Atualizada às 17h40
Usando camisas pretas, alunos do Colégio Apogeu fizeram um ato de repúdio a uma foto onde 13 alunos da instituição aparecem prestando continência em apoio ao deputado federal Jair Bolsonaro (PSC-RJ). A imagem, publicada no Facebook de um dos alunos na última terça-feira (27), foi compartilhada milhares de vezes e gerou polêmica nas redes sociais. A publicação, no entanto, já não estava mais disponível na tarde desta quinta.
Participante do ato realizado hoje, uma adolescente de 16 anos, aluna do segundo ano do ensino médio, disse que a mobilização ocorreu como forma de mostrar que os alunos que apoiam o deputado não representam o restante dos discentes do Apogeu. “Fomos condenados por conta de um grupo de 13 pessoas, eles não nos representam. O que fizeram foi muito grave, eles estavam dentro da escola e usando uniformes, isto manchou o nome do Apogeu e nós nos sentimos desrespeitados. Estamos aqui hoje para mostrar que não fomos a favor disto”, comentou a estudante, que pediu para não ter o nome divulgado.
Ela disse que o ato foi apoiado por muitos alunos da escola. O grupo fez uma foto nas imediações da instituição de ensino, segurando cartazes que formavam a frase “Os 13 não nos representam”, fazendo menção aos 13 estudantes que aparecem na fotografia de apoio ao deputado.
Fotos também em outras escolas
Na noite desta quarta, alunos do Colégio Stella Matutina também mostraram-se contrários ao pensamento dos jovens no Apogeu. Na foto, postada em modo público nas redes sociais, o grupo, composto por 16 jovens, segurava um cartaz com os dizeres “mais história menos Bolsonaro” próximo à instituição de ensino. A Tribuna não conseguiu fazer contato com nenhum dos estudantes.
Já no Colégio de Aplicação João XXIII, dizeres escritos no quadro-negro demonstraram a insatisfação de um grupo, composto por 13 alunos, tanto com o deputado federal Jair Bolsonaro quanto com o presidente Michel Temer. “Depois de ver a foto do grupo do Apogeu, sentamos para conversar sobre o assunto. No nosso caso, somos contrários aos dois. Foi uma resposta ao que vimos ontem, mas voltada também para a discussão de questões como machismo, homofobia, dentre outras”, relatou Oruan dos Santos Bezerra Perez, 12 anos, aluno do 7º ano do Ensino Fundamental. “Não é questão de política, e sim de direito”, é uma das frases observadas na imagem. “Temos liberdade para expressar nossa opinião, inclusive desenvolvendo atividades no colégio, como fizeram recentemente os alunos do Ensino Médio”, explica.