Em comemoração aos seus 18 anos, celebrados no último dia 20, o Museu de Arte Murilo Mendes (Mamm) inaugurou, na galeria Retratos Relâmpagos, a mostra “Convergências: o real e o poético”. A exposição parte da pesquisa de Arlindo Daibert, desenhista e professor juiz-forano, sobre Murilo Mendes, e reúne também obras incorporadas ao museu ao longo desses anos. Ela surge com o intuito de cumprir e reforçar a missão de divulgar as coleções e a obra literária do homenageado que dá nome ao espaço.
De acordo com Paulo Alvarez, responsável da Divisão de Expografia do Mamm, relembrar Arlindo Daibert nesta data se deu porque, em 2005, a primeira exposição que o museu sediou foi norteada pela análise do artista sobre a coleção de Murilo Mendes. Além disso, neste ano, completam-se 30 anos desde a sua morte. “A poesia de Mendes e seu universo infinito foram tantas vezes estudados por Arlindo Daibert, desde sua imersão na biblioteca do poeta – adquirida pela UFJF em 1977 – à concepção e montagem de exposições e projetos diversos sobre nosso patrono e a visita inédita à reserva técnica que guardava a coleção de artes plásticas de Mendes em Lisboa”, afirma Alvarez em nota divulgada à imprensa.
Em 1993, como pode ser lido no livro “Diários: excertos”, com os registros publicados do diário que Daibert manteve em vida, em seu aniversário e poucos dias antes de morrer, ele escreveu que “desliga-se do affaire Murilo Mendes”. “Nesses 30 anos, marcados pela sua ausência, é importante ressaltar o valor deste artista, professor, crítico de arte, sempre reconhecido como uma grandeza na produção e incentivo à cultura local”, completa Alvarez.
Outras datas em celebração
2023 traz consigo outras datas de referência. Como é o caso dos 30 anos de lançamento do livro “Territórios/conjunções, poesia e prosa crítica de Murilo Mendes”, do poeta e pesquisador Júlio Castañon Guimarães, em que estão incluídos textos inéditos de Murilo Mendes. Júlio, inclusive, como afirma a produção do Mamm, esteve envolvido em uma série de publicações sobre a produção de Daibert.
Além das obras de Daibert sobre Murilo Mendes, “Convergências: o real e o poético” apresenta ainda várias obras adquiridas pelo Mamm ao longo desses 18 anos. Além de Daibert, outros artistas participantes são Flavio Motta, Helio Siqueira, Jorge dos Anjos, Leonino Leão, Marco Magalhães, Omar Franco, Renina Katz e Ricardo Cristofaro.
Esses trabalhos foram adquiridos pelo museu a partir de doações que foram feitas pelos próprios artistas ou por meio de editais realizados pelo Instituto Brasileiro de Museus (Ibram) e outras instituições. “Nesta convergência memorável, seguindo rumos e construções poéticas, estamos sintonizados com aspectos fundamentais do projeto muriliano, como o culturalismo e o rigor poético”, finaliza Alvarez, na nota.
Serviço
O Mamm funciona de terça a sábado, das 9h às 18h, e domingos e feriados, das 13h às 18h. A previsão é a de que “Convergências: o real e o poético” ocupe a galeria Retratos Relâmpagos até maio.
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