Quando “Homem aranha no aranhaverso” chegou aos cinemas, em 2018, as expectativas já eram altas. Seria a primeira introdução nos cinemas do herói negro e latino, que vive no Brooklyn, depois de já ter sido querido pelo público através dos quadrinhos. Quando o filme foi lançado, no entanto, o sucesso foi ainda maior que o esperado, tornando-se a maior bilheteria de animação da Sony nos Estados Unidos. Um ano depois, o filme também conquistou o Oscar de melhor animação, gerando uma grande expectativa para sua continuação. Quatro anos depois, e com quase mil pessoas envolvidas na criação desse universo, o segundo filme sequência, “Homem aranha: através do aranhaverso” chega às salas, trazendo novos personagens, um multiverso diferente de tudo que o público já viu e dilemas distintos para Miles Morales.
O Aranhaverso traz para os cinemas um Homem-Aranha diferente do que conhecemos com Peter Parker. Miles Morales é um personagem novo, que ainda tem muito a aprender e que ainda lida com os dilemas íntimos e formas de se colocar no mundo. Ele tem a própria trajetória de ganho dos poderes, protagonizou sua tragédia particular e descobriu o seu propósito. No novo filme, ele precisa amadurecer quando percebe que suas aventuras não podem ser totalmente distantes da sua vida cotidiana – ainda que, neste momento, já esteja mais confortável com a máscara que leva. O filme mostra que ele está em um momento de aparente tédio, sentindo falta de seus amigos de outros universos, principalmente Gwen Stacy, a Mulher-Aranha de outro mundo, que realmente entende os seus dilemas. Logo, no entanto, ela reaparece chamando-o para uma missão, junto com uma espécie de sociedade de diferentes “pessoas-aranhas” de todo o multiverso, para monitorar um homem chamado Mancha.
O novo vilão se trata de um jovem capaz de criar pequenos buracos negros que conectam pontos aleatórios no espaço. Ele consegue perceber que o abismo entre os espaços abertos por sua habilidade lhe dá acesso ao multiverso, passando a usar cada novo mundo como uma escalada em seu poder e uma ameaça ao frágil equilíbrio da realidade. Ao falhar em conseguir contê-lo, os dois protagonistas encontram a tal sociedade de pessoas-aranhas, que busca manter a integridade dos cosmos e o líder Miguel O’Hara. Ele é o Homem-Aranha de 2099 e se encarregou de ser o guardião de todos os universos, fazendo o que precisa para a história de todos ser coesa e acontecer da forma que acredita que deve ser. Por isso, Miles Morales torna-se o alvo de uma perseguição, tendo que viajar por outros mundos e conhecer novas realidades de forma mais intensa que no longa anterior.
Em “Através do Aranhaverso”, tudo gira em torno da falta de controle sobre os acontecimentos no mundo e sobre o que é mais importante para a vida de cada um. Também são colocados em cena dilemas sobre o que fazer com o próprio poder e como atender o coletivo e o individual. O filme estreou com 97% no Rotten Tomatoes, e logo já conta com uma sequência prevista para 29 de março de 2024, quando os conflitos que ainda restam ao final do filme devem ser resolvidos, e a trilogia iniciada seis anos antes deverá se encerrar.