Começa, nesta quarta-feira (1), em Belo Horizonte, a mostra “Minas Gerais em 10 décadas: um século de cinema mineiro”, que surge como forma de celebrar os 100 anos do cinema produzido e realizado em Minas Gerais, comemorados neste ano. As atividades vão acontecer neste mês, no MIS Santa Tereza, e as exibições, que são gratuitas, permitem acompanhar a evolução do cinema, década a década, suas particularidades e os estilos de cada diretor, de forma ainda a demarcar o imaginário cinematográfico das terras mineiras. Ao todo, são 21 filmes de diversas épocas.
O marco que se dá essa comemoração é o registro do primeiro filme de ficção de longa duração finalizado no Brasil e produzido em Belo Horizonte, o “Canção da primavera”, dirigido por Igino Bonfioli e Ségur Cyprien. A partir disso, uma infinidade de outros filmes foram produzidos pelas terras mineiras, com reconhecimento em todo o mundo. Além das produções da capital, têm destaque os filmes produzidos no interior, tendo como principais nomes Humberto Mauro e João Carriço.
A filmografia selecionada busca contar essa história toda, a partir das realizações dos próprios mineiros, mas também de outros que se deslocaram até o estado para gravar seus filmes, de forma que Minas Gerais é o principal personagem de toda a mostra, da capital ao interior. As sessões vão acontecer entre os dias 1º e 10 de novembro. Além das exibições dos filmes selecionados, algumas sessões trazem convidados que buscam debater as realizações.
No sábado (4), às 19h, tem exibição comentada de “Cabaret mineiro”, de Carlos Alberto Prates Correia, com a crítica de cinema Maria Trika. Já no dia 9, às 16h30, é a vez de “A falta que me faz”, de Marilia Rocha, com bate-papo com Mariana Mól. Além disso, tem uma sessão especial, no dia 23 de novembro, às 16h30, com o filme “Canção da primavera” – considerado o primeiro dessa cronologia.
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Os filmes
Humberto Mauro é um dos nomes de destaque da mostra dos anos 1930. Dele, vão ser exibidos os filmes “Sangue mineiro” (1930), “Argila” (1940) e “O canto da saudade” (1952). Já os anos 1970 são os mais presentes na seleção, que correspondem ao Cinema Marginal. Dentre eles: “Sagrada família”, de Sylvio Lanna e “Bang bang”, de Andrea Tonacci. De faroeste, tem o filme “O homem do corpo fechado”, de Schubert Magalhães, e o de terror “Enigma para demônios”, de Carlos Hugo Christensen. O filme mais recente é “No coração do mundo”, de 2019, de Gabriel Martins e Maurílio Martins