Dois homens foram condenados na noite desta terça-feira (28) em Juiz de Fora no caso da mulher de 33 anos encontrada morta dentro de uma casa e com marcas de violência sexual, no dia 20 de fevereiro do ano passado, no Bairro Ipiranga, Zona Sul. Leandro Coelho Ribeiro, 35 anos, recebeu pena de 25 anos de reclusão, em regime inicialmente fechado, pelo homicídio qualificado e estupro de Alessandra Maciel Marcelino. Já Geraldo da Silva Francisco, 47, foi inocentado do assassinato, mas condenado a 20 anos pelo estupro seguido de morte da vítima. O julgamento aconteceu no Tribunal do Júri e foi presidido pelo juiz Paulo Tristão, sendo concluído por volta das 21h.
Segundo a denúncia do Ministério Público, naquele dia, por volta das 4h, na Avenida Darcy Vargas, os dois homens teriam constrangido Alessandra, “mediante violência, a praticar conjunção carnal”. Ela foi morta por asfixia e teve sua defesa impossibilitada, ao ser surpreendida com agressões e em superioridade numérica. O crime aconteceu em um cômodo alugado por Geraldo. Enquanto um deles segurava a vítima para que ela não resistisse, o outro mantinha relação sexual. Em determinado momento, Leandro teria apertado fortemente o pescoço da mulher, causando sua morte, enquanto Geraldo a imobilizava.
O júri condenou Leandro pelo estupro e também por homicídio qualificado por asfixia e por recurso que dificultou a defesa da mulher violentada. Já em relação a Geraldo, os jurados entenderam que ele “não teve a intenção de causar a morte da vítima”. Durante o inquérito, Leandro chegou a confessar o estupro, mas alegou também não ter tido propósito de causar o óbito de Alessandra.
Toxicômanos
Na época, os dois suspeitos foram presos em flagrante. O crime foi descoberto pelo proprietário do imóvel, que acionou a PM após avistar o corpo. Ele havia acordado com barulhos no telhado da casa e, ao verificar a moradia de seu inquilino, avistou um homem nu, aparentemente drogado, caminhando sobre as telhas. Alessandra estava caída no chão, vestida apenas com uma blusa. Ela apresentava sangramento nas partes íntimas, além de marcas de agressão sobre o olho direito e várias mordidas pelo corpo.
Conforme o juiz, “os réus possuem antecedentes criminais e suas personalidades não são recomendáveis, ante a comprovação de que são usuários de múltiplas drogas”. Eles tiveram negado o direito de recorrer em liberdade, para garantia da ordem pública, e estão no Ceresp, à disposição da Justiça. Segundo a assessoria da Secretaria de Estado de Administração Prisional (Seap), a dupla deu entrada na unidade prisional na ocasião do flagrante, mas chegou a ser transferida para o Hospital de Toxicômanos Padre Wilson Vale da Costa, também em Juiz de Fora, no dia 19 de agosto de 2016. No entanto, Leandro e Geraldo retornaram ao Ceresp em 17 de outubro do mesmo ano.