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Juiz de Fora já registrou mais de cem mortes por pneumonia

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Juiz de Fora registrou, de janeiro a junho deste ano, 111 mortes em decorrência de pneumonia – em média, cerca de um óbito a cada 5 mil habitantes. O número engrossa o índice da região. No total, os 37 municípios que compõem a Superintendência Regional de Saúde (SRS) já somaram 177 mortes por pneumonia somente no primeiro semestre deste ano – em média, um óbito por dia. Os dados são da Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais (SES-MG).

Embora tenha havido queda de 66 registros em relação ao mesmo período do ano passado, a região é a quinta do Estado com maior número de notificações de mortes pela doença. No ano passado, foram 475 óbitos, sendo 354 somente em Juiz de Fora, o que corresponde a aproximadamente 74% do total dos casos. Em números absolutos, o percentual tem relação com a grande diferença entre o número de habitantes na cidade e nos outros municípios, já que Juiz de Fora tem a maior população.

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Porém a possibilidade de o número de casos ser ainda maior é uma preocupação. Isso porque, segundo a SES, a pneumonia não é uma doença de notificação compulsória, ou seja, não é obrigatório que os casos sejam notificados pelas unidades de saúde. Ainda assim, conforme levantamento do Ministério da Saúde sobre o número de procedimentos hospitalares realizados pelo Sistema Único de Saúde (SUS), somente no ano passado, 2.700 pessoas foram internadas em decorrência da doença na região. Até maio deste ano, 894 internações já teriam sido notificadas pela SRS Juiz de Fora.

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A orientação é que, ao apresentar os sintomas (ver quadro), a pessoa deve procurar orientação médica. Em casos mais leves, o tratamento é ambulatorial, com a administração de antibióticos e hidratação. Em casos mais graves, o tratamento ideal é feito com antibiótico administrado por via venosa, em ambiente hospitalar.

Diversos fatores

Médico diz que vacinação contra gripe é essencial para evitar mais casos de pneumonia (Foto: Fernando Priamo/Arquivo TM)

De acordo com o médico pneumologista do setor de epidemiologia da SRS, Marcos L’Hotellier, vários fatores contribuem para este cenário. Ele afirma que o índice de infecções respiratórias sempre foi alto em Juiz de Fora, especialmente. “A característica climática da cidade, com mudanças bruscas, ar seco e mais poluído, contribui para a propagação de doenças de vias aéreas, como sinusites, amigdalites e viroses. Estes fatores contribuem para a baixa imunidade e, consequentemente, para o desenvolvimento de um processo pneumônico”, afirma.

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O médico pneumologista Fernando Ferreira Salles também acredita que as circunstâncias climáticas e as baixas temperaturas potencializam o acometimento de doenças infecciosas no aparelho respiratório, principalmente em grupos de risco, como crianças e idosos, por exemplo. A gravidade da doença depende da condição prévia de cada organismo e de quanto o pulmão foi comprometido, além da virulência do agente causador – capacidade do vírus ou bactéria de se multiplicar. “A pneumonia, como doença infecciosa grave, pode evoluir para uma infecção sistêmica e, consequentemente, poderá favorecer o desenvolvimento de outros quadros também letais”, afirma.

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O médico ressalta que, nestes casos, a vacinação contra gripe é essencial, e que a baixa cobertura vacinal, em determinados grupos, pode ter relação direta com o alto número de casos da doença. “Uma das formas de prevenção mais eficazes contra doenças respiratórias é a vacinação contra gripe. As pessoas não podem esquecer que a vacina é muito importante, principalmente, para grupos e faixas etárias determinados pela Ministério da Saúde, durante o período da campanha de vacinação. A gripe não é uma situação simples. Um quadro gripal, às vezes, pode evoluir para uma insuficiência respiratória aguda relacionada a uma pneumonia viral, que é tão grave quanto a bacteriana”, alerta.

O especialista enfatiza que o pensamento de certos grupos sobre a ineficácia ou risco da vacina contra gripe é “equivocado e faz com que as pessoas fiquem vulneráveis ao vírus da gripe, que pode evoluir de um dia para o outro, e causar uma pneumonia grave, que pode levar ao óbito”.

Antipneumocócica

Além da vacina contra gripe, que previne a manifestação de Síndromes Agudas Respiratórias (SARG), o Ministério da Saúde prevê a vacinação antipneumocócica 10-valente (VPC10), que previne contra dez agentes infecciosos causadores de doenças graves como pneumonia e meningite. De acordo com o calendário vacinal, crianças devem tomar a primeira dose aos 2 meses de idade, e a segunda, aos 4. A dose de reforço deve ser administrada ao 12 meses. Em crianças a partir de 5 anos, e em adolescente e adultos de até 59 anos, é recomendada uma dose a depender da situação vacinal da pessoa. A partir de 60 anos deve-se tomar uma dose de reforço. A vacina antipneumocócica 10-valente está disponível nas Unidades Básicas de Saúde (UBS) e no Departamento de Saúde da Criança e do Adolescente (Rua São Sebastião 772, Centro).

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