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Especialistas destacam importância das vistorias contra o Aedes aegypti em casa

dengue Foto Andre Borges Agência Brasília
Segundo Liraa, 88% dos focos do mosquito vetor da dengue, zika e chikungunya em Juiz de Fora estão dentro de estabelecimentos privados (Foto: Andre Borges/Agência Brasília)
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Segundo dados da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz/IOC), de cada dez criadouros do Aedes aegypti, oito estão nas residências. A informação é corroborada pela Secretaria de Estado de Saúde (SES) e pelo resultado do Levantamento do Índice Rápido do Aedes aegypti (Liraa), que apontou que 88% dos focos do mosquito vetor da dengue, zika e chikungunya em Juiz de Fora estão dentro de estabelecimentos privados, como residências e no comércio. Os dados mostram que, apesar da grande quantidade de informações disseminadas sobre os riscos de não combater o Aedes, a população ainda precisa se conscientizar sobre suas responsabilidades.

Em entrevista recente à Tribuna, publicada na reportagem Você sabe quanto de água o Aedes precisa?, a bióloga e pesquisadora da Fiocruz, Denise Valle, pontuou que os principais criadouros do mosquito situados dentro das casas estão em locais onde as pessoas se esquecem de verificar. No entanto, é cada vez mais importante que todos os possíveis criadouros sejam verificados pelo menos uma vez por semana, já que o ciclo de vida do ovo do Aedes até um mosquito adulto é de cerca de sete a dez dias.

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“Há formas de se prevenir contra as doenças transmitidas pelo vetor, mas o ideal é não deixar os mosquitos se formarem, se preocupando em verificar esses criadouros.” Para Denise, combater o mosquito é uma questão de cidadania. “Percebo que as pessoas culpam muito o Poder Público ou ficam com a falsa sensação de segurança quando o governo realiza algumas ações, como o fumacê, e acham que não precisam fazer mais nada, mas é uma responsabilidade de todo mundo.”

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A pesquisadora afirma ainda que tirar dez minutos por semana para verificar os locais que acumulam água dentro e no entorno de casa como calhas, canos, ralos e objetos como bandejas de equipamentos como ar-condicionado e geladeira são essenciais e muito eficazes para combater o mosquito. “Acredito que se a pessoa fizer essa vistoria uma vez por semana dentro de casa é o suficiente para evitar que o mosquito se reproduza. Não precisamos entender o Aedes como um inimigo, mas nós é que estamos criando as condições para que ele viva junto com a gente e transmita essas doenças. Evitar isso é uma questão de conduta.”

Ações do Poder Público

O Poder Público tem suas responsabilidades no sentido de evitar a incidência de novos casos de dengue, zika e chikungunya, com a realização de mutirões, mobilizações e campanhas de conscientização. No entanto, a população tem que fazer sua parte, denunciando possíveis criadouros em locais públicos, não jogando lixos em terrenos baldios e acionando o Disque Dengue, por meio do número 199, quando é verificada a necessidade de intervenção das administrações.

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Segundo a coordenadora do Programa Estadual de Controle das Doenças Transmitidas pelo Aedes aegypti, Márcia Ooteman, é preciso mobilização por parte da sociedade. “Nosso maior desafio é fazer a população ser parceira nesse controle. Recomendamos que os agentes de controle de endemias visitem as casas seis vezes por ano, ou seja: a cada dois meses, um agente visita as casas e, além da vistoria, faz a conscientização do morador. Mas o ciclo do Aedes dura cerca de sete dias, então precisamos dessa parceria da população semanalmente.”

Outro problema, conforme a Vigilância em Saúde do município, é a recusa de visitas dos agentes de endemias nas casas. A orientação, no entanto, é observar o uniforme dos agentes, assim como o crachá de identificação. Caso ainda restem dúvidas acerca da identidade do agente, a população pode solicitar a presença do supervisor dos agentes daquela área. Além de monitorar e tratar os focos encontrados, os agentes prestam esclarecimentos e são essenciais para o combate ao Aedes.

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Entre as ações de vistoria cabíveis à população estão a verificação de recipientes que podem acumular água, como pratos e vasos de plantas, objetos utilizados para armazenar água para animais, ralos e vasos sanitários pouco utilizados e objetos guardados ou presentes em áreas de serviço, como, por exemplo, piscinas, pneus, garrafas, calhas e canos. Caso um possível criadouro seja avistado, a Prefeitura pode ser acionada por meio do telefone 199.

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