O drama da procura da família de Carlos Henrique Leandro, 51 anos, desaparecido desde 23 de julho de 2016, pode estar próximo do fim. Conforme informou a delegada Ione Barbosa, nesta segunda-feira (30), a ossada humana encontrada dentro do buraco de uma árvore, no Bairro Grama, Zona Nordeste de Juiz de Fora, nas proximidades do Hospital Regional Doutor João Penido, em agosto deste ano, pode ser do pedreiro. A informação foi divulgada depois que um crucifixo semelhante ao que ele usava foi encontrado no mesmo local onde estava ossada. O objeto, que possui o nome de Carlos Henrique gravado, foi reconhecido por familiares, também nesta segunda. “Nós conseguimos encontrar este crucifixo que tinha o nome dele e foi reconhecido pela sua mãe. Ela ainda nos disse que havia adquirido o objeto durante uma viagem à Aparecida (SP)”, disse a policial que preside o inquérito.
O desaparecimento do pedreiro, natural de Matias Barbosa, ocorreu depois das 18h40 do dia em que ele foi deixado na unidade de saúde, em 2016, depois de ser transferido para Juiz de Fora vindo da policlínica de sua cidade natal. No dia seguinte, os parentes de Carlos Henrique retornaram à unidade de saúde no horário de visitas, porém, para o espanto deles, o homem havia desaparecido. Desde a constatação do desaparecimento, a família deu início a uma peregrinação, que inclui a rota de Juiz de Fora e de cidades vizinhas. Porém, nenhuma informação levou ao seu paradeiro. A ossada foi encontrada em 27 de agosto, após uma testemunha achar os restos mortais em uma árvore, quando passava pela Rua Maria Belo da Silva, nas proximidades do Hospital Doutor João Penido, mesmo local onde Carlos estava internado.
Inicialmente, a delegada responsável pelo caso acreditava se tratar de ossos de um jovem, desaparecido em Juiz de Fora no ano de 2018. Entretanto, com o reconhecimento do crucifixo por parte de familiares de Carlos, a linha de investigação traçada foi outra. Todavia, a comprovação será feita no setor de Antropologia do Instituto Médico Legal (IML) de Belo Horizonte, por meio da comparação entre os restos mortais e os materiais genéticos colhidos de familiares da possível vítima. Ainda não há data para que o exame de DNA fique pronto e o resultado seja divulgado.
Após a divulgação desta informação, a reportagem tentou contato com a assessoria de comunicação da Fundação Hospitalar do Estado de Minas Gerais (Fhemig), que é gestora da unidade. Entretanto, as ligações não foram atendidas até o final da tarde. Naquela época, a Fhemig havia informado, por meio de nota, que, desde o episódio, a direção do hospital estaria “tomando todas as providências cabíveis para implantar melhorias e maior rigor na identificação dos usuários e colaboradores da unidade hospitalar”. Inclusive, havia sido iniciado procedimento de identificação de veículos e redefinido o ponto de embarque e desembarque do transporte coletivo, que anteriormente era realizado no interior do hospital.