O homem de 42 anos baleado junto com uma adolescente, 16, na madrugada do último domingo, no Bairro Furtado de Menezes, na Zona Sudeste de Juiz de Fora, morreu horas depois do crime no HPS. Ao contrário do informado pela Secretaria de Saúde e publicado pela Tribuna, ele não foi medicado e liberado. A assessoria da pasta corrigiu o equívoco nesta terça-feira (31), informando que Márcio da Silva Marques foi a óbito ainda no domingo, por volta das 7h. Ele foi sepultado no Cemitério Municipal. Já a adolescente, alvejada em uma das pernas, foi avaliada pela equipe de cirurgia geral e traumatologia, sendo liberada em seguida.
O assassinato está sendo investigado pela Delegacia Especializada de Homicídios. O delegado Rodrigo Rolli informou nesta terça que já ouviu a jovem e outros envolvidos no inquérito. O crime aconteceu por volta das 2h30, em frente a uma casa na Rua Furtado de Menezes. Um morador, 19, contou à PM que dormia na residência quando ouviu a vítima lhe chamando do lado de fora do portão. Ao atender a porta junto com a irmã, foi surpreendido por vários disparos e percebeu que Márcio havia caído no chão, baleado na cabeça, com perda de massa encefálica. Os tiros teriam partido dos ocupantes de uma picape e também acabaram ferindo a adolescente. As vítimas foram conduzidas pelo Samu ao HPS, e nenhum suspeito foi encontrado.
Pistola de gesso
Uma pistola de gesso pode ter sido utilizada em outro homicídio registrado em outubro também na região Sudeste. De acordo com Rolli, um objeto semelhante ao pino usado nessa ferramenta foi encontrado durante a necropsia de Marcos Paulo Oliveira Barbosa, 14, alvejado por dois tiros no rosto disparados pelo ocupante de um carro, na noite do dia 21, em frente a um bar na Vila Ideal. “Estamos fazendo diligências para encontrarmos a arma usada (pistola de gesso) e o autor”, disse Rolli, adiantando que já tem um suspeito. A hipótese inicial, inclusive apontada pela PM, é de que o assassinato tenha sido motivado pela “guerra do tráfico” naquela região. O atirador pertenceria a uma gangue da Olavo Costa e estaria atacando desafetos como vingança.
Conforme Rolli, o objeto localizado no crânio da vítima foi encaminhado para perícia para confirmar se, de fato, se trata de um pino de instalação de gesso. O delegado lembrou que esse é o segundo caso em que o instrumento de trabalho de gesseiros é usado em um homicídio. Em junho deste ano, a Polícia Civil apresentou o suspeito de matar Flávio Augusto Adário Ribeiro, 42, assassinado com um disparo na cabeça na noite do réveillon de 2015, após discussão em um movimentado bar na Avenida dos Andradas, perto da Rua Barão de Cataguases, região central de Juiz de Fora.
O gesseiro, 30, era procurado há mais de dois anos e foi capturado durante abordagem da Polícia Militar nas imediações do mesmo estabelecimento comercial onde aconteceu o crime. Contra ele havia mandado de prisão temporária expedido pela Justiça depois de a Delegacia Especializada de Homicídios identificá-lo por meio de redes sociais e pedir o desarquivamento do inquérito em fevereiro. O suspeito confessou o homicídio, praticado com uma pistola de gesso, com munição calibre 22.