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Remendos, buracos e alagamentos expõem abandono da Avenida JK

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Calçada está tomada por mato e com piso deteriorado, na altura do Bairro Benfica, onde pedestres não têm como transitar. Situação piora durante fortes chuvas, por causa dos pontos que ficam tomados por água em trechos como no acesso ao Bairro Nova Era e em frente a Praça CEU Situação piora durante fortes chuvas, por causa dos pontos que ficam tomados por água em trechos como no acesso ao Bairro Nova Era e em frente a Praça CEU. (Foto: Leonardo Costa)
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Porta de entrada de Juiz de Fora, a Avenida Juscelino Kubitschek, na Zona Norte, tem se apresentado como um negativo cartão de boas-vindas. A Tribuna percorreu o trecho de aproximadamente 7,5 quilômetros, entre os bairros Benfica e Jardim Natal, nesta terça-feira (28), e identificou uma série de falhas estruturais que comprometem a segurança, não só dos pedestres como também dos condutores. Os sinais de abandono podem ser vistos em diversas situações, como os inúmeros remendos e buracos no asfalto, mato alto nos passeios e bocas de lobo quebradas e/ou obstruídas. Esta realidade, inclusive, tem se tornado latente nos últimos dias em razão das fortes chuvas que atingem o município. Isso porque os pontos de alagamentos estão ainda mais frequentes na via, e tanto moradores como comerciantes da região denunciam que o escoamento da água é prejudicado por falta de manutenção nas entradas das redes de drenagem.

O pavimento da Avenida JK foi totalmente revitalizado nos anos de 2011 e 2013, em trechos distintos. Na época, a Prefeitura firmou um convênio com o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) para promover os trabalhos, que resultaram não só no novo asfalto, como também em um trabalho de recuperação da base para receber esta camada de pavimento. Poucos anos depois, todo este trabalho já está perdido e, desde então, as atividades se limitam a ações pontuais da Empav, como operações tapa-buraco. Mesmo assim, trincas, rachaduras e erosões no pavimento se multiplicaram a ponto de se tornarem flagrantes.

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Pior para os motociclistas, por causa do risco de queda. “A faixa da direita (em direção a Benfica) é a mais deteriorada e, na esquerda, ou andamos acima da velocidade permitida ou somos pressionados por carros e caminhões. Durante as chuvas, acho mais seguro ir do Centro à Zona Norte pela BR-040 do que pela Avenida JK”, disse o motoentregador Lucas Alves, 27 anos. Já o comerciante Ronaldo Ribeiro, 42, teme prejuízos em seu veículo. “Todos os dias vou do Manoel Honório (Zona Leste) à Ceasa (Bairro Santa Cruz, Zona Norte) buscar mercadorias para o meu comércio. O alinhamento do carro vai embora rápido com este asfalto, sem contar os desgastes prematuros na suspensão e nos pneus.”

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Poças se mantêm no entorno de boca de lobo 12 horas após chuvas que atingiram JF. (Foto: Leonardo Costa)

Empav

Em nota, a Empav afirmou que tem feito operações tapa-buracos “sempre que necessário”, e que última ação teria sido iniciada nesta segunda-feira (27), com duas equipes. “O serviço se estendeu nesta terça e permanecerá nos próximos dias para que todos os buracos sejam tapados”, afirmou. Ainda segundo a empresa pública, para recapear toda a Avenida JK, aos moldes do que foi feito com o convênio do Dnit em 2011 e 2013, faz-se necessário captar recursos externos, na ordem de R$ 5 milhões. “Devido ao alto custo, não há previsão de o serviço ser feito novamente.”

 

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Mato alto

A vegetação nas calçadas também chama atenção, no sentido Centro/Zona Norte. Em alguns trechos, como entre Nova Era e Benfica, existe a dificuldade do pedestre em transitar no local, por causa do mato alto. De acordo com o Demlurb, uma equipe já iniciou os trabalhos de capina na Avenida JK, inclusive no trecho compreendido entre os bairros Cidade do Sol e Benfica, onde a reportagem identificou esta necessidade.

Inundações mais frequentes com bueiros deteriorados

Após períodos de chuvas intensas, o pavimento da cidade é tomado por buracos, e a Avenida JK não foge desta regra. Mas este está longe de ser o único problema causado com as precipitações. No principal corredor de tráfego da Zona Norte ao Centro, os alagamentos, de tão recorrentes, já podem ser considerados históricos. Segundo a Secretaria de Obras, as inundações se devem à passagem da rede de drenagem sob a linha férrea, cuja tubulação tem dois metros de diâmetro e, por isso, seria insuficiente para a atual demanda. “A Zona Norte é a região que mais cresce no número de construções da cidade, além de várias ruas, que antes eram de calçamento, passarem a ser asfaltadas”, disse em nota a pasta, explicando que a impermeabilização do solo faz chegar mais rápido, e com volume maior, as águas da chuva na Avenida JK. “E as galerias são as mesmas. Apesar disso, mostra-se que estão funcionando, visto que a água escoa em até uma hora, na maioria dos casos.”

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Em frente á praça CEU, chuvas da última semana deixaram via alagada em ambos os sentidos. (Foto: Leonardo Costa)

O crescimento daquela região, e sua ineficiente rede de drenagem, por si só, podem não ser as únicas causas para a situação observada. Isso porque diversas bocas de lobo estão completamente deterioradas, com estruturas quebradas e entupidas pelo lixo e a lama. Em frente ao acesso do Bairro Nova Era, trabalha em uma oficina o mecânico Moises Antônio Oliveira, 33 anos. O estabelecimento está no local há dois anos e, segundo ele, todo período chuvoso acontece o mesmo. “A água sai do asfalto e chega a subir na calçada. Quando passa caminhão, joga água para dentro da oficina”, disse, confirmando que os bueiros no entorno não conseguem escoar a água pluvial.

Para a Secretaria de Obras, o alagamento pode ter relação com as bocas de lobo entupidas, embora não sejam determinantes. A pasta garantiu que faz a manutenção das estruturas com frequência, inclusive nos trechos citados pela Tribuna, mas para resolver o problema é necessário a colaboração de todos, para não jogar lixo em via pública e nem fazer descarte irregular de resíduos domésticos e da construção civil.

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Caminhões

Entre os bairros Cidade do Sol e Nova Era, asfalta na via, que passou por restauração em 2013, está esfarelando e com vários buracos. (Foto: Leonardo Costa)

Com relação às tampas, disse que as estruturas não podem ser relacionadas com o alagamento. Mesmo assim, informou que as substituições são feitas com frequência. “Mas infelizmente, a região tem muitas transportadoras, sobretudo no Nova Era, que quebram as tampas ao fazer manobras sobre os passeios ou subir nos mesmos para carga e descarga”, disse, afirmando que, em alguns pontos, as trocas chegam a ser feitas até cinco vezes em um ano. “A colaboração da população e dos motoristas é fundamental para que as bocas de lobo funcionem.” A Secretaria de Obras garantiu que enviará uma equipe à avenida para uma vistoria e a posterior correção dos problemas.

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