A partir desta quarta-feira (29), familiares e pessoas ligadas aos cerca de dois mil detentos que ocupam as unidades prisionais de Juiz de Fora devem ir à Unidade de Atendimento Integrado (UAI), no piso G2 do Independência Shopping, quando precisarem solicitar cadastro de visita aos presos, incluindo as visitações íntima, social e assistida. A novidade, que visa à humanização do sistema prisional, com a retirada de familiares das portas dos presídios para o cadastramento, foi inaugurada na manhã desta quarta-feira (29) com a presença do superintendente de Atendimento ao Preso da Secretaria de Estado de Defesa Social (Seds), Helil Bruzadelli.
Segundo ele, o trabalho, já implantado em Montes Claros, Betim e Uberlândia, vai proporcionar mais comodidade aos parentes dos detentos e desafogar as portarias das unidades prisionais, liberando os agentes penitenciários para outras funções. “Todo o atendimento ao visitante, que em maior número é de familiares, está sendo feito na UAI, que oferece um serviço de excelência, célere, em local adequado e com acessibilidade.” A unidade também oferece serviço social às famílias e solicitação e entrega de atestados carcerários e de remissão de pena.
Questionado sobre a possível sobrecarga na UAI, que trabalha com emissão de documentos, como carteiras de identidade e de trabalho, entre outros serviços, Helil garantiu que a estrutura foi adequada para receber a nova demanda. “Não vai sobrecarregar em nada os demais atendimentos.” De acordo com o superintendente, a divulgação da mudança de endereço para o cadastramento de visitas está sendo divulgada por meio de faixas e banners nas portas das unidades prisionais, além da comunicação por meio dos próprios servidores do sistema.
Superlotação
A solenidade de inauguração dos serviços da Subsecretaria de Administração Prisional (Suapi) na UAI contou com a presença de servidores e gestores das unidades prisionais, incluindo o diretor do Ceresp, Alexandre Cunha, além do juiz da Vara de Execuções Criminais, Daniel Réche Motta. Também presente no evento, a defensora pública Luciana Gagliardi aproveitou a oportunidade para falar que, embora a bandeira da Seds seja a humanização do sistema, além da superlotação do Ceresp, Juiz de Fora está com carência de elementos básicos para a vivência dos presos nas unidades, como colchões, cobertores e uniformes. Ela disse que a secretaria já garantiu o envio dos materiais, mas pediu uma atenção especial para o problema ao superintendente de Atendimento ao Preso.
Sem previsão de criação de novas vagas a curto prazo nos presídios, Helil Bruzadelli disse que aguarda a liberação de recursos por parte do Departamento Penitenciário Nacional (Depen) para desafogar as unidades, inclusive com a implantação do uso de tornozeleiras eletrônicas.