A Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher concluiu dois inquéritos relacionados a estupros. A vítima de um deles é uma idosa de 62 anos, agredida e abusada sexualmente por um homem, 28, no último dia 14, na Zona Sul de Juiz de Fora. A delegada Ione Barbosa confirmou, nesta segunda-feira (29), que as ações violentas foram gravadas no celular do próprio suspeito. Como ele foi preso em flagrante e não teve tempo de compartilhar as imagens, não vai responder por delito relacionado à filmagem, mas foi indiciado por estupro, conforme o artigo 213 do Código Penal, com reclusão de seis a dez anos.
A delegada explicou que, caso os ferimentos causados na vítima permaneçam por mais de 30 dias, configurando lesão corporal grave, a pena é de 8 a 12 anos de prisão. A mulher foi socorrida com o rosto e as roupas ensanguentadas. Ela apresentava machucados no rosto, incluindo sangramento no nariz, além de hematomas no braço esquerdo e escoriações pelo corpo. “A vítima aparece nas imagens com muito sangue. Há momentos em que ele desfere tapas e socos contra ela e a obriga, principalmente, a ter relação sexual oral”, contou Ione. Um novo exame de corpo de delito deverá ser realizado.
Após ser vítima do crime violento, a mulher se mudou para outra cidade, conforme a polícia. Já o homem, teve a prisão convertida em preventiva e permanece detido no Ceresp. “Vimos a folha de antecedentes criminais dele e há outras ocorrências envolvendo lesões em mulheres. Entendemos por bem requerer a preventiva”, explicou a delegada. Segundo ela, não há um tipo penal que agrave o crime pelo fato de a mulher ter mais de 60 anos, “mas será dado prioridade ao processo”. A policial destacou que a gravação no celular “configurou ainda mais a barbaridade dos atos que ele cometeu com relação a ela”.
Em depoimento, a vítima disse que conhecia o suspeito “de vista”. Naquele dia, ela seguia em direção à sua residência, quando foi abordada pelo homem e chamada até a casa dele para fazer uso de entorpecente. Após o consumo, ele quis transar e chegou a tirar sua roupa. Diante da resistência da vítima em fazer sexo oral com o anfitrião, entretanto, ele começou a agredi-la com socos, tapas e chutes.
Suspeito de passar as mãos em nádegas de criança está solto
O segundo inquérito de abuso sexual concluído pela Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher é sobre o caso de um homem de 49 anos, preso no dia 30 de setembro após passar as mãos nas nádegas de uma menina de 9, que comprava biscoitos em um bar e mercearia da Zona Norte de Juiz de Fora. A ocorrência foi o primeiro flagrante na cidade do novo crime de importunação sexual, após a lei 13.718 ter sido sancionada uma semana antes. Conforme o artigo 215-A do Código Penal, “quem praticar contra alguém e sem a sua anuência ato libidinoso com o objetivo de satisfazer a própria lascívia ou a de terceiro”, pode ficar de um a cinco anos atrás das grades.
No entanto, a delegada Ione Barbosa indiciou o homem por estupro de vulnerável, previsto no artigo 217-A da Lei de Crimes Sexuais, já que a vítima é uma criança. A norma prevê prisão de oito a 15 anos para quem tiver conjunção carnal ou praticar outro ato libidinoso com menor de 14 anos. Segundo a policial, o suspeito recebeu alvará de soltura no último dia 2 e deverá responder em liberdade. “Não vi elementos suficientes para pedir a preventiva dele.”
A delegada ouviu testemunhas, incluindo o pai e a mãe da vítima. “Finalizei entendendo que não se trata de importunação sexual, mas de estupro de vulnerável. Além da idade da vítima, foi um constrangimento muito grande, e ela estava na condição de fragilidade.” Conforme o registro policial, o investigado teria passado as mãos nas nádegas da criança na porta do estabelecimento comercial. Ele chegou a ser perseguido e agredido por populares em via pública.
Marido é indiciado por agredir e ameaçar a esposa
A Polícia Civil também indiciou um homem de 56 anos por ameaçar e agredir a própria esposa, 49, na Vila Esperança II, Zona Norte de Juiz de Fora. Ele foi preso em flagrante no último dia 5 em mais um episódio de violência doméstica, quando estaria com um facão. Após denúncia de que ele também teria uma arma de fogo, policiais seguiram para a propriedade onde o suspeito trabalhava como caseiro, em Dias Tavares. No endereço foi apreendido um revólver calibre 22, e o homem também responde por porte ilegal de arma.
O investigado teve a prisão convertida pela Justiça em preventiva e segue no Ceresp. “Ligaram para a PM dizendo que ele estava agredindo a mulher e a ameaçando de morte. Os policiais chegaram ao local e viram o facão em cima da cama. Ele continuou fazendo ameaças e, quando recebeu voz de prisão, falou que iria matá-la”, contou a titular da Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher e responsável pelo caso, Ione Barbosa.