
Mais de R$ 32 mil foram apreendidos pela Delegacia Especializada Antidrogas em operação de combate ao tráfico, desencadeada na Zona Norte de Juiz de Fora. Além do dinheiro, grande quantidade de crack, maconha e cocaína foram localizados durante a manobra deflagrada no Bairro Benfica. Quatro pessoas com idades entre 19 e 56 anos foram presas, sendo três da mesma família. Um adolescente, 17, também foi apreendido. Havia um mandado de busca e apreensão expedido pela Justiça para ser cumprido no endereço de uma das suspeitas, de 26 anos. Conforme as investigações, o imóvel seria usado como “guarda-roupa” do alvo da ação, 41.
Segundo o titular da Delegacia Antidrogas, Rogério Woyame, o principal suspeito já era conhecido no meio policial por comandar parte do crime naquela região. Ele já teria, inclusive, sido acautelado pelo mesmo crime e, atualmente, cumpria o final da pena definida após condenação. As investigações iniciaram há cerca de três meses e, na noite da última terça -feira (28), policiais civis chegaram aos locais, onde um deles funcionava como ponto de venda na Rua Evaristo da Veiga. No decorrer das buscas foram apreendidos um saco de cocaína; uma barra grande de crack e outras 15 pedras grandes da mesma substância já prontas para a venda; três embalagens com pó branco usado no preparo da droga e dois tabletes de maconha, além de seis celulares, um automóvel, duas balanças de precisão e material para embalo de entorpecentes. A droga foi avaliada em cerca de R$ 30 mil.
Antes da investida, os policiais civis atuaram de maneira velada, monitorando toda a movimentação do ponto de venda de entorpecentes. Durante a ação, eles flagraram a jovem de 26 anos levando uma sacola até a casa do suspeito, morador da mesma rua. Na residência, os militares cumpriram o mandado expedido pela Justiça e localizaram parte dos materiais. De imediato, parte da equipe seguiu para o imóvel do suspeito que seria o líder do grupo, onde apreenderam a maior parte da droga e o dinheiro. “Quando chegamos até o endereço, ele nos avistou e, antes de abrir o portão, gritou ‘joga tudo fora’. Diante disso, os policiais pularam o muro e encontraram o restante da droga, incluindo a sacola entregue minutos antes pela jovem”, afirmou o delegado, acrescentando que a esposa dele, 56, foi presa por avisar a jovem que a polícia estava na casa de seu marido e que era para ela se resguardar. Entretanto, neste momento, dois policiais já haviam realizado a captura da suspeita que guardava a droga confirmando a ligação entre eles. No imóvel estavam o filho do casal, 17, e um jovem, 19.
Crime em família
“Tudo leva a crer que eles sabiam que a atividade realizada no endereço era ilícita, uma vez que foram avisados para que jogassem a droga fora. Era um crime em família”, pontuou. Ambos foram levados para a delegacia. O adolescente prestou depoimento e foi liberado. Já o rapaz mais velho e os outros três suspeitos tiveram a prisão em flagrante ratificada e foram levados para unidades prisionais da cidade por tráfico e associação pelo mesmo delito, onde permanecem à disposição da Justiça.
O delegado destacou que o local onde morava o alvo da ação não funcionava como uma boca de fumo, e ele era um intermediário entre o grande traficante e os varejistas. “O que chama atenção é que, na casa dele, não ficavam usuários. Ele seria uma espécie de intermediador das vendas e, por isso, armazenava a droga em outra casa. Ele não fazia venda de poucas quantidades e repassava apenas a conhecidos. Dá para perceber pelo esquema da casa dele. Para não serem surpreendidos com a chegada da polícia, os envolvidos atendiam pelo segundo andar, sendo possível saber quem estava na parte de baixo do portão”, afirmou Woyame.
Jovem presa pode ser colocada em liberdade
A jovem, 26, presa durante a operação e responsável por armazenar a droga, poderá ser posta em liberdade, como disse Woyame, pois tem um filho menor de 12 anos, e o pai da criança também se encontra preso. A Polícia Civil não informou a qual crime ele responde. A medida é uma decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) e está em vigor desde fevereiro deste ano, tendo como base o Marco Legal da Primeira Infância, aprovado em 8 de março de 2016, que amplia o direito de se substituir a prisão preventiva por domiciliar nos casos de gestantes ou mulheres com filhos até 12 anos para manter o convívio entre filhos e mães.