Pacientes que aguardavam por atendimento na Regional Leste, na tarde desta terça-feira (30), relataram indignação com a espera para serem atendidos. De acordo com os usuários, em alguns casos, a espera superou quatro horas. Diante da situação, muitos usuários se mostraram revoltados e iniciaram uma discussão com os atendentes da unidade, causando uma confusão na unidade de saúde.
A Guarda Municipal chegou a ser acionada após um paciente, indignado com a espera para ser atendido, ficar alterado. Ele estava em uma cadeira de rodas e chegou a ficar parado no meio da rua, como forma de protesto pela demora no atendimento. Uma servidora o colocou novamente dentro da unidade. Uma faca, que estava dentro da mochila do paciente, foi recolhida pela corporação. O homem foi orientado sobre o atendimento, e até por volta das 19h30, ainda aguardava na unidade.
Uma paciente, que preferiu não ter seu nome divulgado, narrou à Tribuna que chegou à unidade às 14h45, mas foi atendida somente após as 18h. “As atendentes nos alegaram que os médicos estavam todos atendendo emergências, e por isso a demora para nos atender”. Entretanto, a mulher afirmou que dois homens que “passando muito mal” buscaram atendimento e “também demoraram a serem atendidos”.
Um deles é o idoso Marco Antônio Teixeira Mendes, de 66 anos. Ele contou à Tribuna que foi à Regional Leste às 9h, buscar atendimento após uma crise de epilepsia, mas não recebeu atendimento efetivamente. “A enfermeira não conseguiu achar minha veia e me liberou”, disse.
Conforme testemunhas relataram, em seguida, o idoso teria tentado entrar em um ônibus, mas voltou a se sentir mal, e o motorista o levou novamente à unidade. Quando a Tribuna chegou ao local, o idoso estava sentado do lado de fora da Regional Leste, visivelmente abatido. Ele relatou ao jornal que teria recebido alta, mesmo não tendo sido atendido pela segunda vez.
À Tribuna, a trabalhadora em serviços gerais Luciene Cristina da Silva, 45, confirmou a versão do paciente e afirmou que desde o horário em que ela chegou à unidade, por volta das 16h30, o homem já tentava atendimento. Ela deixou a Regional Leste por volta das 18h40.
A Secretaria de Saúde, entretanto, afirmou que “o paciente foi atendido, medicado e não recebeu alta, evadindo da unidade de saúde sem liberação médica”. Sobre a espera para atendimento, a pasta municipal informou que os atendimentos na Regional Leste são realizados de acordo com o Protocolo de Manchester, “um dos métodos de triagem mais utilizados no mundo todo, que permite a identificação de prioridades, conforme a classificação de risco de cada atendimento. Esse protocolo determina que atendimentos não urgentes podem ser realizados em até 4 horas. Essa triagem é feita por um enfermeiro que executa essa classificação de risco”.
Segundo relato de pacientes, uma mãe também teria tentado, por horas, atendimento pediátrico para a filha na unidade. Sobre este caso, a Secretaria de Saúde tinha informou que a Regional Leste presta atendimento de urgência e emergência e que, “quanto à reivindicação de atendimento pediátrico, informamos que deve ser direcionado ao Pronto Atendimento Infantil (PAI), unidade responsável pelo atendimento deste público específico”.