasil, como "O mentalista", "Sons of anarchy" e "CSI".
Programação
UCI 4: 13h40, 15h35, 17h30, 19h25 e 21h20. Sexta e sábado, sessão também às 23h15. Classificação: 18 anos.