A Polícia Civil de Minas Gerais (PCMG) promoveu mudanças na chefia e nos quadros da 1ª Delegacia Regional de Polícia Civil de Juiz de Fora, pertencente ao 4º Departamento. O novo delegado regional é Márcio Roberto Savino Lopes, procedente da Coordenação de Apoio Administrativo do Departamento de Trânsito (Detran). Ele assume o lugar do delegado Armando Avolio Neto, que estava à frente do cargo desde dezembro de 2018. As alterações foram publicadas no Diário Oficial de Minas Gerais de sábado (29) e assinadas pelo chefe da Polícia Civil do estado, delegado-geral Joaquim Francisco Neto e Silva. A nova função de Armando, delegado de nível especial, não foi especificada, apenas sua dispensa de responder pelo expediente da 1ª Delegacia Regional. A PCMG também promoveu a remoção de quatro investigadores que eram lotados em Juiz de Fora.
Novo regional quer ‘reconstruir a Polícia Civil de JF’
Nesta segunda-feira (31), o novo delegado regional de Juiz de Fora, Márcio Savino, afirmou pretender uma “gestão eficiente” e “reconstruir a PCMG de Juiz de Fora”. A imagem da corporação sofreu desgaste recente, com a prisão do delegado até então à frente da Delegacia Especializada de Combate ao Narcotráfico, Rafael Gomes de Oliveira, e de seis investigadores na operação “Transformers”, deflagrada pelo Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) no dia 20 de outubro. Ao todo, foram detidas 25 pessoas suspeitas de integrar organização criminosa que teria ligação com tráfico de drogas, lavagem de dinheiro, corrupção ativa e passiva, adulteração veicular, entre outros crimes.
Além de almejar “reconstruir” a PCMG na cidade, Márcio Savino quer implantar uma investigação de qualidade, sem esquecer da necessidade de melhorar o atendimento ao público. “Desconstrutivismo surge como uma estratégia originária do filósofo do século XX, Jacques Derrida, a qual tem como base desierarquizar conceitos demasiadamente estruturados”, finaliza o delegado regional, elogiando ainda o trabalho de Armando Avolio, a quem atribuiu uma “excelente gestão”.
Armando Avolio faz balanço de sua gestão
Em entrevista à Tribuna nesta segunda-feira (31), o delegado Armando Avolio fez um balanço de sua gestão de quase quatro anos à frente da 1ª Delegacia Regional de Juiz de Fora. “Conseguimos diminuir os crimes violentos, de 10% a 20%, a cada ano. Também fizemos as maiores apreensões de drogas do estado.” Segundo ele, por meio de parcerias com o setor privado e com o Poder Judiciário e de emendas do Legislativo, entre outros recursos, foi realizada a reforma da sede da delegacia, em Santa Terezinha, “dando mais dignidade aos policiais, bem como aos cidadãos que a frenquetam”.
Além disso, destacou Armando, foram adquiridos mais equipamentos de informática, novo mobiliário, viaturas e armamentos “para melhoria do trabalho de Polícia Judiciária”. Ainda na sede, foi estruturada uma unidade de custódia para pessoas detidas, com câmera, armário e grade. “Conseguimos cercar toda a Delegacia Regional, trazendo mais segurança, finalizamos a reforma no estande de tiros e implementamos o plantão digital.”
O ex-delegado regional lembrou que em sua gestão foi inaugurada a nova sede da Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher, no Santa Cruz Shopping, “com tudo novo, inclusive com sala de escuta especializada”. Já o atendimento do setor de trânsito foi transferido para o UAI (Shopping Jardim Norte). “No meio dessa administração, enfrentamos ainda uma pandemia e superamos todas as dificuldades, não deixando de prestar o devido atendimento aos cidadãos”, enfatizou Armando, acrescentando que a PCMG distribuiu máscaras e álcool gel para comunidades carentes, assim como materiais de higiene e de limpeza.
Já em datas comemorativas, como Páscoa, Dia das Crianças e Natal, foram arrecadados e direcionados ao público-alvo chocolates, brinquedos e presentes em geral. “Considero exitosa minha passagem (como delegado regional). Com os outros policiais, conseguimos dar o devido atendimento à população.” Questionado sobre seu futuro na PCMG, Armando disse ainda analisar as possibilidades. “Tive alguns convites para novas chefias em outras cidades, mas ainda não decidi. A princípio, devo permanecer em Juiz de Fora.”
Especializadas
Avolio também comentou a operação do MP que resultou na prisão de sete policiais civis em outubro. “Com relação aos últimos acontecimentos, a nossa corregedoria já está acompanhando para as devidas medidas. Não compactuamos com qualquer tipo de desvio de conduta.” Diante desse fato e da carência de servidores que já havia anteriormente, agravada pela prisão e transferência de policiais, ele anunciou: “Entendemos por bem tornar sem efeito a criação das delegacias especializadas para que as delegacias de área possam responder por todos os crimes com maior efetivo e estrutura”.