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Por que muitos candidatos não chegam ao Pism 3?

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Alunos fazem provas nos três anos do ensino médio buscando vaga na UFJF por meio do processo seletivo. Este ano, cerca de 35 mil estão inscritos (Foto: Fernando Priamo)
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Dos 11.930 estudantes que se inscreveram para realizar o primeiro módulo do Programa de Ingresso Seletivo Misto (Pism) da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF) em 2016, apenas 7.111 (59,6% dos candidatos) farão as provas da terceira e última fase do Pism 2019, significando um total de 40,4% a menos do que o número inicial. As avaliações dos três módulos do Pism serão aplicadas neste sábado (1º) e domingo (2).

O pró-reitor Adjunto de Graduação, Cassiano Caon Amorim, atribui a taxa de desistentes a um conjunto de fatores. “A gente não faz um estudo específico sobre esta diminuição, mas a gente entende que vários fatores influenciam. O edital diz que se a pessoa for reprovada em qualquer um dos anos, não pode fazer a outra etapa. A outra questão é que os estudantes fazem o Pism 1 e, talvez, não tenham se preparado corretamente, são muito jovens ainda neste primeiro momento, e vêem que a nota é muito baixa para a ideia de curso já pretendido no terceiro ano. Existe um custo, alunos de escola pública podem pedir isenção, mas os outros não, então muitos desistem porque existe esse custo. Se o candidato vem de fora, este custo é ampliado. Mudança de cidade também influencia. Às vezes, a pessoa morava em Juiz de Fora, mas, se muda para uma cidade distante e acha que não compensa vir.”

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Além destes fatores, Cassiano diz que a pressão de ser avaliado todos os anos também é um motivo que pode explicar a desistência dos jovens. “É um programa que requer perseverança dos candidatos, porque são avaliados a cada ano. Já recebemos familiares que, em conversas informais, disseram que os estudantes optaram por não continuar o Pism pelo excesso de avaliação, porque estava estressando muito estes estudantes, e optaram por fazer apenas o Enem, no terceiro ano.”

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Ansiedade como inimiga

O coordenador do Ensino Médio do colégio Equipe, André Luiz Carneiro, avalia que a ansiedade é uma grande inimiga dos estudantes, e que pode afetar diretamente no desempenho do concurso. “O aluno que faz o Pism 1 ainda é muito imaturo, ainda não fez nenhum processo de seleção avaliativa, apesar de existirem os simulados. Eles ficam muito ansiosos, e a tendência é que essa ansiedade – esse medo e insegurança – faça com que eles não se saiam tão bem quanto queriam no Pism 1. No Pism 2, eles já chegam chateados porque não foram tão bem quanto queriam. No Pism 3, que é quando eles escolhem o curso, dependendo da escolha, a demanda de pontos é alta, e, se perderam muitos pontos no primeiro e no segundo, desistem do Pism e preferem concorrer pelo Enem.”

Apesar da queda de inscritos a cada módulo, o pró-reitor Adjunto Cassiano diz que, nos últimos anos, a média de inscritos na terceira etapa está aumentando. “Se formos avaliar a série histórica, de fato, do Pism 1 para o Pism 3, o número vem diminuindo, mas se avaliarmos os últimos quatro anos, por exemplo, a cada ano, o Pism 3 aumenta o número de candidatos inscritos, o que, para nós, é um feedback interessante do Pism 1 e Pism 2, porque nos mostra que é um número maior de candidatos de Juiz de Fora e região, além de outros estados brasileiros, que têm interesse pelo programa.”

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Vantagens do processo

O programa, apesar de estressante para alguns, pode ser atrativo por suas vantagens. “O Pism divide o conteúdo em três provas. Outra vantagem do programa é que, quando o aluno chega no terceiro ano, no Pism 3, ele tem uma valorização maior de quatro áreas específicas, dependendo do curso que ele vai fazer. Essa especificidade de avaliação com um peso maior, vai ajudar. O Enem cobra de uma forma igual em todos os conteúdos, tem que ser bom em todos eles”, avalia André Luiz.

Cassiano acredita que o Pism consegue avaliar melhor o aluno. “A gente vê no Pism um processo mais gradativo de avaliação. Primeiro é pensar na cultura da avaliação. Por mais que os estudantes possam ficar estressados, é interessante a gente ter conteúdos avaliados de maneira a parcelar, a gente consegue avaliar melhor se os estudantes desenvolveram as competências e habilidades previstas para aquele ano específico que estão fazendo a prova.” Para ele, o programa é mais eficaz para avaliação do que provas generalistas, em que possam conter conteúdo dos três anos. O pró-reitor Adjunto de Graduação também vê como vantagem o fato de os estudantes passarem a ter o costume de realizar as avaliações.

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“A gente observa ao longo destes muitos anos, desde 1999, quando o Pism foi iniciado, que há também uma aderência muito grande de escolas de diferentes regiões do país, mas principalmente da Zona da Mata Mineira, Campo das Vertentes, Vale do Paraíba e parte do Sul de Minas, em torno daquilo que a Universidade cobra de conteúdo. O Pism promove uma integração maior do ambiente universitário com as escolas do Ensino Médio. Este é um fator bastante favorável, porque nós temos alguns programas que tiram dúvidas dos candidatos no decorrer do ano, temos programas na ProGrad, na Diretoria de Imagem, visitas ao campus quando as escolas solicitam. Isto faz com que a Universidade vá contribuindo de alguma forma na formação destes estudantes no Ensino Médio”, aponta Cassiano.

Forma de ingresso na UFJF

Neste ano, as provas dos três módulos do Pism ocorrem nos dias 1º e 2 de dezembro, próximos sábado e domingo, a partir das 13h. Ao todo, quase 35 mil estudantes se inscreveram para o processo seletivo. Além dos 7.111 inscritos no módulo 3, farão as provas 17.480 inscritos no Pism 1 e 10.152 no Pism 2.

Os estudantes que concluem o terceiro ano podem realizar as provas da última etapa do Pism e também o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), mas deverão escolher apenas uma forma de ingressar em um dos cursos da UFJF.

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