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JF registra 139 homicídios

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A três dias do fim do ano, o número de mortes violentas em Juiz de Fora chegou a 139 com o assassinato a tiros de dois homens na Zona Sudeste em menos de dez horas. O número é o mesmo contabilizado nos 12 meses de 2013, quando os crimes explodiram, assustando a população, que já estava acuada diante do salto de 52 homicídios em 2010 e 2011 para 99 óbitos em 2012. Com as medidas tomadas pelas autoridades para conter o avanço da criminalidade, a escalada da violência parece ter se estabilizado, porém, em um patamar alto.

A Zona Norte continua sendo a região mais violenta do município, com 44 registros, e a Zona Sudeste ficou na segunda posição, com 34 casos, quase junto com a Leste, que teve 32 mortes. Em seguida e na sequência estão as regiões Nordeste (10), Sul (9), Cidade Alta (6) e central (4). As armas de fogo também prevaleceram como meios mais usados para os assassinatos, aparecendo em 113 dos 139 casos, que ainda foram praticados com agressões, facas e outros instrumentos. Os jovens, com idades até 25 anos, representam pouco mais de 50% das vítimas, e entre eles estão oito adolescentes. Em relação ao sexo, sete mulheres e 132 homens perderam a vida em decorrência de crimes. Já os meses mais brutais foram fevereiro, com 20 homicídios, abril (15) e janeiro (14).

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O delegado adjunto da chefia do 4º Departamento de Polícia Civil, Marcus Vinícius, vê a estagnação dos números de mortes violentas na cidade de forma positiva. “Representa um avanço, já que o número da criminalidade, de maneira geral, foi maior. Manter este número representa a incansável busca da Polícia Civil, junto com ações entre a Polícia Militar e a Prefeitura de Juiz de Fora, em combater o crime violento. O Fórum de Segurança Pública (realizado em setembro) foi o ponta pé na busca, entre várias esferas, para reduzir esse número e, efetivamente, em 2015 poder mostrar um quadro diferente do que vem ocorrendo”, afirmou o delegado. A Tribuna tentou contato com a Polícia Militar para comentar a equiparação dos números de homicídios, mas, até o fechamento desta edição, não obteve êxito.

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Dois assassinatos em 10h

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Um dos homicídios ocorridos no fim de semana aconteceu no Bairro de Lourdes. Um homem de 28 anos foi morto a tiros, por volta das 5h, quando estava em um bar na Rua Energina Ernesto Guilherme. Segundo a Polícia Militar, Darlan de Freitas Santiago foi surpreendido por vários disparos em sua direção. Alvejado quatro vezes no tórax, ele chegou a ser socorrido e encaminhado ao Hospital de Pronto Socorro (HPS), mas não resistiu aos ferimentos e morreu. O corpo foi encaminhado para necropsia no Instituto Médico Legal (IML).

A PM fez contato com uma irmã da vítima, mas ela não soube dizer qual seria a motivação do homicídio. Um primo de Darlan contou aos policiais que estava com ele no bar e lanchonete, quando houve um desentendimento entre a vítima e dois homens. Um deles sacou uma arma e fez disparos para o alto e na direção de Darlan. Nenhum suspeito foi encontrado.

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“Lei do silêncio”

Já na noite de sábado, outro homem, 33, foi assassinado na Rua Hortogamini dos Reis, na Vila Olavo Costa. De acordo com a PM, por volta das 19h30, Adriel de Souza foi atingido por três disparos e também chegou a ser socorrido até o HPS por populares, mas acabou morrendo com três perfurações no lábio inferior, abdômen e clavícula. O corpo passou por necropsia no IML.

A PM teve dificuldade em obter informações sobre o crime por causa da “lei do silêncio” que impera sobre os moradores, que temem possíveis represálias. Por meio de denúncias anônimas, militares chegaram aos apelidos de três suspeitos, mas nenhum deles foi localizado. A motivação do homicídio também não foi esclarecida. Os dois casos seguiram para investigação na Polícia Civil.

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Quatro homens são baleados na Zona Norte

Além dos dois homicídios ocorridos na Zona Sudeste entre a noite de sábado e a manhã de domingo, quatro pessoas foram baleadas na Zona Norte em menos de 30 horas. Por volta de 1h de ontem, um homem de 27 anos foi alvejado na Rua Major José Teixeira, no Bairro Jóquei Clube, Zona Norte. Segundo a Polícia Militar, a vítima estaria discutindo com sua companheira, quando surgiu um homem intervindo na briga. Em seguida, ele retornou ao local com uma arma de fogo e fez cinco disparos contra a vítima, que foi atingida duas vezes no abdômen e uma no braço direito. O homem foi socorrido pelo Samu e levado para o HPS. Ele passou por exames e permaneceu internado na sala de urgência à espera de cirurgia para retirada dos projéteis alojados. Conforme a assessoria do hospital, a vítima está lúcida, orientada e estável. O suspeito não foi localizado.

No final da manhã de domingo, um jovem, 22, teve uma arma apontada contra a cabeça e ainda entrou em luta corporal com um atirador na Rua Ivan Baptista de Oliveira, no Milho Branco. A tentativa de homicídio foi praticada por uma dupla que, mesmo diante da reação, conseguiu atingir a vítima nas nádegas e perna esquerda. Ela foi socorrida pelo Samu e levada para o HPS, onde está internada na sala de urgência lúcida, orientada e estável. O rapaz contou que saía de uma barbearia quando foi surpreendido pelos bandidos. A suspeita é de que o crime foi encomendado e motivado por desavenças passadas entre gangues, mas ninguém foi preso.

Já na noite de sábado, dois jovens, de 17 e 18 anos, foram baleados no Parque das Águas. Eles relataram à PM que estavam em via pública, quando foram surpreendidos por cinco disparos efetuados pelos ocupantes de uma moto. O mais jovem foi alvejado em uma das pernas e medicado na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) de São Pedro, sendo transferido para o HPS. Já o outro foi atingido no joelho direito e por dois tiros na perna esquerda e também foi atendido no HPS. A motivação do crime não foi esclarecida e nenhum suspeito foi encontrado.

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* colaborou Marcos Araújo

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