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Imbel deve transferir explosivos hoje

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O material explosivo que ainda se encontra dentro da Indústria de Material Bélico do Brasil (Imbel) deverá ser transferido hoje para o campo de instrução do 4º Depósito de Suprimentos (4º Dsup), localizado no Bairro Barbosa Lage. A retirada dos artefatos está prevista para acontecer no início da manhã através de veículos do Exército. Três caminhões deverão ser usados no transporte dos insumos que ficarão acondicionados em instalações do Dsup até que as causas do acidente no paiol número 1 da Imbel sejam esclarecidas. No último dia 16 de agosto, uma grande explosão destruiu um dos paióis da fábrica e danificou outros dois, comprometendo a segurança do armazenamento desse material. A transferência foi solicitada pelo Ministério Público do Trabalho (MPT) até que o inquérito relativo ao incidente seja concluído.

Autorizada pelo Exército, a transferência dos insumos é preocupante, em função da proximidade do novo local com a Zona Urbana. O material utilizado na confecção de armamentos, entre eles granadas, ficará armazenado a menos de dois quilômetros do Parque das Torres e mais de quatro quilômetros do Bairro Araújo, o mais afetado pela explosão. A distância entre o antigo paiol e o Araújo era de 500 metros. O assessor de comunicação da Imbel, coronel Malbatan Leal, descarta o risco, devido à grande extensão do campo de instrução que faz divisa com a Mata do Krambeck, a estrada da Remonta e a Represa João Penido. “Além de ter áreas que permitem o adestramento da tropa, o campo também possui locais seguros para o acondicionamento destes insumos. Dentro dele, há uma companhia que pertence ao 4º Dsup”, explica.
Reparação
Em função do acidente, a Imbel permanece de portas fechadas há 15 dias. Com termo de interdição do Ministério do Trabalho, a fábrica só deverá voltar a funcionar depois que todas as determinações de segurança estabelecidas pelos auditores da Gerência Regional do Trabalho forem atendidas. Neste momento, além da limpeza da fábrica, que teve parte das 82 edificações danificadas, a empresa está envolvida com o ressarcimento dos prejuízos causados aos moradores que tiveram imóveis atingidos pela onda de choque provocada pela explosão. O número já chega a 274 famílias reclamantes. Destas, 90% já tiveram seus imóveis vistoriados por representantes da fábrica, 70% já estão com os processos de indenização em andamento e cerca de 30 famílias já receberam em sua conta bancária o valor do prejuízo causado pela quebra de vidros, portas e janelas. “O nosso maior compromisso é fazer o ressarcimento das pessoas que foram prejudicadas. Independente do que ocorreu – o que ninguém desejou -, a postura da empresa é assumir a responsabilidade pelos danos ocorridos”, afirmou o coronel Leal.

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Ainda ontem, representantes da fábrica se reuniram com cerca de 50 moradores afetados pelo episódio e funcionários no auditório da praça Centro de Artes e Esportes Unificados (CEU) de Benfica. O encontro foi marcado pela Imbel com o objetivo de manter o contato iniciado no processo de ressarcimento, permitindo que novas demandas fossem apresentadas à fábrica.

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