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Moradores do Centenário denunciam baratas de cemitério

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Centenas de baratas invadiram ruas e casas do Bairro Centenário, Zona Nordeste. De acordo com os moradores, a quantidade impressiona, e tornou-se insuportável há cerca de duas semanas. Eles denunciam que as pragas são oriundas do Cemitério Parque da Saudade, onde o controle estaria sendo ineficiente. Fotos e vídeos que circulam nas redes sociais mostram a gravidade da situação, com insetos encontradas dentro de uma caixa d’água e em cima de túmulos. A Santa Casa de Misericórdia, responsável pela administração do cemitério, afirma que a dedetização é feita mensalmente por empresa especializada e quando há demandas pontuais.

Morador da Rua João Cardoso, Ronald Zamperlim disse que, inicialmente, desconfiava que os insetos vinham dos bueiros. “Esta semana constatamos que eram todos do cemitério. Nos muros das casas que fazem divisa, elas aparecem aos montes.” O caso foi confirmado pelo presidente da Associação dos Moradores do Bairro Centenário, André Lino Bonifácio.

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Ontem, ele registrou denúncia na Secretaria de Atividades Urbanas (SAU). “Enviei tudo para a fiscalização, inclusive a imagem da caixa de água aberta. As gretas dos túmulos estão ficando abertas, e a dedetização não está sendo feita com frequência.” Conforme a assessoria da SAU, foi aberta ordem de serviço para a fiscalização ir ao local e intimar os responsáveis para adotar as providências cabíveis. Eles estão sujeitos às penalidades previstas no Código de Posturas do Município, que estabelece a necessidade de manter imóveis limpos, segundo os artigos 51, 52 e 53. O valor atual da multa é de R$ 683,98, o que corresponde a uma infração de gravidade média.

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Já a Secretaria de Saúde informou que o Departamento de Zoonoses vai enviar uma equipe para verificar os bueiros próximos ao cemitério. No entanto, esclareceu que, dentro da unidade, a responsabilidade pelo controle de pragas é do proprietário.
Insetos sociais

O doutor em Zoologia Fábio Prezoto, especialista em comportamento de insetos, disse que a situação é “chocante” e foge do padrão. Segundo ele, o mais provável é se tratar da espécie Periplaneta americana, popularmente conhecida como barata de esgoto. “Pelas imagens, parecem que existem orifícios disponíveis no cemitério sendo usados por esta população. O que impressiona é a quantidade vista do lado de fora, o que nos leva a crer tratar-se de insetos que surgiram após as chuvas. Provavelmente, elas ainda estão tentando se alojar.”

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Estas baratas, segundo o especialista, podem estar contaminadas com microorganismos, bactérias e vírus. “Não é possível afirmar que elas estão tendo acesso aos túmulos. mas o ambiente do cemitério tem um agravante particular, que são duas substâncias extremamente tóxicas fruto da decomposição do cadáver”, disse, afirmando que é preciso eliminá-las e adotar medidas de controle. “Também é preciso um trabalho da Zoonoses para orientar os moradores do entorno. Infelizmente não há muito o que eles podem fazer neste momento, mas o uso de inseticidas para evitar a entrada nos imóveis é recomendado.”

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