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JF lidera número de notificações de casos da variante Delta em Minas

cepa indiana do coronavírus preocupa autoridades em todo o mundo
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Juiz de Fora é o município mineiro com maior número de notificações relacionadas à variante Delta em Minas Gerais. De acordo com informações do painel de monitoramento estadual, atualizado na tarde desta terça-feira (31), a cidade soma 41 casos entre prováveis e confirmados e abre distância em relação a Belo Horizonte, segundo colocada, que notificou 13 casos. A Tribuna entrou em contato com a Secretaria de Saúde da Prefeitura de Juiz de Fora (PJF) e também com o Governo estadual solicitando mais informações sobre os diagnósticos já confirmados na cidade e aguarda retorno.

A proliferação da variante Delta é um fator ameaçador dentro do atual contexto epidemiológico do município. Segundo relatório do Observatório de Vigilância Genômica de Minas Gerais (OViGen-MG), a Gerência Regional de Saúde de Juiz de Fora (GRS-JF) apresentou a maior frequência da cepa entre os últimos dias 15 e 21, representando 75% das 32 amostras colhidas pela GRS-JF. Na semana anterior, a taxa era de 56%, o que demonstra tendência de aumento. Das 174 amostras genotipadas com casos prováveis ou confirmados da Delta no estado, 41 foram apenas no município de Juiz de Fora, o que representa 23,5% do total e coloca a cidade na liderança total de registros da variante identificada pela primeira vez na Índia.

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A localização geográfica de Juiz de Fora, próxima ao estado e à cidade do Rio de Janeiro – que já concentra alto número da variante -, é fator que coloca as autoridades locais e estaduais de saúde em alerta. Há cerca de duas semanas, o secretário de Estado de Saúde (SES-MG), Fábio Baccheretti, mencionou preocupação em relação à macrorregião Sudeste, da qual Juiz de Fora faz parte, devido à proximidade com o estado do Rio. De acordo com ele, a tendência é que a região passe a registrar maior número de casos em relação a outras localidades mineiras. O secretário também afirmou que, por este motivo, a pasta estadual já vem reforçando a realização de testes genomáticos dos exames oriundos da macrorregião Sudeste.

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Na semana passada, quando confirmou a circulação comunitária da variante em Juiz de Fora, a secretária de Saúde da PJF, Ana Pimentel, informou que, apesar de a situação atual não ser de pânico, a variante pode ser mais transmissível e que o momento é de redobrar a atenção e os cuidados com a saúde, mantendo todas as medidas de prevenção. Nesta segunda-feira (31), quando anunciou a regressão da cidade à faixa laranja do programa municipal que estabelece regras e protocolos para o enfrentamento à pandemia e para o funcionamento do setor produtivo, Ana pontuou que um dos motivos para a mudança foi a situação de alerta devido à circulação comunitária da variante Delta no município.

Vacinação pode estar ajudando a conter impactos

O infectologista Rodrigo Daniel aponta que ainda não é possível verificar impacto expressivo da variante no número de casos confirmados ou no número de internações na cidade, uma vez que, segundo ele, tais indicadores apresentam estabilidade ao longo das últimas semanas. “O número de casos e de internações (até o momento) não vem subindo. Talvez a variante Delta tenha causado algum impacto, mas que a gente ainda não consiga aferir, por exemplo: talvez, se não tivesse a variante Delta, o número de casos, hoje, pudesse ser menor. Mas isso os números (ainda) não vão mostrar. É esperado que ela tenha tido um impacto, mas, aparentemente, ele está sendo bem absorvido pelo sistema”, opina.

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Na avaliação do médico, a cobertura vacinal contra a Covid-19 pode estar amenizando maiores impactos na cidade. “É possível que a introdução dela (variante) em uma população com o índice de vacinação maior possa ter segurado o impacto. Diferentemente de locais em que elas foram introduzidas em abril, ela foi introduzida aqui (no Brasil) em junho ou em julho e permitiu que a gente já tivesse um percentual de vacinados maior.”

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