Supostas irregularidades praticadas por servidores públicos na Escola Estadual Marechal Mascarenhas de Moraes, mais conhecida como Polivalente do Teixeiras, estão sendo apuradas pela Polícia Civil e pela Superintendência Regional de Ensino (SRE) de Juiz de Fora. Os detalhes das investigações não foram divulgados pelas autoridades, mas a Tribuna apurou que as primeiras suspeitas de fraudes começaram no processo eleitoral interno de 2015 e se arrastam até hoje, com possíveis inserções e retiradas indevidas de estudantes no cadastro da escola pelo Simade – um sistema de gestão em rede de dados escolares, que gerencia matrículas, frequências e turmas. As presumidas modificações no quantitativo de discentes incluiria até alunos fantasmas. Além disso, estariam ocorrendo coação e assédio moral de docentes e servidores no geral.
Nas últimas semanas, a equipe de inspeção da SRE realizou levantamentos no colégio, situado no Bairro Teixeiras, Zona Sul da cidade. A Polícia Civil também trabalha no caso e informou, por meio da assessoria, que o inquérito policial está em andamento, faltando ouvir três pessoas para concluir o procedimento. As investigações são conduzidas pelo delegado Luciano Vidal, da 1ª Delegacia, responsável pelos crimes ocorridos na região Sul.
Questionada sobre quando foi instaurado o inquérito, baseado em quais denúncias e provas, quais possíveis crimes teriam sido cometidos e quais seriam os cargos ocupados pelas pessoas investigadas, a Polícia Civil não forneceu respostas. “O caso está em apuração. As informações serão repassadas ao final das investigações”, declarou a instituição, por meio da assessoria.
A Secretaria de Estado de Educação de Minas Gerais (SEE/MG) confirmou ter recebido denúncias nos canais oficiais da ouvidoria sobre supostas irregularidades na Escola Estadual Marechal Mascarenhas de Moraes. “Assim, a equipe de inspeção escolar da Superintendência Regional de Ensino (SRE) de Juiz de Fora foi direcionada a realizar as apurações na unidade de ensino. O relatório da inspeção, após finalizado, será encaminhado à SEE/MG para serem tomadas as devidas providências. Ressaltamos que atualmente a diretora da unidade encontra-se afastada por licença médica”, esclareceu a pasta, por meio de nota.
A Tribuna inquiriu a Secretaria de Educação e a SRE sobre qual seria o prazo para conclusão do relatório para serem tomadas medidas a respeito, mas não obteve retorno. A SEE e a SRE também não detalharam quais seriam as possíveis fraudes.
O Sindicato Único dos Trabalhadores em Educação de Minas Gerais (Sind-UTE/Subsede Juiz de Fora) também recebeu denúncias relacionadas à Polivalente do Teixeiras. O coordenador-geral em exercício, Alessandro Furtado Pacheco, disse que a entidade ainda não possui dados para serem divulgados, mas acompanha o caso. Uma reunião para esclarecimento das supostas irregularidades está prevista para acontecer entre diretores do sindicato, integrantes da SRE e da escola.