A Penitenciária Ariosvaldo Campos Pires, na Zona Leste de Juiz de Fora, foi um dos alvos de manobra do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) do Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) nesta sexta-feira (29). Deflagrando a operação “O Mecanismo” nesta manhã, agentes de segurança cumpriram diversos mandados e afastaram servidores durante o seguimento da investigação de um esquema criminoso montado para a entrada de drogas, celulares e outros itens ilícitos dentro de presídios.
A operação desta sexta acontece em conjunto com a Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública e Polícia Militar (Sejusp), a Polícia Militar e a Polícia Penal de Minas Gerais. O escopo de crimes investigados inclui corrupção passiva, corrupção ativa, concussão, prevaricação em sua forma especial, associação criminosa, tráfico e associação para o tráfico de drogas. Em Juiz de Fora, foram cumpridos cinco mandados de busca e apreensão e um agente foi afastado das atividades.
Segundo o MPMG, a investigação se debruça sobre um esquema criminoso formado por policiais penais, agentes públicos, presos e terceiros que ainda não foram totalmente identificados. A suspeita é que o grupo viabilize a entrada de drogas, outros materiais ilícitos e aparelhos celulares em presídios da Zona da Mata mediante o pagamento de propina e outros favores.
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A operação se deu com o cumprimento de 15 mandados de busca e apreensão, um mandado de prisão temporária e o afastamento de dois agentes públicos. A manobra atingiu, além de Juiz de Fora, os municípios de Muriaé, Visconde do Rio Branco, Palma, Rio de Janeiro (RJ), Ervália, Guiricema e São Geraldo. Um policial penal e um civil foram presos em flagrante durante as buscas, gerando também a apreensão de munições e de porções de cocaína.
Ainda aconteceram apreensões de aparelhos eletrônicos diversos, como celulares e notebooks, além de documentos e R$ 35 mil. Na Penitenciária Ariosvaldo Campos Pires e no Complexo Penitenciário de Gericinó, no estado do Rio de Janeiro, foram apreendidos aparelhos celulares dentro de celas.
A operação ainda está em andamento, segundo o MPMG, e conta com a participação de cerca de 40 policiais penais, 45 policiais militares, dez agentes do Gaeco e 25 viaturas. Ainda há a participação de promotores de Justiça, autoridades da Sejusp, servidores do MPMG e apoio de agentes de segurança do Rio de Janeiro.