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Duas rodas de samba acontecem neste fim de semana 

batuque na roda 2 Gabriel Thimoteo Divulgacao
batuque na roda 3 Gabriel Thimoteo Divulgacao
Fabrícia Valle afirma que a proposta é tratar o samba como cultura viva, trazendo a ideia da roda de samba desplugada, só gogó (Fotos: Gabriel Thimoteo/ Divulgação)
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Roberta Sá escreveu que “a roda é a forma ancestral”. É porque foi assim que os sambas mais consagrados nasceram e perduram em cada roda que faz jus ao passado de um dos mais importantes gêneros musicais brasileiros. “É a marca que fica no chão”, continua a música de Roberta Sá. E há uma magia de colocar um samba na rua. “Porque rua é movimentação”, justifica Fabrícia Valle, percussionista, batuqueira e professora, dentre outras coisas, que coloca duas rodas de samba na rua neste fim de semana. A primeira acontece neste sábado (2), em comemoração ao Dia do Samba, na Praça Menelick de Carvalho, a partir das 14h. Já no domingo, é a vez da Praça de Santa Luzia ganhar a roda, a partir das 15h. 

Fabrícia tem alguns projetos que envolvem percussão e, então, o samba e o pagode. O primeiro que surgiu foi o Batuque Delas, direcionado, como o nome sugere, às mulheres. Além dele, tem ainda a Oficina do Batuque, que proporciona práticas de instrumentos típicos do samba e do pagode. Ambos concentrados nas práticas de roda, como ela chama. Ela ainda é arte-educadora e, em suas aulas, também faz questão de apresentar essa linguagem. 

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Já o Batuque na Roda foi um dos últimos projetos a surgir. “Ele veio dessa proposta de tratar o samba como cultura viva. A proposta é trazer um pouco dessa ideia da roda desplugada, no gogó mesmo, como os antigos faziam. Eles tinham isso de juntar pessoas para celebrar, batucar e tocar sambas, na palma da mão mesmo”, conta. Levar essa proposta para a rua foi o caminho mais coerente, já que também era assim que os antigos faziam. “E a rua é um espaço de democratização do acesso. É ainda uma forma de a gente poder ocupar lugares com alegria e a dança que o samba permite.” 

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Acaba sendo também uma oportunidade de as pessoas conhecerem esses projetos e se aproximarem do samba e do pagode, a partir também dos instrumentos. “A gente toca também em outros lugares fechados. Mas a rua é a menina dos meus olhos. Ela é surpreendente. Dá frio na barriga, porque você não sabe o que pode acontecer”. E segue: “E as rodas são também um processo de formação e de fomento da própria cultura do samba e do pagode. Porque o pagode tem um etimologia que vem da festa, porque também é isso: celebrar ali a festa, aquele lugar da roda como celebração. Não é algo pronto nem dado, está sendo construído e não existe perfeição. O que interessa mesmo é curtir ali, essa troca musical de energia”. 

Geralmente, nessas rodas, Fabrícia promove uma interseção entre os projetos, formando um diálogo entre eles. “Porque, apesar de serem coisas separadas, existe um diálogo porque eu trabalho com a mesma linguagem neles”, justifica. Tanto o método quanto o repertório são parecidos. “No repertório, a gente vai trazer sambas que são consagrados do cancioneiro popular brasileiro, como Cartola, Dona Ivone Lara, Beth Carvalho, Leci Brandão, até os mais atuais, a galera de hoje do samba”, promete. 

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A roda de sábado, na Praça Menelick de Carvalho, que Fabrícia nomeou Encontro de Bambas, vai ser toda desplugada para que, em volta, o público também cante e bata palma junto com os integrantes dos projetos, já que é uma roda no gogó mesmo. Já a de domingo, na Praça Santa Luzia, a roda também traz a interseção entre os projetos, mas é plugada. O que não impede de se juntar na roda e garantir as músicas também no gogó. 

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