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Suspeito de atuar como ‘braço’ do PCC em Minas é condenado

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Suposta liderança do Primeiro Comando da Capital (PCC), organização criminosa oriunda de São Paulo, em Minas Gerais, Marcio Vinícius da Paixão Vieira foi julgado culpado por homicídio duplamente qualificado por motivo torpe e condenado a 16 anos de prisão na tarde desta terça-feira (31), no Fórum Benjamin Colucci, na Vara de Execuções criminais de Juiz de Fora. Conhecido pela alcunha de “Pica-Pau”, o criminoso de 22 anos teria executado o crime em 20 de dezembro de 2020, quando ainda tinha 19 anos, em Juiz de Fora.

Na versão da promotoria, responsável pela acusação, Pica-Pau teria pedido uma corrida similar às feitas por aplicativo e a vítima teria ido buscá-lo. Dentro do carro, o homem indicou um caminho que levava a uma estrada próxima ao Bairro Santo Antônio. Ao chegar ao local, porém, o autor do crime teria pego uma pistola 9 mm e feito 19 disparos, com 15 deles acertando a cabeça da vítima. De acordo com a investigação, o motorista teria sido pego desprevenido com uma ofensiva que vinha pelo lado direito.

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Durante o julgamento, a acusação reiterou a concepção do Ministério Público sobre a presença de organizações criminosas, como o PCC, em Juiz de Fora. “Baseado em apurações da então Delegacia de Homicídios e notadamente no trabalho de policiamento ostensivo da Polícia Militar, existe sim esse braço (de organizações criminosas). Ou, pelo menos até o nosso conhecimento, esse braço existiu, atuou no Bairro Santo Antônio”, afirmou o promotor do Ministério Público Vinícius de Souza Salles. Segundo ele, Marcio Vinícius se instalou em Juiz de Fora vindo do Norte de Minas Gerais e aqui cometeu “crimes de tráfico de drogas e de homicídio”.

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Com mandado de prisão em aberto, expedido em Juiz de Fora devido ao assassinato cometido em 2020, Marcio Vinícius foi preso em janeiro do ano passado no Paraguai, em uma região rural próxima à fronteira com o Mato Grosso do Sul. O fato de ter sido capturado fora do país com armas, munições e drogas é, para o promotor Vinícius de Souza Salles, mais um indício da presença de facções criminosas em Juiz de Fora. “Não há a menor dúvida de que infelizmente essa organização criminosa começou a se instalar dentro do estado de Minas Gerais e notadamente aí na cidade de Juiz de Fora”, disse.

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Argumentos da defesa

O advogado do réu, Ramsés Cabral, se dirigiu aos membros do júri alegando falta de provas incriminatórias em direção ao seu cliente, como, por exemplo, digitais no carro em que a vítima foi encontrada. Ele sustentou também que, embora o seu cliente possuísse passagem pela polícia por tráfico e interceptação, nunca havia sido considerado culpado desses crimes. Em sua defesa, Pica-Pau disse que nunca havia pego em arma para matar ou roubar alguém.

PM reforça segurança no Fórum

A Polícia Militar reforçou a segurança no Fórum de Juiz de Fora durante o julgamento de Pica-Pau, que, segundo a corporação “possui ligação com a organização criminosa Primeiro Comando da Capital (PCC)”. Em nota, a PM informou que, além do homicídio, Pica-Pau possui “uma extensa ficha criminal”. Ele já foi preso por tráfico de drogas cinco vezes, e possui prisões também por “lesão corporal, ameaça e tortura”. Ainda de acordo com a PM, Pica-Pau é natural de Montes Claros e vinha residindo no Bairro Santo Antônio. Atualmente, Pica-Pau está detido em uma penitenciária de segurança máxima no município de Francisco Sá, no Norte de Minas Gerais.

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