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Internações por Covid-19 triplicam em JF, e Prefeitura reabre leitos

Após 20 dias internada, paciente morre em Lima Duarte sem conseguir transferência para UTI
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Com o aumento expressivo no número de internações causadas pela Covid-19 em hospitais ao longo de janeiro e a escalada de contaminações pela variante Ômicron, a Prefeitura de Juiz de Fora ampliou o número de leitos destinados ao tratamento da Covid-19. Conforme a Secretaria de Saúde, a cidade passará a contar com 20 novos leitos a partir desta terça-feira (1º de fevereiro), além de outros 30 que foram abertos na última semana. A decisão se dá em meio ao avanço nas hospitalizações, que subiu de 68 em 30 de dezembro para 230 no último domingo (30 de janeiro). O salto representa crescimento de 238%, ou seja, o número mais que triplicou em um mês.

Os dados de hospitalizações colocam a cidade no maior pico desde o dia 14 de julho de 2021, quando 250 pessoas estavam internadas nos hospitais do município em função de complicações relacionadas à Covid-19. O aumento contínuo foi notado em levantamentos realizados pela Tribuna ao longo da última semana. Em 17 de janeiro, a cidade já tinha a maior quantidade de hospitalizações registradas desde setembro – naquele dia, 153 moradores de Juiz de Fora estavam internados. Na última quinta-feira (27), novo levantamento apontou índice superior a 80% na ocupação de leitos hospitalares em Juiz de Fora, dado que mostra as consequências do número de internações para o sistema de saúde, que continua sobrecarregado.

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Isto porque os índices de ocupação seguem aumentando com a escalada nas internações. No informativo do último domingo, a ocupação de leitos de enfermaria Covid do SUS chegou a 92,05%, enquanto os leitos privados de terapia intensiva (UTI) chegaram a 90,28% de ocupação. Já os equipamentos públicos de terapia intensiva chegaram a 81,01% de saturação.

O boletim, atualizado com dados de 18h38 de domingo, ainda apontou que, entre as pessoas internadas com Covid, 77 estavam em leitos de UTI e 153 estavam ocupando leitos de enfermaria. Levando em conta apenas os leitos de UTI do SUS dedicados ao tratamento de Covid-19, a ocupação estava em 82,35%.

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Questionada sobre o cenário do município, a Secretaria de Saúde informou que “devido ao avanço da variante Ômicron pelo país”, vai ampliar o número de leitos destinados ao tratamento da Covid-19. A partir desta terça, mais 20 leitos estarão disponíveis no município. De acordo com a pasta, na última semana, 30 novos leitos foram abertos na rede pública, sendo 15 de terapia intensiva e 15 de enfermaria.

Ocupação dos hospitais privados

O aumento na demanda é sentido também pelos hospitais da rede privada, conforme a Tribuna vem noticiando desde o início de janeiro. Da mesma forma que os boletins da PJF apontam aumento no número de internações, os hospitais também têm admitido mais pacientes vítimas da infecção pelo coronavírus em comparação aos meses anteriores.

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Nesta segunda-feira, (31), o Hospital Monte Sinai foi procurado pela Tribuna e informou que possuía 30 pacientes internados na Unidade Covid, sendo que 14 estavam em leitos clínicos e 16 ocupavam leitos de terapia intensiva. O número chama especial atenção sobretudo quando comparado com a realidade de novembro, quando a unidade hospitalar chegou a ter apenas dois internados, sendo nenhum em UTI. O Monte Sinai destacou que “a estrutura do hospital permite abrir ou isolar leitos conforme a necessidade de cada fase”.

Por meio da assessoria, o Hospital Unimed informou que a taxa de ocupação dos leitos dedicados à Covid-19 alcançava 87,5%, no somatório da terapia intensiva e de enfermaria. Já contabilizando apenas os leitos de UTI, o índice era de 60%. Os dados são referentes à manhã desta segunda, uma vez que, conforme lembrou o hospital, os números podem variar de hora em hora

No Hospital Albert Sabin, 20 pessoas estavam internadas, sendo 15 com teste de Covid-19 positivo e cinco com casos suspeitos da doença. Desse total, 16 pacientes ocupavam leitos clínicos e quatro estavam internados em unidades de terapia intensiva. A assessoria destacou que desde a última quinta-feira (27), a procura por internação diminuiu no hospital e se manteve estável. O tempo médio que um paciente fica internado é de, aproximadamente sete dias, o que, segundo o hospital, não vem impactando a ocupação hospitalar. Mas caso seja necessário, o Albert Sabin diz que está preparado para aumentar o número de leitos para atender os pacientes com sintomas respiratórios.

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Internações acompanham aumento de casos, diz especialista

Conforme o pesquisador Marcel Vieira, que faz parte da plataforma JF Salvando Todos, responsável por monitorar a evolução da pandemia em Juiz de Fora, ainda não há evidências de que a cidade esteja no ponto máximo do novo pico de internações, mas considera que o cenário atual é típico. “Normalmente, o número de internações acompanha o número de casos”, diz o professor.

Dessa forma, como as contaminações seguem em alta ao longo das últimas semanas, ainda é esperado um crescimento no número de pessoas internadas com Covid-19. “Normalmente, há um tempo entre o diagnóstico e o agravamento da doença para a posterior internação. Para que possamos pensar em uma diminuição no número de internações, precisamos observar, antes, uma diminuição no número de casos. E isso ainda não está acontecendo”, aponta.

O pesquisador, por outro lado, afirma não ser possível estimar o quanto o número de internações irá subir. Dessa forma, o monitoramento, ainda segundo Vieira, deve ter contínua observação no número de casos e de óbitos, que voltou a ser visto com preocupação na última semana, quando mais de dez mortes relacionadas à Covid-19 foram registradas em Juiz de Fora.

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Óbitos
Apesar de apresentar leve tendência de aumento, os números são menores em comparação aos meses anteriores. Em janeiro, 19 pessoas morreram por complicações causadas pela Covid-19, enquanto 14 mortes foram registradas em dezembro pela PJF. Em novembro, entretanto, o número de óbitos estava em outro patamar, com 38 vítimas fatais da doença.

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