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Coletivo Grapha estreia exposição de xilogravura nesta quinta

XILOGRAVURA
xilogravura
Artistas que participam do Coletivo Grapha fizeram aula de xilogravura com Rafael Dantas e, agora, expõem seus trabalhos na mostra (Foto: Divulgação)
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Durante um mês, a Casa D’Itália sedia a primeira exposição do Coletivo Grapha, formado por artistas que trabalham com a gravura e seus caminhos. A mostra reúne obras dos onze participantes do grupo, que apresentam diferentes técnicas e modos de fazer. A inauguração acontece nesta quinta-feira (1), das 18h às 20h. A entrada é gratuita.

O Coletivo Grapha foi criado por Rafael Dantas, gravador e ilustrador, formado pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Ele mora em Juiz de Fora há oito anos e há dois se dedica a oferecer oficinas de xilogravura na cidade. No último ano, ele atuava, através da prefeitura, no Centro Cultural Bernardo Mascarenhas (CCBM). A partir deste ano, suas aulas são oferecidas na Casa D’Itália.

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Rafael conta que, quando chegou a Juiz de Fora, percebia que a movimentação da gravura era, de fato, tímida. Não tinha, até então, um movimento que, realmente, unisse os artistas atuantes na área. Ele tem domínio das técnicas de xilogravura, litografia e gravura em metal. Decidiu, então, ensinar, na cidade, a xilogravura exatamente por ser considerada mais simples de domínio, quando comparada às outras.

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“Os alunos ficaram encantados com a técnicas. E, com o tempo, começaram a desenvolver seus próprios trabalhos, que são incríveis. A gente, então, montou o coletivo com o objetivo de incentivar a xilogravura em Juiz de Fora, fazer com que o cenário melhore e que mais artistas apareçam e interajam com o nosso coletivo”, afirma.

O gravador e ilustrador reuniu seus alunos e ex-alunos no Coletivo Grapha. Além dele, participam Andrea Portela, André Domingues, Cida Justiniano, Diana Esther Tuyarot, Josemar Lagrotta, Luiz Phillipe, Mari Henriques, Marilda Rezende, Tarsila Palmieri e Thalia Rocha.

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Exposição diversa

A primeira exposição coletiva do Grapha apresenta, exatamente, a diversidade dos trabalhos dos artistas e seus próprios caminhos dentro dessa arte. A curadoria foi feita pelo próprio Rafael. “Vários artistas das oficinas estão caminhando na gravura graças às aulas. Eles, individualmente, estão fazendo seus trabalhos. Os artistas vão criando obras e aprimorando as técnicas que eu ensinei a eles. Na exposição, então, tem xilogravura, tem litografia, gravura em alumínio. É uma exposição que é livre. Tem várias linguagens. Não é só o figurativo, tem o abstrato, por exemplo. São muitas técnicas. É bem aberta a exposição.”

Tradicionalmente, costuma-se ver as gravuras em preto e branco. Mas, como afirma Rafael, as coloridas também compõem a exposição. “Lá na exposição tem trabalhos coloridos. Muita gente acha que a xilogravura é só preto e branco, mas não. Nas minhas aulas, o aluno aprende a trabalhar com cor. Na exposição, tem vários trabalhos de alunos que são coloridos. Já não é a preto e branco como todo mundo conhece. Cada pessoa se mostra em suas obras. Cada um tem a sua linguagem ali”, pontua.

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Confira alguns dos trabalhos expostos:

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(Foto: Divulgação)

A xilogravura hoje

Como conta Rafael, é interessante perceber como a gravura, em específico, a xilogravura, se coloca em um ambiente no qual o digital tem predominado. Isso porque, como afirma, a xilogravura é, em sua totalidade, manual. “Cada gravação que a pessoa fez, na madeira ou no MDF, as linhas que são feitas são tortas. Nenhuma é precisa. E é isso que diferencia a xilogravura de uma impressão, por exemplo. A impressora digital, se você for fazer desenho no computador, as linhas são certas. Na xilogravura, não. Um erro pode ser sua identidade. Essa é a diferença da xilogravura para a arte digital. Hoje em dia, com a Inteligência Artificial aparecendo no mercado, desvaloriza a criação. O artista que está produzindo tem a sua identidade. Os erros que levam o artista a ter o reconhecimento dele próprio, sem que o computador conserte esses erros.”

Os cursos de Rafael na Casa D’Itália vão continuar acontecendo. E a ideia é exatamente que mais pessoas entrem no coletivo e passem a formar o grupo. “A intenção é que mais pessoas entrem. É um coletivo que tem o objetivo de crescer.” E ele já adianta que a xilogravura é, de fato, para todos que têm interesse. “A xilogravura é fácil de domínio, não é difícil, só é um pouco trabalhosa, porque a pessoa esculpe a madeira. Mas, depois de pronto o trabalho, a impressão pode ser feita em casa, não precisa ser no ateliê, pode ser feita de maneira tradicional, com a própria mão. Não é um trabalho que necessita ficar preso no ateliê. Ela é aberta e uma porta de entrada.”

Serviço
Exposição Coletivo Grapha
Inauguração: quinta-feira (1), às 18h
Até 31 de agosto
Na Casa D’Itália (Avenida Barão do Rio Branco 2585 – Centro)
Entrada gratuita

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