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Cemitério da Colônia terá intervenções

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Projeto mostra como ficará o local após as mudanças
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Projeto mostra como ficará o local após as mudanças

O Cemitério da Paz, onde estão enterrados os restos mortais dos 60 mil pacientes do Hospital Colônia, em Barbacena, passará por intervenções. O anúncio foi feito ontem, pelo secretário de Estado da Saúde, Antônio Jorge de Souza Marques, após a Tribuna denunciar, na série "Holocausto brasileiro", o abandono da área, desativada há mais de 20 anos, e a degradação dos túmulos, cujas ossadas encontram-se expostas. Segundo o secretário, a prioridade será sanear o problema.

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"Vamos liderar um processo, para que possamos resgatar esse assunto, com o compromisso de sanear a questão", informou Antônio Jorge, que vê no próximo 18 de maio, Dia da Luta Antimanicomial, uma data possível e simbólica para o lançamento da pedra inaugural de futura obra de revitalização.

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Em uma das reportagens da série, a Tribuna revelou que a área de oito mil metros quadrados, na qual as vítimas de tratamento desumano foram enterradas em covas rasas, está tomada por mato alto e sujeira. "O Estado tem uma dívida com os pacientes de respeito, de memória e de dignidade. A outra dívida é com a cidade que abrigou um século de loucura. O pavilhão Antônio Carlos, onde tudo começou, está desativado. Nosso ideal é que fosse transformado em um centro de convenções para a comunidade", afirmou o diretor do Centro Hospitalar Psiquiátrico de Barbacena (CHPB), Jairo Toledo.

Memorial de Rosas

Há quatro anos, a Prefeitura de Barbacena lançou um concurso nacional para criar no cemitério abandonado o Memorial de Rosas, unindo assim os dois símbolos da cidade, a loucura e as flores. O projeto vencedor, de Ipatinga, propõe transformar o local em marco da história da psiquiatria mineira. A partir da conservação dos túmulos, ele permite a revitalização do espaço e a preservação do passado, que poderá ser transposto por meio de uma passarela suspensa que seria construída no terreno. "Quero discutir o projeto com outras pastas do Governo e instâncias, a fim de que sejam tomadas medidas em conjunto. Nossa ideia é reunir outros parceiros para que, juntos, possamos tomar uma decisão sobre isso", considerou Antônio Jorge.

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Para viabilizar a obra, são necessários investimentos na ordem de R$ 3 milhões. "A proposta de construção do Memorial de Rosas introduz um terceiro tempo no acolhimento à loucura. É a via da valorização da história e da sua preservação, tanto para as gerações atuais quanto futuras. A concepção do memorial encerra um ciclo negativo da história da loucura, ao mesmo tempo em que aponta para o início de seu avesso", defende Jairo.

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